Do Capítulo 1 da Seção 1 da Parte 2 do Projeto Ação PT de Diretório Zonal
"Eis por que nossa tática para concorrer à Presidência da República com a candidatura do companheiro Lula e com um programa democrático e popular está associada à nossa política de acúmulo de forças e à nossa concepção de disputa de hegemonia na sociedade. Qualquer separação nessa linha pode conduzir à aventura de colocar na ordem do dia, hoje, a tomada do poder, ou levar ao rebaixamento político de incorrer no desvio de pretender reformar o capitalismo ou de administrá-lo. No debate político-ideológico ao longo da campanha eleitoral, deixaremos clara nossa opção pelo socialismo, um socialismo com democracia, com liberdade de expressão, com liberdade de organização dos trabalhadores, que rejeita a concepção burocrática e a visão do partido único.
"Eis por que nossa tática para concorrer à Presidência da República com a candidatura do companheiro Lula e com um programa democrático e popular está associada à nossa política de acúmulo de forças e à nossa concepção de disputa de hegemonia na sociedade. Qualquer separação nessa linha pode conduzir à aventura de colocar na ordem do dia, hoje, a tomada do poder, ou levar ao rebaixamento político de incorrer no desvio de pretender reformar o capitalismo ou de administrá-lo. No debate político-ideológico ao longo da campanha eleitoral, deixaremos clara nossa opção pelo socialismo, um socialismo com democracia, com liberdade de expressão, com liberdade de organização dos trabalhadores, que rejeita a concepção burocrática e a visão do partido único.
Nosso projeto político vai além de ganhar a eleição
presidencial. Seu sentido histórico é o de transformar o País, realizar uma
revolução política e social.
Para ganhar a eleição presidencial e realizar um governo
popular, precisamos mudar a correlação de forças. Só é possível vencer este
desafio com o crescimento do PT, de sua organização, capacidade de luta e de
propor políticas, seja nos movimentos sociais, seja nos governos municipais. Do
mesmo modo, o PT terá de dar respostas concretas às aspirações políticas e
sociais dos trabalhadores, seja atendendo as suas reivindicações, seja
organizando suas lutas e construindo seu projeto socialista.
O crescimento da CUT, do movimento social, sindical,
popular, agrário, negro, da juventude, das mulheres, ecológico é condição para
nossa vitória nas eleições de novembro. É também condição para viabilização do
governo popular e está articulado com a luta pelo socialismo. Daí se vê que a
ocupação de espaços institucionais e a construção de um projeto socialista
igualmente dizem respeito à disputa de hegemonia e contribuem para o acúmulo e
a mudança na correlação de forças.
Nossa política de alianças e de pluralidade democrática
reconhece que a sociedade brasileira – principalmente os trabalhadores – se
expressa por intermédio de agentes políticos e que suas condições objetivas,
históricas e culturais exigem uma unidade das forças partidárias de esquerda e
uma ligação com os setores médios da sociedade.
Sabemos que o programa democrático-popular se choca com
interesses que tudo farão para inviabilizar nosso governo, ou mesmo para
desmoralizar o PT e as forças democráticas e populares durante o mandato do
Lula. A resposta às tentativas de desestabilizar nosso governo e de romper com
a institucionalidade, recurso que setores das classes dominantes historicamente
têm utilizado, só pode ser a mais ampla mobilização e a luta social. O PT
acredita que a capacidade de luta e a mobilização dos trabalhadores é o
principal instrumento para o avanço político e programático de um governo
popular.
Um governo do PT e da Frente Brasil Popular deverá realizar
as tarefas democráticas e populares no País, de conteúdo anti-imperialista, antilatifundiário
e antimonopolista. A efetivação de medidas deste gênero, mesmo que de cunho não
explicitamente socialista, choca-se diretamente com a estrutura do capitalismo
aqui existente e somente poderão ser adotadas por um governo de forças sociais
e políticas em choque com a ordem burguesa, um governo hegemonizado pelos
trabalhadores.
O PT não acredita na possibilidade de uma etapa de
capitalismo popular no País. Ao contrário, por meio de um processo simultâneo
de acúmulo de forças, enfrentamentos e conquistas dos trabalhadores criaremos
as condições para dar início às transformações socialistas no Brasil.
Por estas condições, o governo democrático e popular e o
início de transição ao socialismo são elos do mesmo processo. A passagem de um
ao outro, no entanto, não é automática e nem resultado da ‘retirada de cena’
das minorias privilegiadas que, com base na força e negação da democracia,
subjugaram historicamente os trabalhadores e o povo deste país. A implementação
da globalidade de um programa democrático-popular só pode ocorrer com a
revolução socialista.
Do nosso ponto de vista, nossa intenção, nossa vontade
política, nossos propósitos programáticos vão no sentido de conquistar o poder
através da vontade, da mobilização e da luta da maioria, e não da tomada de
poder por meio de um golpe de mão, de um putsch da vanguarda. Queremos o poder
e a construção do socialismo através da vitória sobre a burguesia e seus
aparelhos ideológicos de dominação. Com este objetivo estamos preparando o
Partido, estamos construindo uma hegemonia política, social e ideológica,
estamos acumulando forças para respaldar nosso projeto.
O PT não acredita num partido socialista sem trabalhadores.
Nem acha possível construir o socialismo sem a ação decisiva dos trabalhadores
no próprio processo dessa construção. A experiência histórica nos legou a
convicção de que o socialismo ou é obra dos trabalhadores ou jamais será
socialismo. Por isso, estamos dispostos a disputar em todos os campos da
hegemonia na sociedade e chegar ao socialismo pela ação e pela vontade das
maiorias. Pelo desejo do povo e dos trabalhadores.
As experiências de construção do socialismo – em particular
onde as burocracias se apoderam do poder político em nome dos trabalhadores e
os alijam do seu exercício – demonstram que não pode existir um autêntico
socialismo sem aprofundamento e defesa integral da democracia. O pluralismo
partidário, as liberdades de imprensa e sindical, de credo, a existência de
condições efetivas para sua prática, o respeito integral aos direitos humanos
são importantes conquistas da humanidade, que devem ser ferreamente defendidas
pelos trabalhadores no processo de construção do socialismo.
Sabemos que não se farão reformas estruturais indispensáveis
sem luta social, sem mobilização, sem greves, sem ampla participação das massas
populares. Mas queremos fazê-lo de forma democrática, através da disputa com a
burguesia e com seus aparelhos ideológicos de dominação. Com essa vontade
política e esta disposição de luta estaremos prontos para construir, em todas
as frentes, uma hegemonia política, ideológica e cultural dos trabalhadores.
Não encaramos a democracia como uma concessão das classes
dominantes, dos de cima, nem como uma formalidade passageira, como a burguesia
o tem feito em nosso país, ao golpeá-la sucessivamente cada vez que os
trabalhadores ampliam seus direitos. A democracia é uma conquista dos
trabalhadores, arrancada na luta política contra as classes dominantes. No
Brasil, queremos transformar as liberdades políticas formais da Nova República
em valores democráticos reais, permanentes, apropriados pelos trabalhadores e
por toda a sociedade.
O PT quer a democracia e intervém na disputa
político-cultural da sociedade contrapondo os valores e ideais do socialismo
aos do capitalismo, com a certeza de que seremos capazes de vencer, construindo
uma alternativa de poder democrático, socialista e revolucionário.
Nosso programa e nosso governo, portanto, pretendem garantir
e ampliar as conquistas sociais e políticas dos trabalhadores contra qualquer
tentativa das classes dominantes de promoverem uma ruptura ou um golpe. A
experiência histórica tem demonstrado que isso é possível: os trabalhadores, na
prática política e social de luta pelo poder, constroem suas organizações,
desenvolvem forças de luta apropriadas a cada momento histórico e conformam
seus programas de transformação. O PT, com determinação e confiança nos
trabalhadores, leva esta concepção às últimas conseqüências, defendendo seus
objetivos e o projeto socialista que representa."
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