Sob evidente inspiração do espírito mais tolerante do novo papa, Francisco, a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, protagoniza com esta nota o primeiro ato efetivo da Igreja Católica, no Brasil, em defesa dos direitos humanos dos homossexuais. É de fato, um gesto histórico, de uma instituição notadamente conservadora, um gesto que acima de tudo representa uma vitória importante do Cristianismo sobre o farisaísmo dentro do Catolicismo, e que pode ter repercussões culturais e políticas muitíssimo positivas no nosso país, no que diz respeito ao reconhecimento dos direitos LGBTs.
Nota da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos Direitos Humanos, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJPSP) vem a público manifestar-se por ocasião da 18ª Parada do Orgulho LGBT que se realiza na Av. Paulista no próximo domingo, dia 04 de maio de 2014.
Nosso posicionamento se fundamenta na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada pelo Concílio Vaticano II, que diz: “As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.”
Assim, a defesa da dignidade, da cidadania e da segurança das pessoas LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – é imprescindível para a construção de uma sociedade fraterna e justa. Por isso não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de seus Direitos Fundamentais tais como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros. Além disso, enfrentam diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de ódio.
Diante disso, convidamos as pessoas de boa vontade e, em particular, a todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana.
São Paulo, 30 de abril de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.