O mais chocante, no entanto, não foi o discurso homofóbico de um candidato assumidamente de direita. O mais chocante foi a forma como reagiu a esse discurso a candidata que se autoproclama "esquerda coerente". Ao invés de indignar-se, riu e retrucou de forma morna. Um riso incoerente com seu discurso e plataforma e tão inadequado quanto o riso de Marina sobre o caixão de Eduardo Campos. Nenhum sinal de revolta ante as barbaridades que ouvia, nenhuma palavra sequer de condenação ao patife.
Eu diria que faltou convicção a Luciana Genro, na melhor oportunidade que ela teve durante essa campanha para confrontar a homofobia e defender os direitos dos homossexuais. Ante à repugnante performance de Fidélix, a quase sempre radical e veemente candidata, mostrou-se estranhamente complacente e moderada. Pior: precisou lutar consigo prá não rir, mais do que riu, diante das câmeras. Estava em visível conflito consigo mesma. Creio ter visto ali mais uma prova de que a razão não mata mesmo o preconceito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.