(Comentário sobre a crônica de Jânio de Freitas "Feia, grossa e errada", de 20/09/2014)
Numa boa. Eu gosto muito do Jânio e, quase sempre, concordo com ele. Agora, não. O que ele está propondo é o fim debate político programático. Um campanha eleitoral sem crítica política. Cada qual fala do seu programa, das suas realizações e esquece os adversários. E quem aponta as mentiras e os erros dos concorrentes? Os colunistas políticos, como o próprio Jânio, suponho. Mas aí estes colunistas, inevitavelmente, assumiriam um protagonismo maior até do que o dos candidatos. Não vejo outro efeito possível, por isso estranho as queixas do Jânio. Não acredito que ele tenha isso em mente.
Acho que a campanha da Dilma está sendo exitosa exatamente por não estar cometendo os excessos de que a acusam seus adversários. Não há, ao contrário do que dizem, nenhuma baixaria, agressividade ou terrorismo. O que há é um equilíbrio bastante razoável entre prestação de contas, propostas, críticas aos programas de governo de seus adversários e denuncia dos interesses políticos e econômicos que eles representam.
"Só nas duas últimas semanas Dilma adotou o papel de candidata diante dos eleitores", diz Jânio, no último parágrafo de sua crônica. Ora, desde o início dessa campanha, Dilma tem se dedicado, antes de tudo, a prestar contas do que fez em seu primeiro mandato, como razões, evidentemente, para merecer um segundo. Será que Jânio, sempre tão arguto, não foi capaz de ver isso? Estranho.
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