sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Quando o ideal político morre no discurso.

(Meme enviado em 31 de julho de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e registrado - houve falha na publicação - em sua página na web com o número 15850. Este meme também foi postado, na mesma data, na página da comunidade do diretório no Facebook)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Re: O mito do "partido dos núcleos" e a Administração como aliada da prática política. (4)

(Mensagem enviada em 30 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada em sua página na web com o número 15313. Trata-se de resposta ao comentário de um companheiro)

Ricardo.

A resolução do 5º Encontro Nacional, de 1987, diz exatamente o seguinte:
"Atualmente, nossos núcleos de base são poucos e, na maioria das vezes, precários, havendo uma enorme distância entre os nossos desejos e a realidade. (...) Os núcleos estão abandonados. Devemos reconstruí-los como a principal base e característica do Partido. Continuamos vivendo uma crise organizativa no PT. Os núcleos, mais do que nunca, estão desprestigiados. Entendidos desde o início como a principal base e característica do Partido, têm enfrentado sérias dificuldades para se generalizarem e se constituírem em organismos de massa. (...) A fragilidade das estruturas orgânicas do PT teve início na campanha eleitoral de 1982". 
Isso, é bom que se diga, foi aprovado pelos delegados eleitos pela base. Qualquer um tem o direito de expressar uma visão diferente do que ocorria naquela época. Mas convém que não nos esqueçamos, que estamos falando de um documento oficial, que foi aprovado, democraticamente, pela segunda instância máxima deliberativa do partido, segundo o seu estatuto, que é o Encontro Nacional. Não dá prá simplesmente ignorar o valor dessa resolução como documento histórico.

Eu não sei a que mudanças estatutárias você se refere, em que ano exatamente ocorreram, agradeceria se me informasse. Mas não há nenhuma referência a mudanças estatutárias, relacionadas aos núcleos de base, na resolução do encontro de 1987.

Aliás, eu quero destacar que, se a resolução do 5º Encontro diz que "a fragilidade das estruturas orgânicas do PT teve início na campanha eleitoral de 1982", é evidente que o problema começou em 82, e se estendeu pelos anos de 83, 84, 85, 86 e 87, que foi quando o Encontro se deu. O fato de a resolução do 4º Encontro, de 86, não fazer menção a problemas com os núcleos de base, não significa que esses problemas não existissem. Peço que leia o seguinte trecho:
"O PT enfrenta diversos problemas no seu processo de construção. São problemas de ordem ideológica, política e organizativa, que precisam ser tratados para que conduzam o Partido a esclarecer as dúvidas existentes e a unificar-se mais solidamente. A questão do caráter do Partido, aberto, de massas, democrático e socialista sintetiza esses problemas e é a chave para aprofundar o processo de discussão interna. Os seminários sobre organização contribuíram para suscitar uma gama considerável de sugestões, que devem materializar-se nas modificações do Regimento Interno do Partido. Entretanto, algumas questões ainda demandarão um período mais longo de discussão, para que os pontos controvertidos sejam esclarecidos e para que o processo de luta ideológica e política travada em torno deles ajude o fortalecimento e a construção do PT."
Esse trecho da resolução, deixa claro que, o partido havia iniciado, naquele ano, uma série de "seminários sobre organização", que ainda não tinham tido tempo para apresentar muitos resultados. Pela óbvia razão de que era a mais polêmica, a questão das tendências acabou sendo a primeira a ser tratada, o que não quer dizer que outras questões, como a dos núcleos, não estivessem sendo discutidas nestes seminários. Tanto que os núcleos de base acabaram merecendo um capítulo exclusivo na resolução do encontro nacional do ano seguinte, como pudemos constatar, onde há o diagnóstico que todos pudemos ler, dando conta de uma crise organizativa que se iniciou em 1982 e se estendeu até aquele ano de 1987.

De fato, o problema dos núcleos não é, nunca foi, só dos núcleos, é do partido. É isso, aliás, o que tenho cansado de dizer e que já era apontado na resolução do 5º Encontro, onde se lê:
"A fragilidade das estruturas orgânicas do PT teve início na campanha eleitoral de 1982, quando diluímos nossos núcleos e Diretórios em comitês eleitorais de candidatos que, em sua maioria, terminaram em 15 de novembro daquele ano, com o fim da campanha. De lá para cá, o PT encaminhou com relativo êxito algumas campanhas gerais, porém, até hoje, não conseguiu formular nem implementar uma política de organização que estimulasse o crescimento do Partido do ponto de vista orgânico (nucleação, formação política, finanças etc.)."

Atenção para este trecho:
"(...) até hoje, [ o PT ] não conseguiu formular nem implementar uma política de organização que estimulasse o crescimento do Partido do ponto de vista orgânico (nucleação, formação política, finanças etc.)."
Isso continua até hoje. E não houve, ao contrário do que você diz, nenhum período, desde então, em que o partido tenha tido a política organizativa que lhe faltava naquele tempo. Você faz referência ao 1º Congresso, de 1991. Pois eu peço que leia o que diz a resolução deste congresso.
"2. (...) Diante desta nova época, diante das novas tarefas que esta época propõe ao Partido dos Trabalhadores, faz-se necessário repensar e alterar as estruturas organizativas, o método de funcionamento e de direção, os mecanismos e a maneira pela qual o PT se relaciona com a sociedade brasileira, com os movimentos sociais, com os outros partidos, com os trabalhadores e com o povo. 
3. Nossa estrutura orgânica não apresenta mais correspondência com a nossa força real e representatividade social. Embora nosso Partido continue sendo, entre os partidos brasileiros, aquele que possui a maior militância, a vida interna mais efetiva e a maior dose de democracia interna, a verdade é que é preciso superar a nossa atual política de organização. A atual forma de organização do Partido está inadequada e até mesmo caduca. Temos uma estrutura verticalizada, que engloba as instâncias atuais (DN, DR, DM, Núcleos e Zonais), mas que não dá conta de um Partido como o nosso. Possuímos, de fato, uma estrutura de elite, que não oferece canais de participação para uma camada mais ampla de petistas, quanto mais para uma participação maciça. Esta situação se agrava quando as instâncias se esvaziam, seja pelo cansaço, seja porque são viciadas, tendo se tornado palco de discussões inúteis. 
4. É preciso reconhecer, além disso, que qualquer estrutura organizativa que pretenda reunir algo além dos militantes mais ativos não pode estar baseada no ritual de reuniões demoradas, constantes e cansativas. A sociedade atual – em que o trabalho absorve grande parte do tempo das pessoas; em que as alternativas de lazer e distração são muitas – estabelece uma competição tão grande que praticamente inviabiliza as formas organizativas baseadas apenas em reuniões. É preciso, por isto, considerar que a criação de mecanismos de comunicação – o uso do rádio, da imprensa, dos vídeos, da TV etc. – tornam-se indispensáveis a qualquer política conseqüente de organização. Comunicação, hoje, não é só poder: é instrumento de organização. 
5. Ao longo dos últimos anos, estabeleceu-se uma divisão de trabalho no interior do Partido: aos petistas que militam nos movimentos sociais caberia travar a luta reivindicatória; aos parlamentares e aos nossos quadros à frente dos governos municipais caberia ocupar-se da luta institucional; e às direções partidárias caberia administrar a vida interna do Partido, exercer algum comando durante as campanhas eleitorais e funcionar como uma espécie de tribunal de última instância para as disputas entre os petistas. 
6. Ao apresentarmos este sucinto diagnóstico – em grande parte contido nas resoluções do 5º e do 7º Encontros Nacionais, que frisaram a necessidade de promover uma verdadeira revolução em nossa organização partidária – queremos destacar que ainda está por ser feito um balanço global – histórico, político e organizativo – da experiência de construção do próprio Partido dos Trabalhadores. Até porque acreditamos que é o estudo da experiência desses 11 anos que pode servir como inspiração fundamental para as alterações, que se fazem necessárias, na forma de construir o Partido dos Trabalhadores."
Não há nada neste trecho e no restante da resolução que indique ou sequer sugira ter havido algum progresso em relação ao ano de 1987, quando ocorreu o 5º Encontro. Destaco este trecho:
"Ao apresentarmos este sucinto diagnóstico – em grande parte contido nas resoluções do 5º e do 7º Encontros Nacionais, que frisaram a necessidade de promover uma verdadeira revolução em nossa organização partidária (...)"
E, alguns parágrafos antes:
"(...) faz-se necessário repensar e alterar as estruturas organizativas, o método de funcionamento e de direção, os mecanismos e a maneira pela qual o PT se relaciona com a sociedade brasileira, com os movimentos sociais, com os outros partidos, com os trabalhadores e com o povo."
A resolução do 1º Congresso, de 1991, portanto, ao contrário do que você diz, afirma que os problemas apontados pelo 5º Encontro, de 1987, não haviam sido superados. A crise organizativa continuava tão firme quanto antes, chegando ao ponto de se pensar em fazer mudanças estruturais, o que seria um equívoco, porque a origem dos problemas não era estrutural, era apenas administrativa. Leia o trecho abaixo:
"Nossa estrutura orgânica não apresenta mais correspondência com a nossa força real e representatividade social. (...). A atual forma de organização do Partido está inadequada e até mesmo caduca. Temos uma estrutura verticalizada, que engloba as instâncias atuais (DN, DR, DM, Núcleos e Zonais), mas que não dá conta de um Partido como o nosso. Possuímos, de fato, uma estrutura de elite, que não oferece canais de participação para uma camada mais ampla de petistas, quanto mais para uma participação maciça."
A crise organizativa do PT, segundo os documentos do partido, começou em 1982. Desde então, tem sido crônica. E vai continuar a comprometer a democracia partidária e o poder de ação do partido nas ruas, enquanto não admitirmos que sua origem está nas nossas gravíssimas deficiências administrativas.

Silvio Melgarejo

Re: O mito do "partido dos núcleos" e a Administração como aliada da prática política. (3)

(Mensagem enviada em 30 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada em sua página na web com o número 15312. Trata-se de resposta ao comentário de um companheiro)

Carlos.

Dou ênfase ao que falta, na tentativa de botar algum equilíbrio na discussão que se faz no partido. O debate político e ideológico nunca deixou de existir e continua correndo solto. O debate sobre as questões administrativas, este sim é que está, e sempre esteve, completamente ausente. E precisa ser resgatado. Você e outros não querem discutir o tema da administração partidária e reagem obstinada e violentamente a qualquer tentativa que se faça de tratar desse assunto. É um tabu.

Você pergunta:
"a presença de uma burocracia especializada ou de líderes com vocação (Weber), bem como a implantação de processos organizativos tendo aparentemente como base a teoria de sistemas (Parsons?) seriam suficientes para o cumprimento daquela finalidade em particular (democracia interna)?"
Eu te respondo: não; mas são indispensáveis. Se há duas condições para que se alcance um objetivo e não se atende a uma delas, o objetivo não poderá ser alcançado. A política sozinha, sem a administração, não garante o funcionamento da democracia partidária. Porque ambas, política e administração, são condições para que haja democracia partidária. Veja que, talvez não por acaso, você evitou tratar de um parágrafo do meu texto que mostra exatamente isso. Reproduzo:
"Outra coisa que você desconsidera, é que a CNB, ex-Campo Majoritário e ex-Articulação, não é e nunca foi maioria em todos os diretórios e núcleos de base do país e, pelos informes que se tem, a precariedade do funcionamento das instâncias partidárias é generalizada. Não me consta, que diretórios e núcleos dirigidos por outras tendências tenham desempenhos melhores do que os dirigidos pela CNB. Como se explica isso? A única explicação é de que o problema não é de orientação politica, a não ser que se admita que todas as tendências possam estar politicamente erradas. Não me parece ser este o caso. Ao contrário, o que me parece é que todas as tendências estão administrativamente erradas, isto sim, e que elas estão sendo igualmente incompetentes para garantir às instâncias que dirigem a democracia interna e o poder de ação que as capacitariam para se constituírem como forças políticas reais nas regiões em que se situam."
Eu gostaria que você tivesse comentado o parágrafo acima. Mas, infelizmente, você preferiu ignorá-lo.

Quero destacar uma afirmação sua com a qual tenho inteira discordância. Você diz:
"Se um dia o PT funcionasse com uma coleção de núcleos - vivos, democráticos e dirigentes - um processo de ruptura em caráter socialista estaria posto objetivamente na sociedade."
Se os núcleos funcionassem como idealizados, o PT seria um partido democrático em suas relações internas. E só. A democracia partidária não é efeito, nem causa que leve a uma revolução socialista, porque não altera significativamente, nem depende da conjuntura política externa ao partido. Em 1987 estava em plena vigência a Assembléia Constituinte que elaborou a Constituição de 88, o Brasil vivia um período de efervescência política e ascenso do movimento de massas. E, no entanto, o que diz a resolução do 5º Encontro Nacional do PT, que se deu naquele ano? Que os núcleos de base de então eram poucos e precários, que estavam abandonados. Prova de que a conjuntura política do país não teve como efeito uma vitalização maior dos núcleos.

Em outro trecho, você diz:
"De outra parte, uma analise pretérita à 1995 não invalida meu argumento, pelo contrário, só demonstra que o núcleo dirigente desse campo não reverteu esse quadro."
Concordo. O núcleo dirigente de 1995 realmente não reverteu um quadro que - é bom que se destaque - era muitíssimo anterior à sua posse. Segundo a resolução do 5º Encontro, tudo começa em 1982. Ou seja, o partido se burocratizou muito precocemente - com apenas dois anos de existência -, mais de uma década antes do momento apontado por você e outros como o do início da burocratização do PT. Portanto, a análise pretérita a 1995 invalida sim a sua tese, que é a de que o ponto de inflexão burocrática teria se dado no ano de 1995.

Não, Carlos Kalifa, eu não sou nenhum Peter Drucker, nem pretendo ser ou aparentar ser. Apenas duvido que você e outros companheiros muito bem sucedidos em suas carreiras profissionais, pelos próprios méritos, tenham conseguido chegar tão longe sem terem aplicado em suas vidas - mesmo que intuitivamente - conceitos e técnicas ensinados pela Administração. Eu duvido que você e todos os demais que nos leem, deixem, por exemplo, de planejar a própria vida doméstica e profissional, porque todos sabem da importância do planejamento para que qualquer coisa tenha chance de dar certo. E, no entanto, parecem crer que o PT não precisa de planejamento. Transformaram, inclusive, a Administração Partidária num tabu. Sinto-me o próprio Giordano Bruno a desafiar concepções dogmáticas. Política, sim; administração, nunca: esta é a regra. Que eu espero ver superada.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Re: O mito do "partido dos núcleos" e a Administração como aliada da prática política. (2)

(Mensagem enviada em 29 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada em sua página na web com os números 15306 e 15 308. Trata-se de resposta ao comentário de um companheiro)

Carlos.

Pros núcleos serem instâncias "de vivificação da democracia interna partidária", primeiro eles precisam existir e funcionar plenamente, o que raramente ocorre no PT. Eu quero que os núcleos se multipliquem e que funcionem bem, por isso faço esse esforço para identificar as razões que tem impossibilitado que isso aconteça. Busco soluções para os problemas que vejo, e que são comprovadamente tão antigos quanto o próprio PT, e, nessa busca, dou ênfase à questão administrativa por duas razões. A primeira é que ela é uma dimensão da atividade partidária que historicamente tem estado inteiramente ausente da pauta de debates do partido. E a segunda é que eu realmente vejo a questão administrativa como o cerne do problema organizativo do PT, que, há tantos anos, tem impedido o funcionamento de sua estrutura de diretórios e núcleos, de maneira minimamente satisfatória.

Há duas coisas que você está deixando de considerar, Carlos Kalifa. A primeira, é que eu cito a resolução do 5º Encontro Nacional, de 1987, que diz, textualmente, que "os núcleos estão abandonados" e que "são poucos e, na maioria das vezes, precários, havendo uma enorme distância entre os nossos desejos e a realidade". Veja bem, essa já era a situação dos núcleos em 1987. Diz, ainda, a resolução, que os problemas começaram já em 1982, quando o PT tinha apenas 2 anos de existência. Esse registro histórico, não pode ser simplesmente ignorado, e a verdade é que ele invalida a tese defendida por você e por outros de que o partido se burocratizou, por uma opção política da maioria dirigente, só a partir de 1995.

Outra coisa que você desconsidera, é que a CNB, ex-Campo Majoritário e ex-Articulação, não é e nunca foi maioria em todos os diretórios e núcleos de base do país e, pelos informes que se tem, a precariedade do funcionamento das instâncias partidárias é generalizada. Não me consta, que diretórios e núcleos dirigidos por outras tendências tenham desempenhos melhores do que os dirigidos pela CNB. Como se explica isso? A única explicação é de que o problema não é de orientação politica, a não ser que se admita que todas as tendências possam estar politicamente erradas. Não me parece ser este o caso. Ao contrário, o que me parece é que todas as tendências estão administrativamente erradas, isto sim, e que elas estão sendo igualmente incompetentes para garantir às instâncias que dirigem a democracia interna e o poder de ação que as capacitariam para se constituírem como forças políticas reais nas regiões em que se situam.

A política, como outras atividades humanas, tem uma dimensão teórica e uma dimensão prática que precisam andar em sintonia. O problema do PT não está na teoria, está na prática. Nós idealizamos um partido de núcleos com ampla e intensa participação da base de filiados, mas nunca - repito: NUNCA - conseguimos botar isso em prática. A teoria é ótima, mas não tem conseguido ser realizada por ninguém - repito: NINGUÉM - dentro deste partido. E ninguém nunca conseguiu transformar a política de núcleos de base em realidade porque nunca ninguém admitiu que as instâncias do partido, todas, precisam de PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, LIDERANÇA e CONTROLE, para funcionar. Ou seja, ninguém nunca admitiu que as instâncias, como organizações que são, não dependem prá viver só de política, precisam também de administração.

A sua reação, Carlos Kalifa, sugere três interpretações. Ou você acha que o PT está sendo muito bem administrado, ou você acha que o PT não precisa ser administrado, ou você não sabe o que é administração. Você me acusa de atacar o pressuposto do núcleo de base como instância de realização da democracia partidária, só porque eu levanto e dou ênfase a um tema ao qual o partido nunca, em tempo algum, deu a menor atenção. Parece que a administração partidária é mesmo um tabu, dentro do PT. E o mais incrível é que a oposição mais radical a que se faça essa discussão, venha exatamente dos que cobram do governo e do partido uma radicalização de programa e de estratégia. Como se isso fosse viável sem uma correspondente radicalização da política organizativa do próprio partido, algo que, evidentemente, não pode deixar de começar por um bom planejamento, como ensina a Administração.

Eu nunca quis substituir a política pela administração. O título do meu texto coloca a administração como aliada, não como substituta da política. Não há exagero na minha proposta de discutir a dimensão administrativa da atividade partidária. Exagero é simplesmente negar essa discussão e tratar os que a propõem como hereges. O PT precisa tirar os antolhos que limitam seu campo de visão aos temas relacionados apenas a programa e estratégia. Porque programa e estratégia precisam de partido organizado prá se realizarem, mas não organizam partido. O que organiza um partido é uma boa administração, como ocorre em qualquer organização.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pela realização do Censo Partidário Zonal. (reedição)

(Mensagem enviada em 27 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada, na mesma data, na página da web desta lista, com o número 15300, e na página da comunidade do diretório no Facebook)


Mensagem enviada pela primeira vez à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal em 11/7/2013

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Quem são os filiados do PT das zonas sul e centro do Rio de Janeiro? O que cada um deles tem que possa ser útil ao partido? Que recursos humanos, afinal, o PT das zonas sul e centro do Rio tem em sua base de filiados?

Para responder a estas perguntas é que eu propus, em mensagem enviada a esta lista de e-mails no dia 2 de julho, intitulada Reflexões e Propostas Para a Administração do 1º Diretório Zonal do PT-Rio/RJ, a realização de um Censo Partidário Zonal. Naquele texto, apresentei a proposta nos seguintes termos:
"4 - Instituir o censo anual dos filiados da zonal para localizar, identificar (classificar) e quantificar recursos humanos, alimentando e atualizando, com as informações colhidas, o banco de dados do 1º Diretório Zonal."
A partir daqui, eu quero fazer uma primeira defesa desta que considero a mais importante dentre as propostas que lhes apresentei na ocasião.

O Censo Partidário Zonal será, a meu ver, se realizado, a primeira grande atividade prática de Construção Partidária capaz de mobilizar, empolgar e levar para as ruas, em peso, a militância petista das zonas sul e centro do Rio, envolvendo e agitando o conjunto dos filiados do PT da região.

O Censo Partidário Zonal será, além disso, se realizado, o primeiro movimento significativo de aproximação do 1º Diretório Zonal com sua base de filiados, com o objetivo de se apresentar a ela e de conhecê-la profundamente, estabelecendo a partir daí canais seguros de comunicação permanente com cada filiado.

O Censo Partidário Zonal, caso aprovada a sua realização, pode ser o primeiro grande passo para construirmos aqui, nas zonas sul e centro do Rio, aquele PT democrático, de massas e de quadros, militante e dirigente, que há anos está no estatuto a espera de quem o realize.

A força de um partido está na sua organização. Só que é impossível organizar recursos que se desconhece e com os quais não se tem contato. O Censo Partidário Zonal permitirá que o 1º Diretório conheça, afinal, em detalhes, a localização e as características de cada um dos filiados de sua base. Além disso, na fase de preparação do Censo, será necessário mapear as zonas sul e centro, bairro a bairro, rua a rua, CEP a CEP, o que permitirá que o 1º Diretório conheça, afinal, também em detalhes, todo o espaço geográfico em que tem a missão de atuar.

Com a realização do Censo, o 1º Diretório poderá ter uma visão ampla e clara da distribuição de todos os seus filiados, com suas respectivas características, no espaço de sua jurisdição. Todas essas informações darão ao 1º Diretório condições inéditas e excepcionalmente favoráveis ao bom planejamento de qualquer ação partidária, desde as que exigem a mobilização de quadros técnicos, até as que exigem a mobilização de grandes contingentes militantes.

A democracia partidária dará um salto imenso no momento em que todos os petistas puderem ouvir e seus ouvidos por seus dirigentes, enquanto se ouvem uns aos outros em permanente processo de reflexão e elaboração política. Para que isso aconteça, o Censo Partidário Zonal deverá colher informações detalhadas sobre todas as formas possíveis de comunicação do 1º Diretório com cada filiado de sua base, para que possa ser criada uma grande e complexa rede na qual todos possam se manter conectados, integrados ao partido e em interação contínua com o conjunto dos seus membros.

O Censo Partidário Zonal, portanto, será o primeiro mergulho do nosso Diretório em sua base de filiados, para colher a grande quantidade de dados necessários ao desenvolvimento exitoso do processo administrativo de planejar ações, organizar recursos, dirigir a execução das ações planejadas e controlar e avaliar os resultados dessas ações.

Não se planeja e não se organiza ação nenhuma sem conhecer bem os recursos disponíveis, assim como não se dirige a execução e não se controla o resultado de nenhuma ação, sem que haja comunicação entre gestor e recursos. Um bom sistema de comunicação, garante além disso, a democratização das decisões em cada etapa do processo administrativo, o que para uma organização com a proposta do Partido dos Trabalhadores, representa um forte indicador de qualidade dos procedimentos.

Pela realização do Censo Partidário Zonal, para democratizar o PT das zonas sul e centro do Rio, ampliar e qualificar a participação de seus filiados no PED e organizar a militância petista local para uma atuação permanente nas ruas e praças da região. É essa a proposta que, desde o dia 2 de julho, apresento e submeto à análise e decisão das companheiras e companheiros, com as justificativas agora elencadas, no presente documento. Sem mais para o momento,

Saudações Petistas,

Silvio Melgarejo

domingo, 26 de janeiro de 2014

Administrar prá democratizar e lutar (reflexões e propostas) - 2ª versão

(Mensagem enviada em 26 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada, na mesma data, na página da web desta lista, com o número 15299, e na página da comunidade do diretório no Facebook)

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Nova versão do texto “Reflexões e propostas para a administração do 1º Diretório Zonal do PT-Rio/RJ”, enviado à lista de e-mails do diretório em 2/7/2013

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Construção partidária? Organização Partidária? Não. Vamos usar o termo que melhor define as nossas necessidades. O PT precisa de Administração Partidária.

Administração é a ciência social que estuda o desempenho das organizações para identificar, desenvolver e sistematizar, as práticas que apresentam os melhores resultados, transformando-as em teorias destinadas a orientar a construção e manutenção de outras organizações.

Administrar é coordenar o processo de planejamento, organização, liderança da execução e controle dos resultados, das ações de uma organização, para alcançar seus objetivos.

Planejar é definir objetivos e as ações necessárias para atingi-los, considerando os recursos disponíveis.

Organizar é distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério. É definir quem faz o que, onde e de que maneira.

Liderar a execução é influenciar os membros da organização a realizarem as tarefas que lhes são designadas, segundo as orientações estabelecidas.

Controle é a avaliação permanente dos resultados.

Essas quatro funções – planejamento, organização, liderança e controle – compõem o que se chama de Processo Administrativo.

Agora, voltando à política.

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Administrar para democratizar e lutar. Esta deve ser a palavra de ordem da 1º zonal, neste ano de 2014 e nos próximos, expressão da política prioritária que precisa ser desenvolvida por seus dirigentes e por sua vanguarda, para dar ao partido condições de enfrentar e vencer os graves desafios que lhe são postos pela nova conjuntura inaugurada depois dos protestos de junho.

O tema da Administração Partidária, é hoje, a mais importante e necessária discussão que precisa ser feita pelo Partido dos Trabalhadores, assim como as atividades de Administração Partidária, são as suas mais importantes e necessárias tarefas. O déficit administrativo do PT do Rio, muito particularmente o desta zonal, é algo que salta aos olhos de tão evidente. Este é, sem dúvida nenhuma, o nosso mais grave problema, porque a falta de uma adequada política administrativa compromete o funcionamento da democracia interna do partido e anula inteiramente a sua capacidade de promover ações coletivas de impacto social e político proporcional ao seu número de filiados. Investir na administração da 1ª zonal, portanto, é o único caminho seguro para nos tornamos aqui, nas zonas centro e sul do Rio, aquilo que o PT se propõe a ser, na resolução política de seu 3º Congresso, de 2007: um partido democrático, de massas e de quadros, militante e dirigente.

O ano de 2013 foi marcado por uma virada brusca da conjuntura política, com a eclosão dos protestos de junho. Naquele momento a luta de classes mudou de patamar. Foi das urnas para as ruas e radicalizou-se como há décadas não se via. O PT, pego de surpresa, apanhou, literal e politicamente, porque não estava nenhum pouco preparado para aquela situação, embora ela fosse bastante previsível. Afinal, em algum momento as ruas, necessariamente, voltariam a ser palco da disputa política. Pois esse momento veio e ali ficamos nós, perplexos e impotentes, diante dele.

A onda de megamanifestações acabou recuando, as massas voltaram prá casa e as ruas estão, por ora, em calmaria. Por ora. Mas a fragilidade que o PT demonstrou no calor daqueles episódios, não pode ser esquecida pela sua militância. Quando o PT tomou a decisão de ir prás ruas disputar com a direita a direção do movimento de massas, o resultado foi desastroso porque, com baixíssimo número de militantes, nós fomos facilmente derrotados. Evidenciou-se, ali, uma realidade jamais cogitada nas duas últimas décadas. A de que nos faltam militantes. O pequeno e bravo contingente que nos restou está muito longe de ser suficiente para confrontar hoje e derrotar nas ruas a direita. É preciso refletir sobre como chegamos a esse ponto e o que podemos fazer para superar esse problema.

O PT é o segundo maior partido do país em número de filiados, com quase 1,5 milhão. Destes, uma parcela ínfima é militante. O militante é o trabalhador e o soldado voluntário da política. É a inteligência, a força produtiva e a infantaria do partido, nos embates mais duros e extenuantes do dia a dia, que se dão no chão da sociedade, ininterruptamente, longe dos holofotes da mídia. Os militantes são, além disso, as células nervosas do partido, que transmitem e recebem estímulos do partido e da sociedade, fazendo a ligação entre ambos. Sem militantes o partido perde sensibilidade para captar o que está acontecendo no ambiente social. Isso explica, de certa forma, o susto que levamos em junho. Sem militantes, não tivemos sensibilidade para perceber o que estava em gestação.

Agora, perguntem-se, meus amigos, por que nos faltam militantes, se temos tantos filiados? Será falta de disposição dos filiados, será falta de política do partido ou será falta de iniciativa e empenho dos nossos dirigentes?

Um partido é uma associação e associar é somar. Quando um eleitor do PT se filia ao partido, ele afirma, com esse gesto, o seu desejo de somar, de contribuir com algo, além do voto nas urnas. O filiado é, portanto, alguém que se dispõe a ser mais do que eleitor. Ele quer participar da elaboração política e das decisões, quer contribuir financeiramente, e quer ser um trabalhador e um soldado voluntário a serviço do partido e suas causas. Ele quer realmente “fazer parte” e “fazer a sua parte”.

O “pré-sal” do PT é a sua base de filiados. É dela, e só dela, que o partido pode extrair todos os recursos humanos e materiais necessários para enfrentar e vencer a dura luta que tem pela frente. E quem tem o dever político e a prerrogativa estatutária intransferível de extrair e administrar esses recursos é a direção partidária. O dever da direção partidária é corresponder ao desejo do filiado de participar, acolhendo sua intenção de ajudar e absorvendo todos os recursos que ele queira e possa oferecer, para o devido emprego na realização das ações políticas necessárias à conquista dos objetivos do partido.

Na zonal, somos 4.552 filiados, segundo o Diretório Municipal. Essa, companheiros e companheiras, é a preciosa reserva de militantes e quadros que temos por aqui. É aí, e só aí, entre estes 4.552 filiados, que o 1º Diretório Zonal vai poder recrutar novos militantes e quadros, para atuação nas novas frentes de trabalho e luta, que o PT precisa abrir na sociedade, para responder às exigências da nova conjuntura aberta pelos protestos de junho. É preciso entender porque a base de filiados do PT das zonas centro e sul do Rio se manteve até agora como reserva militante ociosa e improdutiva, para poder reverter esse quadro e torná-la ativa e produtiva.

Perguntei-lhes, parágrafos atrás, porque acham que ao PT faltam militantes. Se por falta de disposição dos filiados, se por falta de política do partido ou se por falta de iniciativa e empenho dos dirigentes. A tese que defendo é de que falta ao Partido dos Trabalhadores uma política administrativa adequada ao seu propósito de ser um partido democrático, de massas e de quadros, militante e dirigente, como determina a resolução política de seu 3º Congresso, de 2007. O partido tem recursos para isso, mas não os usa, e não os usa, a meu ver, porque não sabe o que fazer e como fazer.

Quando falo em Política Administrativa, refiro-me a uma metodologia que permita ao partido usar os recursos que tem, nas ações que conceba para atingir seus objetivos. Essa metodologia, que ainda nos falta, deveria, a meu ver, ser formulada pela direção nacional do partido para orientar todos os demais níveis de direção onde, frequentemente, membros de diretórios acabam tendo mal desempenho por não saberem o que fazer e como fazer. Mas, enquanto a direção nacional não faz isso, creio que a 1ª Zonal poderia e deveria fazer um esforço para elaborar o seu próprio Manual de Administração Partidária, para seu próprio uso e para oferecer, quem sabe, mais adiante, como contribuição ao conjunto do partido, pelo menos para que se inicie um debate mais amplo sobre esse tema.

Companheiras e companheiros. Nenhuma das discussões que tem sido propostas por vocês, até agora, na lista de e-mails ou na comunidade do Facebook, é mais importante do que a discussão ainda não feita sobre a missão que nós temos de preparar o partido para botá-lo em movimento. Por mais pertinentes e importantes que sejam os temas levantados, o debate que sobre eles façamos só será realmente útil se puder chegar ao conjunto dos filiados de base, para se transformarem em ações práticas coletivas. Por ora, somos ínfima minoria na lista de e-mails, na comunidade do Facebook e, sobretudo, nas reuniões presenciais, e, ao que tudo indica, muito pouco conscientes dos graves problemas administrativos que temos e de como esses problemas inviabilizam o Diretório Zonal como força política nas zonas centro e sul do Rio.

O debate que nós temos que fazer é sobre como incorporar efetivamente ao partido o conjunto dos filiados de base, de modo que eles possam dar vida ao partido, para que o partido se torne um sujeito político que possa ser realmente reconhecido, por sua presença e atuação, nos bairros dessa região da cidade. Nós, que aqui estamos, circunstancialmente somos a vanguarda do PT. Mas somos a vanguarda de um partido esvaziado. Lá fora uma multidão de filiados permanece dispersa e distante do partido, porque o próprio partido, tendo-a formalmente aceito, manteve-a à margem de debates, decisões e atividades. A nossa falta de iniciativa levou a que o ato da filiação tenha perdido totalmente o sentido de um compromisso político, para se transformar em mera formalidade burocrática.

A força de um partido está na ação concentrada de seus membros sobre determinados objetivos. Essa unidade de ação coletiva exige planejamento, organização, liderança e controle. Numa palavra, exige administração. Esse é o papel da direção partidária. Administrar as intenções e os esforços dos filiados, fazendo-os convergir para um ponto, um único e inconfundível ponto, no espaço e no tempo da sociedade. E a condição básica para que se consiga dar essa coesão à ação política partidária é a existência de uma direção que se comunique com sua base de filiados, mediando o debate coletivo para a formação de consensos, e organizando as disposições e disponibilidades existentes para a vocalização de um discurso comum  e o desenvolvimento de ações unificadas.

Todo partido é uma organização, toda organização é uma associação, e toda associação é uma soma de intenções e de esforços. Milhares de filiados dispersos e sem coordenação não formam, de modo algum, um partido, pela razão simples de que não somam absolutamente nada. Pois esta é a situação que temos em nossa zonal. A rigor, os petistas daqui, não formam sequer uma comunidade, já que estão diluídos na sociedade, sem manter, uns com os outros, qualquer vínculo ou interação que permita a realização de ações combinadas. A exceção são as diminutas lista de e-mails, comunidade do Facebook e reuniões mensais presenciais, que não tem servido senão para discussões sem efeito prático.

O PT não existe, como partido, nas zonas sul e centro do Rio, pela evidente razão de que o Diretório Zonal não dirige a zonal, e não a dirige porque não vai ao encontro e não se comunica com sua base de filiados. A comunicação é o fator mais importante para o sucesso de qualquer organização. Sem ela, sequer um planejamento correto de ações é possível, porque não se terá o necessário conhecimento dos recursos disponíveis. E se não se conhece os recursos disponíveis, como se poderá organizá-los? Como, além disso, liderar pessoas com as quais não se tem o menor contato?

As atribuições do Diretório Zonal estão bem definidas e descritas no Estatuto do PT. Seus objetivos, aí também inscritos, são os objetivos nacionais do partido adaptados às realidades locais. Basicamente, o que o partido precisa e o estatuto determina é que os diretórios zonais atuem para garantir a própria democracia interna e o próprio poder de ação no espaço geográfico em que lhes compete atuar. Portanto, todo planejamento que se faça para a atuação do 1º Diretório Zonal, deve se basear no conhecimento profundo desses três fatores balizadores essenciais: o estatuto do partido, a realidade local e a base de filiados. Nesse sentido é que eu lhes apresento as seguintes propostas e peço que as examinem:

OBJETIVOS QUE PROPONHO AO 1º DIRETÓRIO ZONAL

1º - Criar e manter uma rede de comunicação interna, a Rede Zonal de Comunicação Partidária 
2º - Criar e dar suporte político e administrativo à manutenção de, pelo menos, um núcleo de base por bairro e dos núcleos setoriais zonais previstos no estatuto do PT. 
3º - Criar o Fundo Partidário Zonal, alimentado por contribuições financeiras voluntárias dos filiados.

AÇÕES QUE PROPONHO PARA ATINGIR ESTES OBJETIVOS

1 - Mapear o perímetro de ação do 1º Diretório Zonal, bairro a bairro, rua a rua, Cep a Cep, para permitir o planejamento de suas atividades. 
2 - Criar o banco de dados do 1º Diretório Zonal, com informações sobre filiados, ruas, bairros, instituições, dados para contatos com especialistas para entrevistas e consultas, e todo material que possa servir à reflexão e ao debate intrínsecos aos processos de elaboração política e ao planejamento de atividades práticas. 
3 - Realizar, anualmente, o Censo Partidário Zonal, para estabelecer e conservar canais seguros e permanentes de comunicação com os filiados, e localizar, identificar e quantificar os recursos humanos presentes na base do 1º Diretório Zonal, para permitir o planejamento de suas atividades. 
4 - Criar redes de filiados por bairro, com o uso articulado da internet, do telefone, da carta e das visitas domiciliares, de modo que o partido tenha vários canais de interlocução com sua base. Estas redes locais, conectadas entre si e com o Diretório, formariam a Rede Zonal de Comunicação Partidária. 
5 - Reconhecer as redes de filiados por bairro, que se reunirem apenas pela internet, como núcleos de base, como determina a resolução número 35, da reforma estatutária aprovada no 4º Congresso do PT, de 2011. 
6 - Criar o Programa Zonal de Voluntariado Petista, que seria um programa permanente de estímulo à participação político-partidária e de oferta de oportunidades de trabalho voluntário em frentes abertas pelo próprio diretório. 
7 - Convocar a Conferência Zonal de Administração e Finanças Partidárias e a Conferência Zonal de Comunicação Partidária, para a elaboração de propostas de políticas para as secretarias de Organização, Finanças e Comunicação do Diretório Zonal, e para a identificação de quadros técnicos que possam ajudar a implementá-las. 
8 - Criar a Campanha Financeira Permanente do 1º Diretório Zonal, para arrecadar contribuições voluntárias dos filiados e alimentar o Fundo Partidário Zonal. 
9 - Inscrever o 1º Diretório Zonal no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), cumprindo o que determina o artigo 214 do Estatuto do PT, para dar segurança jurídica ao partido, ao diretório e aos filiados que com ele desejarem contribuir financeiramente. 
10 - Fazer a adesão do 1º Diretório Zonal ao sistema Rede PT Brasil, para manter o comando nacional do partido permanentemente atualizado sobre o trabalho que está sendo desenvolvido na base, de modo a melhor poder fazer o seu planejamento.
***

Companheiras e companheiros. Construir um partido nada mais é que filiar simpatizantes e criar e manter estruturas de comunicação e de participação democrática nas decisões. É este o propósito do programa que lhes apresento, sem jamais deixar de considerar que para realizá-lo em sua integralidade, precisamos de quadros em quantidade superior à que hoje temos. Por isso mesmo, o próprio programa já contém uma política de identificação e recrutamento de quadros, composta pelo censo partidário, pelo programa de voluntariado e pelas conferências temáticas.

Os teóricos da Administração ensinam que a primeira etapa de qualquer processo administrativo é o Planejamento, que consiste em definir objetivos, atividades e recursos. Nesta etapa, é que o administrador tem que tomar ciência da disponibilidade dos recursos de sua organização, para avaliar que ações podem ser desenvolvidas e que objetivos podem ser alcançados mediante o seu emprego. O ponto de partida, portanto, de qualquer processo administrativo deve ser o conhecimento dos recursos da organização. Por isso, proponho a realização do Censo Partidário Zonal, para que haja um levantamento minucioso da quantidade, da qualidade e da localização dos recursos humanos existentes na base de filiados do PT das zonas centro e sul do Rio de Janeiro. A disponibilidade dos recursos que o partido tem em sua base é que vai determinar as ações que ele pode realizar e os objetivos que ele pode ter a expectativa de alcançar.

Reitero o meu entendimento de que militante é apenas o filiado que trabalha voluntariamente sob o comando do partido, e não o que, sendo apenas eleitor, atua de forma autônoma. Quadros são os militantes mais qualificados, que surgem da própria base de filiados, revelando características que os fazem destacar-se em meio aos demais, com talento especial para atividades específicas e um alto grau de compromisso com a construção do partido e com a defesa de suas causas. Num partido de massas e de quadros, como o que o PT se propõe a ser, os quadros dirigem a massa e se submetem a uma disciplina de estudo, trabalho e luta, que das massas não se exige, nem se espera. Por isso é fundamental ter uma política muito bem delineada para eles, afim de torná-los capazes de desempenhar sua função primordial de dirigentes.

Quadros não nascem prontos, nem caem do céu. Revelam-se na ação política cotidiana, onde o potencial que trazem se desenvolve no contato com os militantes-quadros mais experientes, com os quais fazem o seu aprendizado e treinamento. O Diretório Zonal tem que ter, por isso, uma rotina de atividades políticas que dê aos filiados a oportunidade de atuarem como militantes. Atentos ao desempenho de cada militante, os dirigentes devem dar aos melhores e aos mais empenhados uma atenção especial, para ajudarem a desenvolver o potencial que eles revelam em suas ações. Os melhores militantes serão os futuros quadros, que devem ser preparados para assumir a responsabilidade de dirigentes, conforme suas características particulares, inicialmente em níveis inferiores da hierarquia partidária, onde, continuamente postos à prova, se preparam para assumir responsabilidades de maior magnitude.

Na política, como em muitas outras atividades – o esporte e as artes, por exemplo –, a quantidade gera a qualidade. Quanto mais se repete um movimento, mais se desenvolve uma habilidade e quanto maior o número de indivíduos observados no exercício de suas habilidades, maior o número dos que se destacam por revelarem uma habilidade naturalmente superior aos demais. Só se transforma um filiado-eleitor num militante, dando a ele oportunidade e estímulo. E quanto maior o número de militantes, maior o número de quadros, já que os quadros nada mais são do que os melhores militantes assumindo responsabilidades à altura de suas superiores qualidades e potenciais.

Se pensam, com razão, os companheiros, que somos poucos ainda ante um projeto que lhes parece um tanto ambicioso, digo-lhes que não se subestimem e que considerem a força indutora e o efeito pedagógico do exemplo que podem dar. Ativismo gera ativismo, movimento gera movimento. Vimos de longos anos de paralisia e chegou a hora de quebrar essa inércia, para ir ao encontro de nossa base de filiados, onde certamente haveremos de encontrar novos parceiros para a construção do PT que a esquerda democrática e a classe trabalhadora precisam: um partido realmente democrático, de massas e de quadros, militante e dirigente, como definiu o nosso 3º Congresso. Chega de pensar por pensar, e debater só prá marcar posição. É hora de pensar para agir e pensar em como agir. É hora de ir para a base, transformar eleitores em militantes e militantes em quadros. Este, companheiros e companheiras, é o grande desafio que temos o dever de encarar para avançar com nosso projeto, nessa nova etapa da luta de classes que foi inaugurada pelos protestos de junho.

Saudações Petistas,

Silvio Melgarejo

sábado, 25 de janeiro de 2014

Re: O mito do "partido dos núcleos" e a Administração como aliada da prática política. (1)

(Mensagem enviada em 25 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada em sua página na web com o número 15297. Trata-se de resposta ao comentário de um companheiro)

"Ataque aberto e ousado aos núcleos"? Aponte, exatamente, aonde você está vendo isso em meu texto, Carlos Kalifa. Sim, porque eu leio e releio e não consigo achar nada que sequer sugira isto. E parece que nem você mesmo achou, porque inicia dizendo que, "apesar da retórica contrária", eu ataco aberta e ousadamente os núcleos. Mas onde, afinal, está o meu ataque aos núcleos? Você não diz. Você está dando uma interpretação que não tem absolutamente nada a haver com o que eu escrevi. Eu demonstro que a política de núcleos de base nunca funcionou, citando relatos constantes de resoluções de antigos encontros nacionais do partido; aponto as razões que considero determinantes do não funcionamento da política de núcleos de base; e proponho medidas para garantir o funcionamento da política de núcleos de base. Cadê o ataque aos núcleos?

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O mito do "partido dos núcleos" e a Administração como aliada da prática política.

(Mensagem enviada em 23 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada, na mesma data, na página da web desta lista, com o número 15292, e na página da comunidade do diretório no Facebook)

Creio que há consenso no PT quanto à falta de núcleos de base. Há consenso de que eles são muito poucos e que funcionam, quase sempre, precariamente, atendendo a públicos bastante reduzidos. E algo que frequentemente se ouve, ao lado dessas constatações, é que o PT precisaria voltar a ser o que foi no passado, quando supostamente teria tido, em grande quantidade, núcleos de base fortes e atuantes, com intensa participação dos filiados.

A tese que passo a defender agora, como parte da justificativa para as propostas que vou apresentar ao 1º Diretório Zonal, é a de que isso é um mito. O PT nunca teve a sua base de filiados organizada em núcleos. E qual é a importância a meu ver de se desfazer esse mito? É que ele ajuda a mascarar as verdadeiras causas da imensa dificuldade que o partido tem de realizar, hoje, a política de núcleos idealizada na época da sua fundação, há quase 34 anos. Pois se se admite que houve um momento em que a política de núcleos funcionou de maneira satisfatória, deduz-se que, nesse momento, o partido sabia muito bem o que fazer para alcançar aquele resultado. E se os núcleos, de uma hora prá outra, deixaram de funcionar, não haveria de ser por outra razão senão o seu deliberado abandono pelos dirigentes do partido e pelos próprios filiados, subitamente tomados pelo desinteresse em participar.

Eu acho que não foi nada disso. Estou convencido de que a política de núcleos de base teve problemas, desde o início, para ser desenvolvida, e nunca alcançou, minimamente, os seus objetivos. Em favor dessa minha tese, cito os trechos abaixo, da resolução política do 5º Encontro Nacional do PT, realizado em 1987. Nessa época, o PT tinha apenas sete anos de existência e o Brasil vivia um momento de grande efervescência política e ascenso do movimento de massas. Não se vivia uma situação de apatia política no país. E, no entanto, vejam a análise da situação dos núcleos de base e diretórios aprovada pelo PT naquele ano.
“(...) 218. Atualmente, nossos núcleos de base são poucos e, na maioria das vezes, precários, havendo uma enorme distância entre os nossos desejos e a realidade. As razões disso são inúmeras: a pouca experiência política da maioria dos militantes petistas (o que é próprio de um partido em construção e que cresce rapidamente); [ a falta ] de quadros organizadores; a falta de infra-estrutura para o funcionamento dos núcleos (o que nos remete à questão das finanças); a falta de maior formação política; os entraves que vêm da legislação partidária herdada da Ditadura, e que se expressam no nosso Regimento (que, na verdade, termina priorizando os Diretórios com relação aos núcleos).
(...)
219. Os núcleos estão abandonados. Devemos reconstruí-los como a principal base e característica do Partido. Continuamos vivendo uma crise organizativa no PT. Os núcleos, mais do que nunca, estão desprestigiados. Entendidos desde o início como a principal base e característica do Partido, têm enfrentado sérias dificuldades para se generalizarem e se constituírem em organismos de massa. Não raro, a maioria deles fica voltada para questões de ordem interna – sem refletir os interesses das comunidades ou das categorias a que se vinculam – e, portanto, sem atrair novos participantes. Além disso, constata-se que vários petistas com posição de destaque no movimento sindical e popular não mantêm uma militância propriamente partidária, estando afastados de nossa estrutura orgânica. Os Diretórios, em geral, vivem da combinação de discussão sobre as questões internas do PT com o encaminhamento das campanhas gerais do Partido. Poucos são aqueles que conseguem articular essas tarefas com o impulsionamento e a direção do movimento social e a formulação de políticas alternativas no âmbito de sua atuação.
220. Um aspecto a ser observado é a carência de informação política dos militantes. Outro ponto de estrangulamento é a nossa fragilidade econômica, tendo implicações desde a questão da imprensa partidária ao fechamento de sedes de núcleos e Diretórios.
221. Chegamos a tal ponto não por descuido ou acidente de percurso. A fragilidade das estruturas orgânicas do PT teve início na campanha eleitoral de 1982, quando diluímos nossos núcleos e Diretórios em comitês eleitorais de candidatos que, em sua maioria, terminaram em 15 de novembro daquele ano, com o fim da campanha. De lá para cá, o PT encaminhou com relativo êxito algumas campanhas gerais, porém, até hoje, não conseguiu formular nem implementar uma política de organização que estimulasse o crescimento do Partido do ponto de vista orgânico (nucleação, formação política, finanças etc.). Essa fragmentação tem muito a ver com a postura que se tomou em relação à construção partidária. Mais que isto, tem a ver com a visão do papel do Partido que estamos construindo.
222. As campanhas gerais de intervenção na conjuntura, se por um lado aumenta as simpatias pelo PT, por outro lado, dissociadas de uma correta política de construção partidária, não conseguiram traduzir-se em aumento do nível de organização e enraizamento do PT na realidade social. Ocorre, por vezes, o inverso, ou seja, o Partido geralmente sai das campanhas mais disperso e desorganizado, portanto, mais fraco para resistir a novos avanços da burguesia. O esforço de intervenção na conjuntura, por meio de campanhas gerais, não foi acompanhado por uma política clara de reforço, politização e expansão da nucleação. O resultado foi a drenagem de forças e elementos para ações gerais e conjunturais, levando a um colapso a estrutura dos núcleos e Diretórios. É necessário um esforço consciente e priorizado para que os núcleos construam e ocupem o seu espaço na vida orgânica do partido e nas lutas sociais. (...)” 
(Trechos da resolução política do 5º Encontro Nacional do PT, de 1987)
Como se vê, em 1987, há 27 anos atrás, com apenas sete anos de existência, e em meio a uma situação de efervescência política e ascenso de massas no país, a situação do PT, no que tange à organização e funcionamento de suas instâncias de base, não era um mar de rosas como se costuma sugerir. O quadro descrito na resolução do 5º Encontro, é exatamente o mesmo que vemos hoje, o que significa que não houve uma degeneração, mas uma manutenção da desorganização partidária que vigorava naquela época. A resolução mostra que o PT fez um esforço muito grande para identificar as causas disso, mas que acabou, quase sempre, tomando efeitos por causas. A meu ver, no entanto, o partido acertou, e acertou em cheio, quando acusou a falta de quadros organizadores e a falta de política organizativa ou de construção partidária. A minha convicção é a de que estas são as duas maiores, senão únicas, causas da falência ou deficiência dos núcleos de base e diretórios.

Desfeito o mito da democracia petista de massas, do “partido dos núcleos”, que nunca existiu, mas sem abandonar o propósito de fazer do PT um partido de núcleos e uma democracia partidária de massas, é hora de voltar à busca de um diagnóstico preciso sobre a organização do PT e à busca de soluções para os problemas que temos nessa área. O meu diagnóstico – baseado no que vejo hoje e na leitura das resoluções dos Encontros Nacionais dos anos 80 – é o seguinte:

O PT nunca conseguiu fundar e manter núcleos de base e diretórios zonais capazes de abrigar e atender a todos os seus filiados, garantindo os seus direitos estatutários, porque nunca teve uma política administrativa para estas suas instâncias, e porque nunca se deu conta da necessidade de identificar e recrutar, em sua própria base de filiados, quadros técnicos capazes de conceber e executar essa política administrativa em cada região. E o que eu proponho para superar esses problemas?

Em primeiro lugar, o PT precisa se apropriar dos conceitos, princípios e técnicas de gestão de organizações, desenvolvidos pela Administração para a condução das empresas capitalistas. A própria Administração diz que esses conceitos, princípios e técnicas, são perfeitamente aplicáveis em qualquer organização, mesmo as que não têm fins lucrativos, para a obtenção dos melhores resultados, no esforço para atingir seus objetivos, e o PT, que é uma organização, não pode deixar de fazer uso deles, apenas por preconceito.

O que o PT precisa entender é que, para fazer funcionar as suas instâncias de base, não lhe basta ter e desenvolver o conhecimento e a habilidade política, tem que ter e desenvolver o conhecimento e a habilidade administrativa; e que o partido só vai poder encontrar e dispor desse conhecimento e dessa habilidade administrativa, recrutando estudiosos e profissionais da Administração em sua própria base de filiados. Um partido não vive sem quadros políticos. Mas também não vive se não tiver quadros técnicos.

A melhor, a mais acertada política, não sairá dos discursos se não houver uma máquina partidária capaz de realizá-la. Um partido é uma organização e já existe, há tempos, uma ciência social dedicada a desenvolver técnicas, exatamente, para a melhoria do desempenho das organizações. Essa ciência é a Administração e, subestimar a sua importância como fonte de respostas para os problemas práticos da ação política, renunciando, de antemão, às contribuições que ela pode oferecer, para a superação da nossa histórica deficiência organizativa, significa perpetuar essa deficiência, com graves e permanentes prejuízos para a nossa democracia interna e para a nossa capacidade de atuar coletivamente, como partido, na sociedade.

Silvio Melgarejo

23/01/2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Sem organização social e partidária, não há revolução, nem reformas.

(Mensagem enviada em 21 de janeiro de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada, na mesma data, na página da web desta lista, com o número 15279, e na página da comunidade do diretório no Facebook)

Rodrigo Cesar, autor do artigo “Prá não dizer que não falei de Floris”, publicado no site Página 13, da tendência do PT Articulação de Esquerda, confunde organização partidária com burocratização política, e, pelo visto, ainda não entendeu que não há formação política, mobilização social, trabalho de base, comunicação, etc., sem organização partidária. Aliás, ele mistura tudo, como se estas atividades fossem processos independentes, como se algumas delas não condicionassem o desenvolvimento das outras.

Parece ignorar que formação política, mobilização social e trabalho de base (que são as atividades citadas por ele) dependem não só da capacidade que o partido tenha de se comunicar com sua base de filiados, mas também da capacidade que o partido tenha de arrecadar recursos financeiros para as financiar; e que essa capacidade de se comunicar com a base, para fazer o trabalho político e arrecadar recursos financeiros, depende da existência de um cadastro de filiados, permanentemente atualizado, com dados para contato, como endereço, telefone, e-mail, redes sociais, etc. E manter esse cadastro de filiados atualizado é um trabalho organizativo.

Portanto, em relação à organização, as outras atividades são, sim, secundárias, no sentido de que dela são dependentes, de que a organização tem que ser, necessariamente, a primeira etapa do trabalho político do partido. Se as outras atividades são fins, a organização é a atividade-meio sem a qual elas não podem ser realizadas com a devida eficiência. E, ao não serem realizadas, aí sim, o partido se burocratiza, porque inviabiliza inteiramente a sua democracia interna e fica completamente sem poder de ação nas ruas.

É essa a realidade do PT hoje em dia, por falta de organização: elevadíssimo déficit de democracia interna e incapacidade total de atuar nas ruas com força proporcional ao seu número de filiados e eleitores. Mas já era assim nos anos 80, como atestam os documentos aprovados nos encontros nacionais de então. O PT nunca teve política organizativa e, por isso, suas instâncias de base sempre funcionaram mau e sua capacidade de ação política, como partido, sempre foi limitadíssima. Dos programática e estrategicamente mais moderados, aos programática e estrategicamente mais radicais, o desprezo, no PT, tem sido, historicamente, o mesmo, por este tema. Como se fosse possível fazer reformas profundas no capitalismo e até revolução socialista sem que as massas trabalhadoras e seu partido dirigente estejam muito bem organizados.

Ouçam Gramsci, que disse certa vez que “todo problema organizativo é um problema político”. E ouçam Lenin, que no funeral de Sverdlov, considerado por ele o maior organizador do partido bolchevique, acabou falando da importância da organização para a luta política revolucionária. Disse ele, na ocasião:
“(...)  Sem a violência revolucionária, o proletariado não poderia, evidentemente, ter vencido. Porém, não existe dúvida de que a violência revolucionária se apresenta como necessária e lícita tão somente em determinadas circunstâncias, enquanto que o atributo muito mais essencial na revolução, bem como o pressuposto de sua vitória, é a organização das massas proletárias. Nessa organização reside a profunda fonte de sua vitória. 
Precisamente esse lado da revolução proletária também produziu, no processo das lutas, os seus dirigentes que incorporaram a particularidade da Revolução Proletária: a organização das massas. Esse traço da Revolução Proletária produziu, igualmente, o Companheiro Sverdlov que foi, antes de tudo e em primeira linha, um organizador. 
(...) 
Companheiros. Particularmente nos tempos difíceis da preparação incessante, dolorosa e incomensuravelmente longa da revolução, nós, russos, tivemos de sofrer sobretudo em razão da divergência entre teoria, princípios, programa e prática. A história do nosso movimento revolucionário conhece, ao longo de muitas décadas, personagens dedicados à revolução que, entretanto, não puderam assegurar aplicação prática ao seu ideal revolucionário. Apenas a Revolução Proletária forneceu a base autêntica, o fundamento verdadeiro, o auditório real. E aqui, acima de tudo, destacaram-se aqueles dirigentes que conseguiram conquistar para si um lugar proeminente como organizadores práticos. Por direito, esse lugar pertenceu ao Companheiro Sverdlov. 
(...) 
Nesse sentido, encontro-me profundamente seguro de que a Revolução Proletária na Rússia e no mundo inteiro gerará diversos grupos de pessoas, inúmeras camadas de proletários e de camponeses trabalhadores que aportarão à vida significado prático e talento de organização, senão individual, então coletivo, sem o qual não será possível atingir a vitória." 
[Discurso de Vladimir I.U. Lenin, proferido na sessão extraordinária de 18 de março de 1919, dedicada à memória do presidente do Comitê Executivo Central dos Sovietes de Toda a Rússia (VTsIK), companheiro J.M. Sverdlov, publicado no Pravda (A Verdade) e no Izvestia (Notícias), em 20 de março de 1919] 
http://www.scientific-socialism.de/SverdDiscursoLenin.htm 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Pela criação das associações de usuários do SUS.

Objetivo - Fortalecer e qualificar a representação política dos usuários do SUS na sociedade e nos conselhos de saúde, para que consigam realizar, efetivamente, a gestão democrática do sistema, prevista na Constituição.


Sou dos que acreditam que o problema do SUS não é só de sub-financiamento, mas também, e talvez sobretudo, de má gestão dos recursos.

E, para mim, a gestão está sendo ruim porque não tem sido democrática.

Não que a gestão democrática, por si só, seja garantia de que o SUS funcione a contento.

Mas tenho a mais absoluta convicção de que sem a participação do usuário, que é o maior interessado, na gestão deste sistema tão grande e tão complexo, isto se torna impossível.

A gestão democrática é, portanto, a primeira condição que precisa ser atendida para que o SUS funcione adequadamente.

Sem ela, tudo mais que se proponha e faça tende a ser inócuo.

O SUS foi dotado, quando concebido, de um sistema de gestão democrática que nunca chegou a funcionar satisfatoriamente, tanto que até hoje é completamente desconhecido.

Se perguntarmos entre os filados do PT – que seriam, em tese, mais politizados do que a média dos trabalhadores –, o que é um “conselho distrital de saúde”, muito pouca gente vai saber responder.

E se perguntarmos aos que sabem onde e quando se reúne o conselho distrital correspondente ao bairro em que moram, a imensa maioria, tenho certeza, há de dizer que desconhece.

Eu penso que o SUS funciona mal, porque não existe organização dos usuários para controlar a gestão do sistema, desde a sua base, que são as unidades de saúde.

Os conselhos distritais, que são o espaço institucional destinado exatamente à participação direta dos usuários na gestão do SUS, tem sido historicamente subvalorizados pelos partidos de esquerda e pelos movimentos sociais, que simplesmente não têm política nenhuma para eles.

Os sindicatos e as associações de moradores, por exemplo, indicam, muitas vezes, os seus representantes e os mandam para as reuniões dos conselhos com a cara e a coragem, sem nenhum suporte técnico, jurídico ou político, para enfrentar debates sobre temas que, não raro, estão acima das suas capacidades de entendimento, com os representantes do Estado e dos servidores, que contam com muito mais recursos para a defesa de seus interesses.

Mas além dessa falta de assessoria técnica, jurídica e política, além desse completo despreparo, há também uma total falta de respaldo social aos conselheiros-usuários.

Isto porque as reuniões dos conselhos distritais de saúde são praticamente secretas, invisíveis, inaudíveis, absolutamente imperceptíveis, para a maior parte da população.

Ninguém, nas comunidades locais onde elas acontecem, tem conhecimento sequer de que elas ocorrem, quanto mais do que nelas é tratado.

E se as ignoram, como podem estas comunidades tentar influenciar de fora os seus desenvolvimentos e os seus resultados?

Como podem fazer chegar demandas aos seus representantes e expressar apoio a eles, desde as ruas, quando, através deles, estas demandas entram eventualmente nas pautas dos conselhos?

De modo que enquanto os conselheiros-gestores têm o suporte da estrutura estatal e os conselheiros-servidores têm o suporte da estrutura sindical dos servidores, os conselheiros-usuários não tem respaldo de estrutura nenhuma.

E isto acontece porque os partidos de esquerda e os movimentos sociais não têm e nunca tiveram política alguma para fazer do usuário do SUS o protagonista principal da luta pela saúde pública de qualidade no Brasil.

E como, a meu ver, se supera este problema?

Criando uma nova estrutura, exclusivamente destinada a representar, organizar e mobilizar os usuários do SUS, prestando, além disso,  assessoria técnica, jurídica e política aos seus representantes nos conselhos de saúde.

O Brasil precisa de uma Associação Nacional dos Usuários do SUS, com seções em todos os estados, que fomentem a criação de redes de associações municipais de usuários.

Portanto a tese que defendo é de que os problemas do SUS se devem ao não funcionamento do seu sistema de gestão democrática, chamado de “controle social”, e que isso só pode ser resolvido pelo fortalecimento da representação política dos usuários, na sociedade e nos conselhos de saúde, através da criação de entidades próprias, que seriam a Associação Nacional dos Usuários do SUS e suas correspondentes nos estados e municípios.

Esta política teria muito maior chance de êxito do que a simples reivindicação de mais recursos, sem a mínima garantia de que seriam melhor empregados do que os atuais, que parecem realmente descer pelo ralo, em grande volume e ininterruptamente, sem atender aos fins a que se destinam.

A saúde pública é vista hoje pelo povo brasileiro como prioridade entre os problemas que precisam ser resolvidos no país.

Esteve entre as demandas mais citadas pelos manifestantes de junho.

Mas não figura entre as prioridades de nenhum movimento social de grande envergadura, nem conta com nenhuma estrutura de grande porte, capaz de transformar a insatisfação das massas em ações políticas, com força suficiente para provocar mudanças.

De modo que a esquerda brasileira encontra-se hoje ante o seguinte dilema.

Ou constrói uma direção política para desencadear e conduzir a luta unificada dos trabalhadores por saúde pública ou a classe permanecerá dispersa, desorganizada, desorientada e sem poder de ação, abrindo um campo cada vez maior para as soluções de caráter privatista para os problemas do nosso sistema de saúde.

Por isso, eu defendo que, do mesmo modo e com o mesmo empenho com que, no passado, ajudou a construir a CUT, a partir de uma resolução já do seu 1º Encontro Nacional, em 1981, o PT assuma hoje, a bandeira da fundação da Associação Nacional dos Usuários do SUS e da criação de associações de usuários em todos os estados e municípios do país.

Se a saúde é hoje prioridade para os trabalhadores, deve ser prioridade também para o PT.

A demora em lhe dar este status mostra falta de sintonia do partido com os anseios populares.

A luta pela saúde pública, além disso, deveria ser encarada pelo partido como um investimento extremamente promissor na politização das massas, já que ela é uma luta que induz os trabalhadores a pensarem sobre o papel do Estado, enquanto os ajuda a desenvolver a consciência de classe, na medida em que os unifica, não estando sujeita à influência do corporativismo sindical ou do bairrismo das associações de moradores.

As associações de usuários do SUS, podem vir a ser a primeira grande experiência  de organização popular realmente classista, no Brasil, superior, inclusive, como agente politizador das massas, às centrais sindicais, que nunca conseguiram vencer o egoísmo de categoria profissional, chamado corporativismo, que evidentemente enfraquece a classe pela fragmentação de interesses.

Silvio Melgarejo

18/01/2014

Última edição: 12/06/2015

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ainda sobre o pedido de arrego do PSOL a Garotinho.

(Comentário sobre artigo da tendência CST/PSOL, dirigido a um de seus militantes)

Claro, o Freixo não foi "pedir arrego" ao Garotinho prá salvar o mandato do prefeito Gelsimar. Foi "exigir" que o PR paralisasse o processo de impeachment contra ele. E o Garotinho, com medo do Freixo e do PSOL, ligou imediatamente pro presidente da câmara de Itaocara e marcou um reunião entre ele e Freixo, para que Freixo "exigisse" diretamente dele o fim das hostilidades.

Olha, essa versão é tão surreal que tá mais prá Saramandaia que prá Bem Amado. Desde quando Garotinho tem medo do Freixo e do PSOL? Isso sim é um delírio.

A verdade é que Marcelo Freixo já deu declarações públicas muito favoráveis ao ex-governador e, certamente, por isso, tem dele alguma simpatia. O link anexado a este post é um bom exemplo disso.

No vídeo, Freixo aparece em discurso, atribuindo a paternidade do projeto de maior sucesso de Cabral, que é o das UPPs, a Garotinho. Alguém duvida que esse vídeo vá ser usado pelo Garotinho em sua campanha prá governador este ano? Eu não.

O que é importante destacar, é que no artigo publicado em sua página, a CST/PSOL confirma que Freixo pediu um encontro com Garotinho e que, na reunião que, realmente, houve entre eles, foi marcada uma outra, entre Freixo e representantes da bancada do PR, na câmara de Itaocara.

Até aí, tudo bate com a versão publicada revista esgoto. A diferença é que a CST/PSOL diz que Freixo foi "exigir", e a revista esgoto diz que ele foi "pedir".

Precisa ser muito alienado da política prá acreditar na versão da CST/PSOL.

A versão da revista esgoto é muito mais crível. Basta que se faça o seguinte raciocínio. Por que a "exigência" de Marcelo Freixo a Garotinho não foi feita publicamente? Por que precisou ser feita a portas fechadas, sem testemunhas? O que ele disse ao ex-governador que não poderia ser ouvido por ninguém, nem pela base do seu partido?

Vamos parar de tentar tapar o sol com a peneira e assumir a verdade? A verdade é que o Gelsimar vai sofrer o impeachment se não for encontrada uma saída negociada. Porque o PSOL tem, na câmara de Itaocara, apenas 1 vereador, contra uma oposição que tem 10 vereadores. Isto significa que o governo tem apoio de apenas 9% do parlamento, contra uma oposição que tem 91% das cadeiras.

A oposição se divide entre 5 vereadores do PMDB, ligados a Cabral, e 5 vereadores do PR, ligados ao Garotinho. Vendo que, do jeito que as coisas estão postas, o impeachment do Gelsimar Gonzaga é inevitável, a direção do PSOL do Rio escolheu um dos dois líderes partidários e foi pedir arrego.

Arrego, sim, essa é que a palavra que define o que está acontecendo. O PSOL tá pedindo arrego ao Garotinho, prá salvar o mandato do seu prefeito. Agora, o que será que o Garotinho vai pedir em troca? De graça é que não sair a ajuda dele, concordam?

É fácil, meus amigos, criticar o PT quando se está fora do governo. Difícil é achar solução diferente da que o PT usa para resolver o problema da governabilidade, quando se está num governo com minoria no parlamento, como PT está desde 2003, e como o PSOL está agora em Itaocara.

O PT tem uma bancada de apenas 17% da Câmara Federal. Se houvesse uma aliança entre todos os partidos de esquerda que lá tem representação, incluindo o PSOL, não se chega 29% do parlamento.

Se o PT tentasse governar só com o apoio destes 29%, Lula teria sofrido o impeachment já no primeiro mandato, ou teria sua gestão inteiramente comprometida por sucessivos e ininterruptos atos de sabotagem.

O PT resiste no governo e consegue fazer uma gestão tão bem avaliada pelos trabalhadores, porque, prevendo isso, adotou a forma de governo de coalizão, com parte dos partidos de direita, burgueses e fisiológicos, que, reunidos, dominam mais de 70% da Câmara Federal. Não negociar com eles, é pedir prá ser atropelado.

Tomara que Itaocara sirva de lição ao PSOL, já que sua propalada "nova forma de governar" não resistiu a um ano sequer de governo, com 9% de apoio na câmara municipal. Com minoria no parlamento, ninguém governa, botem isso na cabeça. Ou ignorem essa lei do nosso sistema político e enfrentem o impeachment do seu prefeito.

Freixo e a direção estadual do PSOL se renderam à realidade que têm diante de si e estão agindo de forma correta para salvar o mandato do partido no executivo daquela cidade. O que não dá é prá manter, daqui prá frente, o moralismo hipócrita e o desprezo pela análise da correlação de forças entre as classes, na análise que fazem das escolhas políticas feitas pelo PT. Espero que o arrego de Itaocara seja um banho de água fria no esquerdismo psolista.

***

No vídeo abaixo, Marcelo Freixo parece um deputado do PR, defendendo o "legado" de Anthony Garotinho.

https://www.youtube.com/watch?v=aerwOkYOQvY

Debate sobre política de alianças e construção partidária com um dirigente obtuso, autoritário e negligente.

Em 12/1/2014, compartilhei o link da seguinte notícia, de 25/12/2013, na comunidade oficial do 1º Diretório Zonal, no Facebook:

ELEIÇÕES 2014: PT muito perto de lançar candidatura própria ao Governo do Maranhão no ano que vem

Iniciou-se a partir daí o seguinte debate:


12/1/2014


Marcos Zarahi


Nossa força chegou e contribuiu para produzir este resultado.

Viva a Esquerda Petista !!!

VIVA O SOCIALISMO !!!!

PELA CORREÇÃO DE RUMOS DO PARTIDO !!!!


Eu


É da CNB a iniciativa de apoiar a proposta de candidatura própria, que fora derrotada no PED, para resolver o problema de ter que escolher entre apoiar o candidato do PMDB ou o do PCdoB ao governo do estado. Que rumos são estes que estão sendo corrigidos? Diz a notícia que postei:
"A convergência em torno da tese anda bem avançada entre a CNB nacional e a ala sarneysista do partido no Maranhão. Em tempo, gente ligada ao conselheiro TCE Washington Oliveira, já anda defendendo essa tese abertamente. O acordo passaria pela resolução do imbróglio da eleição do PED que ainda se encontra subjudice no estado. A executiva nacional declarando Henrique Sousa vencedor do PED (que foi o único candidato que defendeu a tese de candidatura própria) resolveria a crise do partido com relação à eleição do próximo ano."

Ricardo Quiroga Vinhas


Embora a melhor opção fosse apoiar o companheiro Flavio Dino, já é um passo para se livrar dessa aliança nefasta com essa família corrupta e tirânica.


Eu


Sei que o Flávio Dino é favorito mas não sei se dá prá ele levar já no primeiro turno. Se for pro segundo turno, pelo que diz a notícia, a CNB vai liberar a militância prá votar em quem quiser. E aí o Dino leva.


Eu


A aliança não é com a família corrupta e tirânica, é com o partido que tem a segunda maior bancada da Câmara Federal. O ideal é o PT preservar todas as suas alianças enquanto a esquerda não aumenta as suas bancadas. No Maranhão, o lançamento de candidatura própria é uma tentativa de manter a aliança tanto com o PMDB, quanto com o PCdoB.


Ricardo Quiroga Vinhas


No Maranhão é sim. Não temos aliança com a segunda maior bancada em vários estados. Portanto, é uma opção ficar aliado com essa familia bisonha. E acho lamentável liberar o voto considerando que são 40 anos de roubalheira, matanças e miséria.


Eu


O PT não estaria terminando o seu terceiro mandato presidencial, com os índices de aprovação popular que tem, se não tivesse o PMDB como aliado.

O principal interlocutor que o PT teve no PMDB foi, durante os últimos 10 anos, goste-se ou não, o José Sarney, porque ele é uma das principais lideranças daquele partido.

A prioridade do PT é continuar governando o Brasil, não derrotar o Sarney no Maranhão.

O partido já se posicionou majoritariamente no recente PED pela priorização da reeleição da Dilma, para dar continuidade ao projeto que está em curso.

Sarney é para o PT, dentro dessa perspectiva, não o oligarca do Maranhão, mas o líder do PMDB nacional, com quem tem que negociar uma aliança nacional, para garantir a reeleição da presidenta e a viabilidade política do seu segundo mandato.

Seria lamentável se o PT resolvesse priorizar as disputas nos estados, secundarizando a disputa presidencial e dando campo para que oposição retornasse ao governo do país. Se o PMDB de Sarney não estivesse com o PT no governo, estaria com o PSDB na oposição. Quem defende a ruptura com ele agora, deve estar consciente de que isso representaria a volta do PSDB ao poder.

De novo eu insisto. Não se governa um país com o sistema político que o Brasil tem, com uma bancada de 28% do parlamento - que é o tamanho da esquerda governista -, muito menos com uma bancada de 17% do parlamento - que é o tamanho da bancada do PT na Câmara. Governo sem maioria no Parlamento ou é inviabilizado mediante boicote e sabotagem, ou é deposto sumariamente como foi Fernando Lugo, no Paraguai.


Sebastian Rojas Archer


Interessante afirmar que a aliança não é com os corruptos, mas com o partido dos corruptos, com a maior bancada da bala, da bola, da bolha, da bata, do bico, da bica, ... No MA o certo neste momento é apoiar o Dino e reconstruir o partido com uma bancada com lado definido.


Eu


Rompe-se a aliança com o PMDB e a eleição da Dilma? Cumé que fica?


Ricardo Quiroga


Porque o rompimento pelo lado de lá no RS e BA não é problema, mas no RJ e MA é? Aliança interessante em que nós só cedemos, somos chantageados, boicotados e temos qie fechar os olhos para a corrupção, assassinatos, torturas, etc. Não somos nós que devemos ao PMDB. Este que nos deve.


Eu


Ricardo Quiroga. Porque o rompimento pelo lado de lá no RS e BA não é problema, mas no RJ e MA?

Porque uma das lideranças individuais mais influentes dentro do PMDB é o Sarney, e porque o Rio de Janeiro é a seção mais forte nas convenções do partido.

Rio Grande do Sul e Bahia não estão nem entre as cinco maiores representações, como se pode verificar na reportagem da página do partido, intitulada "Raupp: PMDB realiza Convenção Nacional no dia 2 de março".


Ricardo Quiroga Vinhas


A Bahia e o Rio Grande sao fundamentais para o PT. E o Cabral é o maior traira em relação ao governo. Essas bancadas votam conosco? Em nome de uma conta fria se justifica a tolerância e a cumplicidade com assassinatos, torturas e corrupção? Essa aliança às cegas nos traz mais votos ou nos tira e desgasta? A aliança nacional não pode justificar tudo.



13/1/2014


Eu


Se o PMDB não estivesse conosco, o nosso governo já teria caído há muito tempo. A aliança não é às cegas, muito pelo contrário, todos os que a apoiam sabem muito bem o que está em jogo e o que pretendem com ela.

O PT não é tolerante, nem cúmplice de assassinatos, torturas e corrupção, porque o PT não cometeu nenhum destes crimes e porque não cabe ao PT abrir inquéritos criminais, fazer investigações, julgar e condenar quem quer que seja. Existem instituições com essas atribuições constitucionais, como o Ministério Público, a Policia Federal, a CGU e o Supremo, cada qual em sua esfera de ação específica.

Se Cabral e Sarney cometeram crimes, que o Ministério Público entre com um pedido de investigação no Supremo, como manda a Constituição, e que eles respondam na forma da Lei pelas acusações sofridas e pelos delitos que tiverem cometido.

Mas o PT é mais intolerante ainda é com a fome, a miséria, o desemprego, o arrocho salarial, a falta de acesso à educação, saúde, saneamento, luz elétrica e moradia. Por isso busca todos os aliados possíveis para proporcionar aos trabalhadores uma vida digna, livre de todas essas carências. E os trabalhadores têm reconhecido o nosso esforço e a natureza da aliança que fomos obrigados a fazer prá que ele seja exitoso. Senão não votariam na gente.

Parece que, prá você, resgatar 50 milhões de brasileiros da miséria, criar o Bolsa Família, o Prouni, o Pronatec, o Luz Para Todos, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos, estender direitos sociais aos trabalhadores domésticos, conseguir atingir a menor taxa de desemprego da história do país, aumentar salários, reduzir durante 10 anos ininterruptamente a desigualdade; parece que tudo isso prá você é nada. Parece que preferia que nada disso houvesse, que o povo ainda vivesse como vivia em 2002.

Veja que coisa curiosa. Enquanto por todo o mundo os trabalhadores foram prá rua protestar por emprego e salário, aqui não se viu um cartaz sequer ou palavra de ordem dizendo "cadê meu emprego" ou "cadê meu salário", nos protestos de junho. Se este país estivesse sendo governado pelos tucanos, o coro daqui seria igual ao da Europa. E o Brasil poderia mesmo estar sendo governado pelo PSDB há muito tempo, talvez desde 2005 ou 2006, se o PT não tivesse tido a ajuda do PMDB para se sustentar na presidência e viabilizar o seu projeto ainda que parcialmente.

A aliança nacional é justificada por todo o bem que ela tem proporcionado ao povo brasileiro nos últimos dez anos. Para conseguir cumprir os mandatos presidenciais conquistados pelo voto e para realizar tanta coisa boa pelo país, o PT não tinha outra alternativa senão fazer essa aliança. Como tudo na vida, ela tem os bônus e os ônus. Mas, postos na balança, facilmente se verifica que são infinitamente mais significativos os bônus do que os ônus, para a classe trabalhadora brasileira. E é isso que me dá a convicção de que esta é a política certa.


Guilherme Simões Reis


Não é verdade que defender que o PT pressione o PMDB seja sinônimo de rompimento da aliança nacional. Esse argumento desculpe-me, é terrorismo sensacionalista.

Além do fato ressaltado pelo Quiroga de que o PT e o PMDB não estarem aliados é tido como problema no RJ e no MA mas não é em outros estados (e como membros do PT-RJ acham normal que sejamos o objeto da negociação suja, que sejamos a seção periférica e a vergonha do partido?!), a verdade é que é interessante para o PMDB estar no governo federal por si só, pois controla várias ministérios e cargos de primeiro escalão.

É um equívoco colossal o PT rifar estados como parte da negociação, que deveria se dar em termos nacionais (nos estados em que houver afinidade, ótimo, pode espelhar a coalizão nacional, mas onde não houver, que estejam de lados opostos, oras!).


Ricardo Quiroga Vinhas


Esse maniqueísmo e autoritarismo para encerrar as discussões sobre a aliança é que são lamentáveis.

Não foi o pmdb que trouxe as conquistas para o povo, mas pt, lula e dilma.

O pmdb tem nos sabotado ao máximo.

Eles que querem destruir as conquistas.

Os nossos dois maiores inimigos no parlamento são Henrique Alves e Eduardo Cunha.

É assustador quando vejo alguém defender ou minimizar a atuação de cabral e sarney.

Como assim "se eles fizeram"?!!

O que é a pm de cabral?

O que são os desaparecimentos e torturas nas comunidades?

O que foi o escândalo da delta?

O que são os desvios da saúde?

O que é o morticínio dos presídios do Maranhão, decorrente de sua privatização e benefícios a empresas de aliados políticos de sarney?

Cabe ao pt denunciar sim e se disdociar disso inclusive saindo dos governos.

Ao mp cabe a parte judicial, a nós a parte política.


Eu 

"Esse maniqueísmo e autoritarismo para encerrar as discussões sobre a aliança é que são lamentáveis." (Ricardo Quiroga Vinhas)
Talvez você se sinta intimidado pela autoridade dos meus argumentos, e não pelo meu suposto autoritarismo, porque autoritário eu não estou sendo, muito menos maniqueísta.

Essa é uma acusação ridícula.

Faço análise política e defendo posições me baseando em fatos.

Trago números que você não contestou porque sabe que são verdadeiros.

É nesses fatos e nesses números que se fundamenta a minha tese e enquanto você não demonstrar que eles são falsos, a minha tese permanece válida.

Autoritarismo é você ignorar toda a argumentação que faço, fingir que ela não existe - evidentemente por não saber como contestá-la - e apresentar uma argumentação que começa com uma imputação falsa de que eu quero encerrar a discussão sobre alianças.

Se eu quisesse encerrar a discussão, não a alimentaria expondo meu pensamento.

Você diz que foram o PT, Lula e Dilma que trouxeram benefícios para o povo.

Não é possível que acredite nisso mesmo.

Se fosse assim, não seria necessário fazer aliança com o PMDB, nem com ninguém, poderíamos governar sozinhos.

Me explique, então, porque, no PED, apenas um único candidato, Serge Goulart, defendeu a ruptura da aliança com o PMDB?

Que interesse teriam todos os outros - entre eles Valter Pomar, para quem você fez campanha - na manutenção de uma aliança supostamente inútil, que só nos traz prejuízo?

Dizer que Lula e Dilma não sofreram impeachment e conseguiram realizar tanta coisa contando apenas com a força da bancada federal do PT, que corresponde a 17% do parlamento, só pode ser brincadeira.

Ou então você deve achar que somos um partido de deuses, capazes de produzir milagres.

Não, eu não minimizo a atuação de Cabral e Sarney.

Você é quem minimiza a importância do PMDB na sustentação do governo petista.

Aliás, a impressão que dá é que você e outros por aqui gostariam de ver o PT fora do governo, na oposição.

Aí não precisava fazer aliança prá nada, era só ficar na arquibancada cornetando, como vocês fazem aqui, junto com a esquerdinha burra, de classe media, do PSOL, PSTU, PCB e PCO.

O PT não foi criado só prá marcar posição no debate político e posar de revolucionário.

O PT foi criado prá mudar o país e melhorar a vida dos trabalhadores.

E está cumprindo com êxito esta sua missão, tanto que os trabalhadores tem votado no partido.


Eu 

"Não é verdade que defender que o PT pressione o PMDB seja sinônimo de rompimento da aliança nacional. Esse argumento desculpe-me, é terrorismo sensacionalista." (Guilherme Simões Reis)
Não, Guilherme. Isso não é terrorismo, é realismo. Pressão, mal dosada, provoca ruptura.
"Além do fato ressaltado elo Quiroga de que o PT e o PMDB não estarem aliados é tido como problema no RJ e no MA mas não é em outros estados" (Guilherme Simões Reis)
Eu já respondi isso ao Quiroga. Sarney é uma das mais influentes lideranças no PMDB nacional, e o PMDB do Rio é a maior seção do partido, a que tem o maior número de delegados nas convenções.

Ambos, Sarney e o PMDB do Rio, tem uma influência maior no PMDB nacional do que todos os outros caciques e seções estaduais.

Por isso, têm o poder, que outros lá dentro não têm, de botar seus interesses regionais na mesa de negociação da aliança nacional com o PT, como moeda de troca.
"a verdade é que é interessante para o PMDB estar no governo federal por si só, pois controla várias ministérios e cargos de primeiro escalão. " (Guilherme Simões Reis)
Esta sua afirmação segue a mesma linha de raciocínio de uma outra que você fez em outro tópico, que foi a seguinte:
"Se o PMDB deixa o governo ele vira oposição, ou seja, perde todas as vantagens de ser governo" (Guilherme Simões Reis)
Eu te respondi da seguinte forma:
"Sobre a sua afirmação de que 'se o PMDB deixa o governo ele vira oposição, ou seja, perde todas as vantagens de ser governo', eu te digo que não durante muito tempo. 
A oposição encorpada pela adesão do PMDB, constituindo maioria, encheria a pauta do Congresso de CPIs, boicotaria e sabotaria todos os nossos projetos e, associada aos seus aliados na imprensa, no Ministério Público e no STF, inviabilizaria o nosso governo e o levaria a um tal grau de desgaste perante a opinião pública que ele acabaria sendo interrompido ou por um impeachment ou por uma derrota eleitoral. 

Aí a oposição voltaria ao governo tendo o PMDB em sua base de apoio. 

Quem é que perderia com isso? 

Só o PT? 

Não. 

Perderia a classe trabalhadora, que veria todos os avanços obtidos pelo PT, com o apoio do PMDB, na última década, irem pelo ralo."
Mais adiante, você diz:
"É um equívoco colossal o PT rifar estados como parte da negociação, que deveria se dar em termos nacionais (nos estados em que houver afinidade, ótimo, pode espelhar a coalizão nacional, mas onde não houver, que estejam de lados opostos, oras!)." (Guilherme Simões Reis)
O que determina os termos de qualquer acordo é o poder de barganha de cada negociador. O PT tem a presidência da república, mas um presidente não governa se não tiver o apoio da maioria do parlamento.

O parlamento é fragmentado em várias bancadas proporcionalmente pequenas. A maior é a do PT, com 17% dos deputados. A segunda maior é a do PMDB, com 14%. Os dois partidos formam o núcleo de uma maioria que inclui uma série de outras bancadas de legendas ainda menores.

PT e PMDB sabem que o governo petista não sobrevive a um ano de gestão com minoria no Congresso. Sabem que a ajuda do PMDB é importante e eu diria até vital, dado o tamanho modestíssimo de nossa bancada, não obstante ser ela a maior.

Em termos de representação política no Parlamento, PT e PMDB se equivalem, não dá pro PT agir numa negociação como se tivesse capital político muito maior, porque não tem, e ia acabar dando com os burros n'água. Ninguém faz acordos bons superestimando a própria condição e subestimando o que o interlocutor pode oferecer.


Ricardo Quiroga Vinhas


Aqui, ao contrário de você, ninguém desqualifica o outro por defender a aliança.

O que criticamos claramente é o aliancismo cego e um governismo pitbull que manipula falas e traz um maniqueísmo digno do "Brasil: ame-o ou deixe-o".

Pmdb virou um partido heróico, necessário, aliado de classe.

As políticas boas desse governo são nossas! !

O fato de o pmdb apoiar ou não se opor nao as torna dele.

Quando o interesse dele foi afetado, fomos derrotados.

Eu vejo aqui se falar tanto nos presos da AP 470 e nenhuma solidariedade do pmdb.

Pelo contrário, Henrique Alves ajudou a enterrar genoino.

Tem mais: cem atos de bondade não escondem um crime.

Vejo que se foge do debate da corrupção e exterminio praticados por cabral e sarney.

Essas políticas destroem aquilo que construímos.

Ou seja a aliança nesses estados é contraproducente inclusive nacionalmente.

Tem gente que se sente confortável ao lado de assassinos, torturadores e ladrões. Eu não.



14/1/2014


Eu


Primeiro, Ricardo Quiroga Vinhas, eu não desqualifiquei ninguém. Segundo, defendo a aliança com o PMDB com argumentos lógicos, baseados em premissas factuais que você em nenhum momento contestou. Aliás, nenhum dos meus argumentos foi analisado por você. Ao invés de criticá-los, como seria natural num debate de ideias, você me critica, como se isso fosse abalar o valor do que tenho dito. Você finge, por conveniência, não ouvir o que eu digo. Mas eu não vou ter contigo essa desconsideração. Vamos lá.

Eu nunca disse que o PMDB é um partido heroico e um aliado de classe. Desafio você a mostrar onde isso está escrito. Mas eu disse, sim, que a aliança com o PMDB é necessária, e isso os números da composição do Congresso provam.

As políticas boas desse governo são de fato nossas. Mas nós não temos votos suficientes para sozinhos, ou contando apenas com os aliados de esquerda, aprová-las no parlamento. Aliás, nós não teríamos sequer chance de dar entrada com esses projetos na Câmara, se Lula tivesse sofrido o impeachment em seu primeiro mandato.

Não sei se você lembra, mas em 2005, quando até dentro do PT Lula apanhava, e já faziam no Congresso, campanha pelo seu impeachment, Sarney foi à tribuna do senado e fez uma defesa enfática do mandato do presidente, afirmando a convicção que tinha de sua inocência.

Eu acho que preciso lembrar a você, Quiroga, que o vice-presidente da república é do PMDB. Isto significa que, queira você ou não admitir, o governo do PT é também do PMDB. Do PMDB e de todos os demais partidos que fazem parte da coalizão governista.

É lógico que o PMDB não vota tudo conosco. É evidente que em muitos casos nossos interesses são conflitantes, quem disse o contrário? Mas nem sempre há conflito de interesses. E é esse mesmo o espírito dos governos de coalizão. Unir partidos diferentes para a realização de um programa de governo composto por projetos que sejam do interesse de todos.

Não sei se você sabe, mas, ainda em 2003, foi aprovada no Senado a Lei do Bolsa Família. E você sabe quem era o relator do projeto de lei? Renan Calheiros. E olha que nessa época o PMDB ainda estava fora do governo, divido entre uma ala governista e uma ala oposicionista. Calheiros já era governista, e ajudou a aprovar um projeto pelo qual se entusiasmou e que se tornou uma das maiores marcas do governo petista.

Acho que você também ainda não entendeu é que uma coalizão de governo é feita prá governar, não prá tratar de temas que são alheios ao governo. A batalha pela anulação do julgamento da AP-470 não se dá no parlamento, se dá no judiciário. O acordo do PT com o PMDB é pra eleger Dilma e dar suporte ao seu governo. Apenas isso. Governos estaduais excepcionalmente, são incluídos na negociação. Mas não há nenhuma previsão de que eles tenham que prestar socorro a lideranças nossas que estejam com problemas que não tenham relação com o nosso pacto pela governabilidade.

Em 2005, quando começou uma campanha no Congresso pelo impeachment de Lula, Sarney e Calheiros se posicionaram firmemente a favor do presidente. Isso não é conto. É História.

Eu não fujo do debate sobre a corrupção. Mas se tem alguma coisa que aprendi na política é que o debate sobre a corrupção costuma ser o refúgio predileto de quem não quer se comprometer enfrentando outros debates. O discurso moralista e de criminalização de adversários, é um discurso fácil, de apelo quase sempre emocional, que não exige muita reflexão nem de quem fala, nem de quem ouve.

Lamento se você se sente desconfortável apoiando Dilma, Ricardo, já que segundo você ela e Lula andam cercados de criminosos. Lamento, mas eu estou mais preocupado com o conforto dos milhões de brasileiros que precisam e têm, cada vez mais, podido contar com o nosso governo para verem reconhecidos e garantidos os seus direitos. Se você se envergonha dos governos Lula e Dilma, é porque não compreende a importância do que eles realizaram para o povo brasileiro, especialmente para os milhões de trabalhadores que até pouco tempo viviam na miséria. Eu tenho orgulho dos nossos governos, porque percebo e vejo o mundo todo também reconhecer o bem que eles fizeram pelo Brasil.

Nós não vivemos num mundo de santos. O PT não é um partido de santos. Não me julgo superior aos criminosos, nem duvido da existência do germe do bem e do amor no coração de todos eles. Nenhum criminoso é incapaz de fazer coisas boas. Se há na política ladrões e homicidas que não foram julgados e condenados pela justiça; se eles querem ajudar um governo a proporcionar uma vida melhor ao seu povo; e se essa ajuda é necessária para vencer a resistência das forças do egoísmo e do conservadorismo na sociedade; porque devemos negá-la, renunciando à possibilidade de realizar o nosso justo desejo de levar democracia e justiça social a cada canto desse imenso país? Nós já temos feito tanta coisa, contando com gente de todo tipo. Vamos dar valor ao que já conquistamos, Ricardo, e deixemos de farisaísmo.


Marcos Zarahi


Bravo, Quiroga !!


Ricardo Quiroga Vinhas


Aliança é reciprocidade. Cedemos e cedem. Damos apoio e dão apoio.

Entretanto, cada vez se vê mais o ataque ao PT, ao governo, chantagens e picaretagens e nós temos que responder por elas.

Quem enterrou a bandeira mais cara do PT dos últimos tempos?

Quem sabota as votações do governo na Câmara?

Quem ajudou a enterrar Genoino?

Quem está construindo a oposição na Bahia?

O que vemos é que quando são projetos ideológicos nossos, o outro lado não cede.

Isso não é aliança, é submissão.

O tal apoio do SArney foi retribuído ao longo dos últimos anos a ponto de anular o PT do Maranhão.

Já foi pago com juros estratosféricos.

Agora, como foi dito o que importa é a estratégia nacional.

E ela depende de palanques fortes nos estados e deixar para trás as bolas de ferro que nos prendem.

Eu vejo da parte dos aliancistas cegos, uma intolerância sectária em relação a críticas muitas vezes pertinentes dentro do PT a posições do partido e do governo.

Mas quando somos criticados da mesma forma ou até de modo mais duro e injusto por aliados, principalmente do PMDB, é um silêncio estrondoso!

É a crítica que não ousa dizer seu nome!

Não pode falar mal.

Não pode propor alternativas e lutar por elas.

É o silêncio em nome da aliança nacional.

Fecha-se os olhos, pensa-se em como o Sarney é um homem histórico e Cabral é um grande aliado e assim esquecemos os decapitados, os Amarildos, as filas dos hospitais, a miséria e o analfabetismo funcional frutos das políticas dos grupos políticos que compõem acritica e impunemente nossa coalizão.


Eu


Cego eu não sou. Leio tudo o que você escreve e sobre isso respondo. Quem parece estar mal da vista é você que não comenta uma linha do que eu escrevo, quanto mais um parágrafo.

Aliás no primeiro parágrafo do meu comentário, dois posts acima, eu falei sobre esse negócio de me chamar de "aliancista cego". Reproduzo abaixo:
"(...) defendo a aliança com o PMDB com argumentos lógicos, baseados em premissas factuais que você em nenhum momento contestou. Aliás, nenhum dos meus argumentos foi analisado por você. Ao invés de criticá-los, como seria natural num debate de ideias, você me critica, como se isso fosse abalar o valor do que tenho dito. Você finge, por conveniência, não ouvir o que eu digo."
Ontem, eu já havia comentado este mesmo tema. Disse então:
"Se o PMDB não estivesse conosco, o nosso governo já teria caído há muito tempo. A aliança não é às cegas, muito pelo contrário, todos os que a apoiam sabem muito bem o que está em jogo e o que pretendem com ela."
Mas você não comentou o que eu disse. Suponho que não tenha visto. Será cegueira?


Eu 

"Eu vejo da parte dos aliancistas cegos, uma intolerância sectária em relação a críticas muitas vezes pertinentes dentro do PT a posições do partido e do governo. Mas quando somos criticados da mesma forma ou até de modo mais duro e injusto por aliados, principalmente do PMDB, é um silêncio estrondoso!" (Ricardo Quiroga Vinhas)
Não sou intolerante a críticas ao governo e ao partido.

Sou intolerante a campanhas oposicionistas ao governo e ao partido, dentro do partido.

Não vá me dizer que você não sabe a diferença?

Se tivesse gente do PMDB aqui fazendo campanha contra o PT, Lula e Dilma, eu responderia.

Mas aqui eu presumo que só haja petistas.

Às vezes até desconfio que um ou outro não seja.

Mas aí é outra conversa.

Agora, não resta a menor dúvida, de que é mais natural um cara filiado ao PMDB fazer campanha contra Lula, Dilma e o PT, do que um cara filiado ao PT fazer campanha contra Lula, Dilma e o PT.

Prá mim, quem faz campanha contra o PT não é petista.


Ricardo Quiroga Vinhas


Para mim quem tolera e justifica o pmdb tampouco é petista.

Como eu disse não vejo uma linha sua discutindo os problemas da aliança e defendendo o partido e o governo dos ataques grotescos do pmdb.

Aliás, você é mais realista que o rei.

O próprio Lula faz autocríticas mais duras.

Portanto, há um aliancismo cego.

E não me venha com a tática vejiana de ignorar o que falamos.

Seus argumentos são rebatidos claramente.

A questão é que você não concorda, o que é seu direito.

Entretanto, desqualifica as discordâncias e tenta autoritariamente interditar o debate com a acusação ridícula de que quem diverge da sua linha é oposição ao governo e ao PT.

Não vejo qualquer autoridade ou legitimidade em você para fazer uma afirmação leviana desse tipo.

Esse é um partido de massas e tendências que historicamente tem altas divergências internas.

Quem participou do PED e está no dia a dia do partido vê isso.

Se quer um partido com pensamento único então funde o seu próprio, porque essa não é a tradição da esquerda.


Eu


Eu não justifico nada, Ricardo Quiroga Vinhas. As justificativas para a manutenção da aliança do PT com o PMDB, falam por si mesmas, e não são nada além do que os resultados alcançados, com ela, pelos governos Lula e Dilma.

Se há gente no PT que desaprova esses nossos governos, a maioria do povo brasileiro e a maioria dos filiados do PT aprova, tanto que Dilma é favorita à reeleição e há um grande entusiasmo dentro do partido para fazer sua campanha.

Vamos fazer algumas definições prá tentar deixar a coisa clara.

O petista de verdade tem concordância com a essência e com a maior parte das ações do partido. Suas críticas são pontuais.

O falso petista, ao contrário, discorda da essência e da maior parte das ações do partido. Suas críticas são totais.

O que eu mais vejo por aqui, não são críticas pontuais, são críticas totais às ações do PT e do seu governo. E críticas que são feitas com uma frequência e uma intensidade tais, que acabam, no fim das contas, assumindo o claro sentido de uma verdadeira campanha oposicionista. É contra isso que me oponho.

Me parece estranho que na comunidade oficial de uma partido político, haja um empenho e uma dedicação maior em mostrar aos visitantes o que o partido, supostamente, faz de errado, do que o que o partido, comprovadamente, faz de certo. Ao invés de preparar esses visitantes para serem defensores do partido na sociedade, investe-se na preparação de militantes oposicionistas ao próprio PT e ao seu governo.

A atmosfera oposicionista aqui é tão grande, que alguns infiltrados sentem-se à vontade até para fazer campanha aberta para o PSDB. E quando se vê que um dos adeptos da crítica total é um ex-presidente de zonal e membro em exercício de um diretório municipal do partido, aí é que a coisa fica mais estranha ainda.



15/1/2014


Ricardo Quiroga Vinhas


Estranho é um tão ardoroso militante internético jamais combater a direita publicamente, nem aqui no mundo virtual nem no mundo real. Não participar de qualquer fórum do PT seja virtual (além deste aqui), seja real. Não estar nas ruas, nas atividades partidárias, nada. Sua única atividade é ser mais aliancista e mais acrítico que o próprio Lula que ano passado foi duro com o partido. E quero que aponte quem faz campanha do PSDB e é adepto da crítica total. E o faça com muito cuidado, porque acusações levianas e mentirosas terão as respostas políticas à altura.


Eu


Nossa, que medo!!! (rsrsrs)

Olha, dizer que Lula e Dilma não fizeram nada em seus governos, que tudo de bom que existe hoje no país é obra de FHC, prá mim, é campanha tucana. E isso é o que tem dito Marcos Zarahi.

Sobre você, eu nunca vi uma postagem sua aqui com um conteúdo que não fosse de crítica ao PT e ao nosso governo. Se houve, foi exceção. E se achar que eu estou errado, por favor, mostre postagens suas falando de algo positivo do PT e dos governos Lula e Dilma. Eu agradeceria muito se me corrigisse, caso eu esteja realmente com uma percepção errada.

Não vou responder às suas observações sobre mim, porque sei que são uma forma de tentar mudar o foco da discussão. Não caio nessa. Se quiser abrimos um tópico prá falar de formas de militância política e um outro prá fazer um balanço da situação do 1º Diretório Zonal, ao fim da sua gestão.

Mas aqui o tema é outro, e eu até entendo a sua tentativa de mudar de assunto. Parece que você está, mesmo, com alguma dificuldade prá sustentar a sua tese. Calma, não se desespere. Mudar de opinião pode ser a saída e não mata ninguém. É só ter um pouco de humildade que não dói nenhum pouco.


Ricardo Quiroga Vinhas


Já entendi, aqui só cabe discutir a militância de todos menos a sua. Isso sim é tergiversar, como tem feito quando demonstramos a política nefasta do PMDB. Mas para você, os decapitados do Maranhão e os Amarildos do Rio são um detalhe menor. Tanto é que foge do tema como o diabo da cruz. Não tenho nada a ver com Zarahi, mas estou curioso para ver onde ele diz que o que temos de bom herdamos do FHC. E também estou para ver seu debate defendendo o PT em outras esferas que não aqui.


Ricardo Quiroga Vinhas


Quanto ao que eu posto, porque você não checa minha página pessoal, onde debato publicamente, não escondido no fórum apenas da Zonal. É mole dizer que defende o PT por aqui. Talvez para não se queimar com amigos coxinhas ou potenciais empregadores, sei lá né. Como eu disse, eu atuo na rua desde 1989, defendendo o partido. Com maior envolvimento partidário desde 1998 e com bastante força em 2002, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2012. São embates violentos com a direita e a dita extrema-esquerda. Nunca vi você em qualquer lugar. Aliás, não é à toa que nenhum militante desta área conhece você. E não adianta falar de rede ou que quer que seja. Aqui todos conhecemos os blogueros sujos, militantes virtuais que defendem abertamente o PT. E nenhum deles conhece você.


Ricardo Quiroga Vinhas


Por outro lado, minhas últimas postagens foram criticando o PMDB e a submissão a este, que você defende com afinco. Como eu disse, o governismo cego e virtual é tão absurdo que não permite criticar o "aliado" que nos sabota.


Eu


O que eu disse:
"O Minha Casa, Minha Vida só existe porque o PT teve a ajuda do PMDB para realizá-lo. Seríamos mais "esquerda" se tivéssemos deixado de dar moradia a mais de 7 milhões de trabalhadores?"
O que respondeu Marcos Zarahi:
"Portanto, com ou sem o PMDB tudo isso estava na pauta de realizações deste decênio, qualquer que fosse o governo".
E, mais adiante:
"Silvio, veja bem, quando afirmo que algumas questões estavam pra ser realizadas é porque o pensamento que o CNB tem sobre políticas públicas e suas idéias neodesenvolvimentistas de direita são as mesmas do PSDB.

Quando afirmo que os govs. Lula e Dilma são continuidades do modelo FHC, falo muito sério.

O PT, controlado pelo CNB, é a outra face da mesma moeda que é o modelo neoliberal estruturado pelo FHC... Tem mais linhas de continuidades do que rupturas e inovações.

Pra dizer ainda mais a verdade, o Bolsa Família é do FHC..."
Ou seja, desde 2003 o Brasil vive o melhor momento de sua história no campo econômico e social, e isto não tem nada a haver com o PT, aconteceria de qualquer maneira, com qualquer um que entrasse no governo, porque tudo foi deixado pronto e encaminhado pelo FHC.

Ora, esse é o discurso tucano há muitos anos, desde que as pesquisas de opinião começaram a apresentar altos índices de aprovação ao governo Lula e desde que o PT começou a conseguir uma reeleição atrás da outra. E esse é o discurso do Marcos Zarahi.

E quais são as únicas conclusões lógicas que se pode extrair desse discurso? Simples. Não precisava eleger Lula e Dilma. Serra e Alckmin fariam o mesmo que eles fizeram e até melhor, já que os tucanos foram os verdadeiros autores da obra. Seria mais justo, por isso mesmo, que eles mesmos colhessem os frutos do que plantaram.

É isso que estamos vendo ser pregado na comunidade oficial do 1º Diretório Zonal do PT. Uma tese tucana.


Eu 

"Já entendi, aqui só cabe discutir a militância de todos menos a sua. Isso sim é tergiversar, como tem feito quando demonstramos a política nefasta do PMDB." ( Ricardo Quiroga Vinhas)
De todos, não. Dos dirigentes. Se você conhecesse o estatuto do PT saberia que dirigentes e não-dirigentes têm atribuições e níveis de responsabilidade diferente. Como em qualquer organização, aliás.

O dirigente partidário não tem que cumprir só com os deveres dos filados em geral, constantes do estatuto. É responsável também pelo cumprimento das atribuições do diretório do qual é membro, perante as instâncias superiores e, principalmente, perante os filiados de sua base, já que muitas dessas atribuições dizem respeito à garantia de direitos deles, previstos no estatuto.

Já os filiados de base, que não são dirigentes, têm, de fato, como um dos deveres, "participar das atividades do Partido". Mas, ao lado disso, têm, como direito, "ser tratado de forma respeitosa, sem distinção do grau de disponibilidade militante".

Você foi presidente do 1º Diretório Zonal, é membro agora do Diretório Municipal, mas demonstra que ignora tudo isso. Tá precisando ler o Estatuto.

Passando ao outro ponto. O que vejo ser apontada, aqui, como nefasta, não é a política do PMDB, é a política de alianças do PT, não vamos distorcer as coisas.

O que o PMDB representa na política brasileira, todos sabem. Falar sobre isso, ainda mais aqui, numa comunidade petista, é chover no molhado. Por isso não me dedico a isso. Acho que é subestimar demais a inteligência das pessoas.

Além disso, já tem gente fazendo esse trabalho, prefiro me ocupar com outros, como o debate sobre a política de alianças do PT, este sim, carente de um tratamento mais racional do que tem tido na maioria das postagens que vejo.

Tenho um ponto de vista diverso do que tem sido defendido aqui, na maioria dos posts, e tento, na medida do possível, contribuir para enriquecer a reflexão dos que nos leem.


Eu


Ricardo Quiroga Vinhas. Você continua sem entender a importância da internet para a atividade política, nos dias de hoje.

Como presidente do 1º Diretório Zonal, você nunca tomou a iniciativa de criar uma página do diretório no Facebook.

Quando eu criei esta, você desaprovou dizendo que precisava passar por um processo de discussão que só podia ser feito presencialmente.

Eu disse que você estava complicando e, ante a sua intransigência, decidi e declarei que ia manter esta página como uma comunidade de base, sem vínculo o diretório, e que iria lutar até à ultima instância do partido, para fazer valer o meu direito, enquanto filiado de base, de me comunicar com outros filiados através da internet.

Só depois houve uma reunião presencial do diretório, em que se discutiu essa questão, em que foi votada e aprovada a proposta de transformação da minha comunidade de base, em comunidade oficial do 1º Diretório Zonal, no Facebook.

Você, parece que foi voto vencido, acatou a decisão tomada, mas só formalmente, porque nunca investiu de fato na transformação desta página num instrumento de trabalho político do diretório junto a sua base de filiados.

Aliás, quanto mais você fala, mais eu me convenço de que você não tem a menor ideia do que seja trabalho de base num partido político.

Parece que você acha que é só participar de uma reunião do diretório por mês e de campanhas políticas eleitorais e gerais.

Procurar os filiados da base do partido, nem pensar.

Um balanço da situação da zonal no final da sua gestão, poderia mostrar o resultado desse seu conceito de trabalho de base.

Eu não me escondo aqui, Ricardo.

Eu privilegio o trabalho político com este grupo de pessoas que está aqui, que, em tese, é filiado ao PT e reside nos bairros das zonas centro e sul do Rio, que é o espaço geográfico correspondente ao 1º Diretório Zonal.

Entenda uma coisa. Eu quero organizar e mobilizar a base do partido - disse isso a você desde a primeira vez que conversamos - e tenho a internet como o mais importante instrumento para fazer isso.

Aliás a internet é o melhor meio que existe para um diretório zonal cumprir parte significativa de suas atribuições, como por exemplo o provimento de informação e formação política aos filiados. É uma pena que você, sendo dirigente do partido, não compreenda isso.

Você expôs um currículo seu como militante de base, e eu o parabenizo por ele, embora você mesmo destaque que atuou mais nas ruas durante as campanhas eleitorais. Para um militante de base está muito bom. Mas, para um dirigente é pouco.

Não se constrói um partido só participando de campanhas eleitorais ou mesmo de reuniões presenciais mensais de diretório, que a maioria dos filiados não sabe que existem, nem prá que servem.

Eu cheguei na zonal perguntando se você tinha uma listagem com dados para contato com os filiados da zonal, lembra disso? E você me surpreendeu dizendo que não tinha. Me surpreendeu, não, me assustou.

Eu queria ir com você, e com outros companheiros, à casa de cada um dos filiados da lista, prá confirmar endereço, pegar telefone, email, Facebook, Twitter, tudo que pudesse servir para criar uma rede interna de comunicação no diretório. Mas, como fazer isso, se o presidente do diretório não tem uma lista com pelo menos o endereço de cada filiado? Na época, eu pensei comigo: "como ele faz trabalho de base?". E logo concluí o óbvio: não faz.

Tem muito filiado fora da zonal porque nunca foi procurado por você, nem por ninguém do 1º Diretório Zonal. Não houve na sua gestão trabalho de base organizativo nenhum. Uma das atribuições do diretório zonal é manter atualizado o cadastro de filiados, e isso nunca foi feito, o cadastro da zonal tá uma zona.

Quanto ao fato de as pessoas não me conhecerem, digamos presencialmente, acho que você não deveria se afligir tanto com isso, porque isso não é importante. Eu não sou candidato a nada. Por ora contribuo com o partido, com minhas reflexões e propostas, apresentadas por escrito, que é a maneira em que me expresso melhor e é também, sem dúvida nenhuma, o melhor modo de fazer um registro permanente dessas ideias, facilitando o acesso do maior número possível de pessoas a elas e dificultando ao mesmo tempo distorções, supressões ou acréscimos indevidos.

Mas estou pronto prá ajudar também no trabalho de base, que tenho proposto - até agora, sem nenhum retorno. Tenho esperança de que a Claudia Le Cocq Beatriz adote um modelo de gestão do diretório que rompa a inércia da paralisia que o domina hoje, evoluindo da espera passiva pelo filiado de base para a ida constante ao seu encontro, onde ele estiver. Essa é a atitude que caracteriza um diretório realmente militante. E, nesse trabalho, espero poder também ser útil ao partido, enquanto conheço, presencialmente, muitas companheiras e muitos companheiros.


Ricardo Quiroga Vinhas


Repete o mesmo blablabla de quem desconhece a realidade do partido, se esconde atrás do biombo, fala do que não sabe e em nada contribui para o partido. Eu sei o que atinge sua vaidade. É que o que você diz não tem a menor repercussão. É olimpicamente ignorado. E não porque esteja certo ou errado, mas porque é de uma arrogância ímpar ao tratar os demais. Mente, manipula a fala alheia, desrespeita os demais. Trata tudo de modo maniqueísta e, o pior, é tão autoritário que tenta impor suas idéias, interditar o debate e censurar os demais.

Por outro lado, eu entendo porque você não quer participar de nenhuma atividade presencial, seja reunião, campanha, debate, etc. Ao vivo, não dá para ser arrogante, tem que olhar no olho dos outros e precisa de coragem e estofo para peitar a direita. Por isso, eu disse: ninguém o conhece, salvo eu, e posso dizer que, ao vivo, aconteceu exatamente do modo como descrevo: você foi bem mais humilde, educado e se propôs a ir a reuniões.

Entretanto, a distância garantida pela tela do computador e a Internet que permite escrever o que se quiser impunemente. Aí a pessoa pode ser radical virtualmente e ao vivo ser pelego, coxinha ou de direita. Quem sabe né? Afinal segundo suas palavras, ao vivo, você se afastou do partido por vários anos (daí meu currículo e questionamento), demonstrando que nesse tempo a preocupação com este e com o governo era mínima. Ou seja, na hora dos grandes embates você estava fora tanto do mundo real quanto do virtual. Seu direito obviamente, mas é bom que os demais saibam (se é que alguém vai ler tudo isso) e assim possam avaliar seu súbito governismo radical e sua crítica exacerbada a dirigentes (menos alguns da CNB ao que parece) considerando seu "curriculo militante" prévio.


Eu


Bem... o que dizer senão: que nível!!! E olha que é membro do Diretório Municipal. Eu espero que o nível dos demais seja mais alto. Pro bem do PT do Rio. Não vou responder porque estou aqui prá tratar de política, não prá revidar insultos, bater boca com gente sem educação. Isso aqui é PT, não é o boteco da esquina. É muita baixaria. Ainda bem que o 1º Diretório tem uma nova direção.


Ricardo Quiroga Vinhas


Boa fuga. A sua recusa em responder já é uma grande resposta. Sua tentativa infantil de me criticar e provocar também é reveladora.


Eu


Suas postagens acabam de receber um selo de qualidade, Ricardo Quiroga. Foram curtidas por Marcos Zarahi. Precisa dizer mais alguma coisa? Tem tudo a haver. rsrsrsrsrsrs


Ricardo Quiroga Vinhas


Essa é sua melhor resposta? Como disse, as provocações toscas e infantis apenas revelam que foge dos fatos apontados. No mundo virtual é leão que ruge. Na vida real é o gato que mia. Enfim, ficam claras as múltiplas faces e o oportunismo de quem não milita nem defende o partido e o governo na prática.


Eu


O que você faria se eu dissesse o que digo aqui a você pessoalmente? Me agrediria fisicamente? É isso? Quer dizer que é assim que você tenta ganhar as disputas política? No grito e na porrada?

Ora, Ricardo Quiroga, não seja ridículo. quanto mais fala é você que está se revelando. E o que se vê, cada vez mais, é que você é um dirigente que não está mesmo à altura do PT.

Eu nunca tentei me impor, aqui e em nenhum lugar, no grito, pela cara feia, pela força da voz ou pela força dos punhos. Não rebaixo a política recorrendo a estes meios. Valho-me apenas da força da razão e da palavra, que são os únicos recursos legítimos numa democracia.

Gosto de me expressar por escrito, exatamente prá evitar que minhas palavras sejam distorcidas, que ao meu discurso acrescentem coisas que não digo ou que suprimam o que digo.

E eu tenho a mais absoluta certeza, de que os companheiros e as companheiras que, de boa fé, nos leem, hão de ser testemunhas, de que não há uma linha sequer de minhas postagens, dirigidas a você, que não seja de natureza estritamente política.

Faço críticas à sua atuação como dirigente partidário, sim, e de forma direta, qual é o problema? Dirigente não pode ser cobrado, criticado, por sua base? Onde é que isso está escrito? Quer saber? Eu digo. Está escrito na sua cabeça e em nenhum outro lugar.

Você não admite críticas. É um dirigente extremamente imaturo e autoritário, que toma por agressão pessoal qualquer crítica que se faça ao seu desempenho. Aí eu pergunto aos que nos leem e peço que pensem: como pode haver democracia partidária com dirigentes que não admitem ser criticados?

Não posso deixar de dizer que desconfio de uma outra razão prá esses seus melindres. Já disse isso antes, aqui mesmo neste tópico. Seria, penso eu, uma forma de você fugir de um debate político em que se sente em desvantagem. A pose de valentão, seria uma forma de tentar passar à platéia a impressão de força, dissimulando a fragilidade dos seus recursos argumentativos, ou, quem sabe até, uma forma de tentar intimidar o interlocutor inconveniente.

Posso estar errado, sendo ingênuo, mas não acredito estar aqui lidando com bandidos. E não sou bandido. Tomo seus convites prá porrada por bravatas de garoto bobo ou mesmo como truque retórico primário prá fugir da discussão política. E vou seguir o trabalho que tenho feito nesta comunidade, mantendo o mesmo padrão de atuação.

Sou criticado, por você e seus aliados, porque defendo a política de alianças do PT e as realizações que ela tornou possíveis ao nosso governo. Mas sou criticado, por você e seus aliados, também, por ser crítico da sua atuação enquanto presidente do 1º Diretório Zonal. Podem me criticar, não me ofendo. Não me ofendo nem quando tentam me atingir pessoalmente, porque isso mais demonstra que estou certo. A tentativa de desqualificar o crítico, sem analisar a critica que ele faz, demonstra que a critica tem fundamento. Não sendo possível desqualificá-la, tenta-se desqualificar quem a vocaliza. Tática de evasão típica de maus debatedores.

Por fim, quero dizer que acabo de entender o porque de tanta gente ir a algumas reuniões do diretório zonal e nunca mais voltar, reduzindo-se o número de presentes a meia dúzia, se tanto, de participantes. As razões são as mesmas que afastam as pessoas das reuniões de condomínio: falta de objetividade, confusão e baixaria. E quando o síndico é o primeiro a agir como um boçal, é hora mesmo de ir prá casa e cuidar da vida. E é assim que o partido se esvazia.


Ricardo Quiroga Vinhas


Onde eu te convidei pra porrada? Você ou é um mau caráter ou um mentiroso patológico. Isso apenas demonstra que mente e manipula para impedir o debate. Tenta justificar sua omissão e ausência do partido com blablabla. Felizmente a direção atual da zonal e os militantes já perceberam quem você é. Tenho dúvidas de a quem representa. Logo lembro de 64.


Ricardo Quiroga Vinhas


E é risível dizer que chamei alguém pra porrada. Como eu disse a covardia que faz com que não participe de atividades publicas do partido faz com que desconheça as pessoas e aí acha que pode traçar perfis via Internet. Não preciso me justificar para fanfarroes, meros filiados cartoriais, sem qualquer compromisso com nosso projeto. Quem conhece e acompanha minha trajetória sabe quem sou, o que faço e minhas posições.



16/1/2014


Eu 

"Por outro lado, eu entendo porque você não quer participar de nenhuma atividade presencial, seja reunião, campanha, debate, etc. Ao vivo, não dá para ser arrogante, tem que olhar no olho dos outros e precisa de coragem e estofo para peitar a direita." (Ricardo Quiroga Vinhas)
"Sua tentativa infantil de me criticar e provocar também é reveladora." (Ricardo Quiroga Vinhas)
"No mundo virtual é leão que ruge. Na vida real é o gato que mia." (Ricardo Quiroga Vinhas)
Você acha uma infantilidade absurda e uma provocação descabida eu fazer críticas ao teu desempenho como dirigente. E diz claramente que eu não vou às reuniões do diretório porque sou um covarde que não tem coragem de te fazer pessoalmente as críticas que faço aqui.

A pegunta que eu faço é a seguinte. Do que exatamente eu deveria ter medo? De ouvir uma resposta sua verbalizada? Ora, mas isso você também pode fazer aqui e faz. Por que eu deveria ter medo de fazer críticas a você na reunião do diretório?

Perguntei no post anterior e você não respondeu. O que você faria se eu dissesse o que digo aqui a você pessoalmente? Se não for uma agressão física, o que seria, então?

Você diz que aqui eu sou um leão que ruge mas que frente a frente contigo eu devo miar. Em que mundo você vive? Que sentido você acha que uma afirmação dessas tem numa sociedade machista, senão o de um desafio para a briga física? Eu deveria ir a uma reunião do diretório e rugir na sua cara prá você me respeitar? É isso?

O seu nível é esse, Ricardo. Fraco e baixo. O PT não merece ter um dirigente como você. O que eu disse está escrito. O que você disse está escrito. Quem quiser leia e tire suas próprias conclusões. Não vou mais ajudar a prolongar o seu showzinho de mal gosto.


Ricardo Quiroga Vinhas


No seu mundo tacanho, isso significa peitar.

No meu e dos demais, significa ter que olhar a pessoa e falar as besteiras que diz aqui sem intervalos longos, .

Dizer e ouvir as respostas, tendo que atura-las, não podendo tumultuar o debate nem trollar.

Participar de um debate real, sem poder fugir e manipular.

A questão do medo quem tem que responder não sou eu mas voce: porque depois de dizer que iria às reuniões, sumiu, nunca aceitou o convite para nenhuma?

Porque não apareceu em nenhuma atividade partidaria desde então?

Não falo da Zonal, falo do partido.

Eu não disse que voce precisa miar na minha frente, eu afirmo que foi assim que que se comportou na unica vez que o vi pessoalmente: bem mais humilde, respeitoso, de tom baixo, reconhecendo sua ausencia do partido e desconhecimento deste.

Ate brincou com o tempo em que esteve afastado do partido, mencionando a Convergencia Socialista (que não existe ha pelo menos 20 anos).

Portanto, aqui vemos sua agressividade, desrespeito, ofensas, autoritarismo, tentativa de censurar.

Ao vivo, outro papo beeeem mais tranquilo.

Lembra bastante a musica Bicho Feroz do saudoso Bezerra da Silva.

Com a direita então, nem se fala.

Se dirigisse a verborragia e agressividade que vejo aqui contra a direita, seria um valoroso companheiro.

Enretanto, não se ve isso.

Alias, estranhamente não participa de nenhuma comunidade ou grupo do PT aqui no Facebook.

Agora, que os demais companheiros analisem suas palavras e praticas, sempre alertados, obviamente, que ate o inicio deste ano nunca foi visto por ninguem, não participava de nada do partido no mundo virtual, ao vivo, sequer das camapnahs para prefeito, presidencial, etc e subitamente caiu de para-quedas, se escondendo atras da tela do computador para dizer o que quer, mas sem assumir qualquer compromisso ou responsabilidade.

A mascara dos Black Blocks, criticada por varios, aqui assume o carater internetico.

Como eu disse, quando vejo gente mais realista que o rei, que entretanto foge do combate real ao verdadeiro inimigo, logo lembro de alguns marinheiros de 64.


Ricardo Quiroga Vinhas


Bem, agora espero nem continuar mais aqui, porque não se deve alimentar os trolls, especialmente porque querem tumultuar a Zonal.


Eu


Olha, tá na cara que você quer me desqualificar porque não conseguiu desqualificar as minhas ideais. Mas elas estão aí registradas e vou continuar a defendê-las goste você ou não.

Não vou descer ao seu nível baixo. Você não quer debate sério, você quer bate boca, confusão, claque fazendo barulho. Essa não é a minha.

Quanto a dizer que eu banco o radical e à insinuação de que eu devo ser um Cabo Anselmo, chega a ser constrangedor ouvir um negócio desses de um dirigente do PT. Porque são afirmações que revelam um baixíssimo grau de racionalidade e coerência.

Você me critica o tempo todo por eu defender a política moderada do PT. E agora diz que eu quero bancar o radical. Afinal o que eu sou prá você, um radical ou um moderado? Porque até agora a sua crítica tá completamente sem pé nem cabeça.

Vamos falar do Cabo Anselmo. O Cabo Anselmo se apresentou na política como um radical de esquerda, para ganhar a confiança da esquerda e servir à direita.

Eu não sou um radical, nem faço questão de aparentar isso. Tento ser um racional. O radical aqui é você, que defende a ruptura da aliança do PT com o PMDB, com o consequente isolamento político de Dilma Rousseff, e uma radicalização da postura do nosso governo em relação à burguesia, mesmo havendo evidências fartas de que não há correlação de forças favorável a isso.

Além disso, não sou eu quem vive dizendo que é valente, que participa de enfrentamentos violentíssimos com a direita. Quem conta esse tipo de vantagem aqui é você, prá tentar se valorizar.

Eu defendo ideias, não defendo a minha biografia. Trago a minha história comigo, e não sinto a necessidade de me vangloriar de nada. Exponho o que penso à crítica e se por um lado fico feliz ao perceber que meus argumentos resistem a elas, fico feliz também quando demonstram suas fragilidades e me poupam de seguir em erro, a desfilar minha ignorância.

Portanto, se tem alguém aqui cuja atitude política se assemelha à de Anselmo em 64, esse alguém não sou eu, é você mesmo, Ricardo Quiroga.