sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

PMDB, o espancador do projeto petista. PSOL, aliado na luta pelas reformas.

(Mensagem publicada na lista de e-mails do 1º Diretório Zonal, em debate sobre o post "PT deve apoiar Marcelo Freixo (PSOL) para prefeito do Rio")

Companheiros.

O maior problema do PT do Rio não é a candidatura Pedro Paulo é a aliança com o PMDB. A violência contra as mulheres é, de fato, um problema gravíssimo que nós temos na sociedade e a defesa de um candidato a prefeito como Pedro Paulo, do PMDB, com o histórico que ele tem a este respeito, teria, realmente, um claro sentido político de tolerância e banalização deste tipo de prática abominável pelo Partido dos Trabalhadores, o que não corresponde, certamente, ao sentimento da imensa maioria dos filiados e simpatizantes do PT.

Mas existem outros aspectos desta candidatura que vocês não estão considerando. O primeiro deles é que o avanço do projeto petista depende hoje da realização de reformas estruturais como a reforma política, a democratização da mídia, a reforma agrária, a reforma tributária e a reforma urbana, contra as quais o PMDB se opõe radicalmente.

E a outra questão é que, para derrotar a direita e continuar governando o país, o PT precisa recuperar a confiança dos trabalhadores na sua integridade ética. E será impossível conseguir isto nos mantendo aliados a um partido com o histórico, a reputação e os métodos de fazer política do PMDB.

Isso quer dizer que, mesmo que o PMDB retirasse a candidatura de Pedro Paulo e lançasse o filho do Picciani, o filho do Cabral ou uma outra figura qualquer que eles tenham por lá, esta aliança continuaria sendo problemática, porque o problema maior não é o candidato, o problema maior é o partido. O PMDB é um partido corrupto que luta encarniçadamente contra as reformas estruturais necessárias para o avanço do projeto petista.

Já o PSOL, por outro lado, apoia firmemente todas estas reformas que o PT tem no seu programa. Por isso é que eu digo que, objetivamente, na luta pelas reformas, o PMDB é inimigo do PT e o PSOL, aliado. E a tática eleitoral do PT tem que ser coerente com isto. Senão nós vamos fazer campanha para eleger e fortalecer um inimigo e derrotar e enfraquecer um aliado, o que seria uma monumental estupidez.

O PSOL, além disso, é um partido que ainda não foi contaminado pelos vícios típicos dos partidos burgueses, que o PT infelizmente acabou adquirindo e precisa vencer.

Em suma, o problema da candidatura Pedro Paulo não se restringe à questão da violência contra a mulher. Envolve também a questão da estratégia política e da política de alianças do PT, que precisam mudar porque já não contribuem mais para o avanço do projeto petista e porque tem trazido enormes prejuízos para a saúde política do PT como partido socialista da classe trabalhadora.

Silvio Melgarejo

29/01/2016

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