sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Inserções do PSDB convocam o dia 16. Programa do PT boicota o dia 20.

Enquanto as inserções do PSDB convocavam, ontem à noite, para as manifestações do 16, pelo impeachment de Dilma, o programa do PT não fez menção nenhuma aos atos convocados pelos movimentos sociais para o dia 20, em defesa da democracia e pela mudança da política econômica.

Fica bastante claro que, entre defender a política econômica e defender a democracia, o PT optou pela defesa da política econômica, já que, como tenho dito, no contexto político que temos, é impossível fazer bem as duas coisas.

A defesa da política econômica de Dilma compromete a defesa da democracia, porque trai os compromissos assumidos pela presidenta em sua campanha com os trabalhadores, ferindo seus interesses, enquanto favorece às classes proprietárias.

Não há como conciliar estes dois movimentos, por isso a direção do PT fez esta opção, de boicotar os atos do dia 20, em seu programa de TV de ontem, da mesma forma que boicotou o Dia Nacional de Lutas da CUT, em 29 de maio.

Não é por acaso que a mais importante atividade da agenda da resistência democrática ao golpismo, considerada determinante para a definição das próximas ações dos conspiradores, seja esta do dia 20 de agosto, que tem como um dos seus eixos mobilizadores centrais exatamente o combate à política econômica de Dilma.

Como eu disse, recentemente:

"As massas não apoiarão uma democracia, um governo e um partido que lhes impõem sacrifícios imensos, enquanto poupam os ricos, no ajuste da contabilidade do Estado.

A conquista da classe trabalhadora para a defesa da democracia, do governo Dilma e do PT, só será possível se Dilma e o PT puserem um ponto final na atual política econômica e a substituírem por outra, que privilegie os trabalhadores na repartição das riquezas do país e dos ônus do ajuste fiscal."

Infelizmente, nem Dilma, nem a direção do PT estão tendo este entendimento, o que impede a recomposição da base popular de apoio ao governo.

Com isto, o custo e o risco de insucesso de uma investida golpista reduzem-se a tal ponto, que até os setores sociais mais beneficiados pela atual política econômica hão de sentir-se tentados a consentir que se dê este passo.

Enfim, preparemo-nos para o pior, porque o pior está por vir, convidado pela nossa presidenta e pelos nossos dirigentes partidários, através dos seus atos e omissões equivocados.

Se um golpe houver, que destitua Dilma, não será surpresa. Porque tudo têm feito, a presidenta e seu partido, para favorecê-lo. Não há do que se queixarem.

Saudações petistas.

Silvio Melgarejo

7-8-2015

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