Em menos de uma semana, duas notícias absurdas.
Primeiro, de que o deputado Luiz Sérgio votou a favor do projeto de lei que dispensa as indústrias de informarem no rótulo se o produto comercializado tem origem transgênica.
E agora o presidente regional do PT, Washington Quaquá, anuncia que os petistas vão apoiar a candidatura de Pedro Paulo Carvalho, do PMDB, na eleição para prefeito, do ano que vem.
Pergunto aos companheiros:
Quando foi que a base do partido foi consultada pelo parlamentar e pelo dirigente citados?
Nunca, que eu saiba.
Então como é que eles podem tomar decisões de tamanha gravidade, assim, como se os mandatos lhes pertencessem e não devessem satisfações a ninguém?
Companheiros e companheiras.
Estes fatos só mostram, mais uma vez, o imenso grau de descontrole da base do PT sobre a atuação de seus parlamentares e dirigentes.
E onde não há controle da base sobre parlamentares e dirigentes, não há democracia partidária.
Quero expressar aqui, em primeiro lugar, minha total desaprovação ao voto do deputado Luíz Sérgio e ao desprezo que ele demonstrou por este partido e pela classe trabalhadora, quando o concedeu em favor do agronegócio, sem sequer se preocupar em justificar este ato,
Mas também quero repetir aqui o que já anunciei hoje no Facebook, para conhecimento de todos, inclusive do presidente regional do partido, Washington Quaquá:
Sou petista do Rio, filiado, e não vou votar, nem fazer campanha para Pedro Paulo, do PMDB, muito menos para Leonardo Picciani.
Ainda tenho fé que, graças ao instinto de sobrevivência política da militância petista do Rio, esta minha rebelião não será solitária.
A democracia não é um regime de concessão, é um regime de conquista.
Se a base quiser ser ouvida, vai ter que gritar.
Se a base quiser ser atendida, vai ter que se organizar e lutar.
Enquanto não houver esta disposição, não haverá democracia interna prá valer no Partido dos Trabalhadores.
E a força que este partido precisa ter para enfrentar e vencer os embates lá fora, com a direita e com a burguesia, só poderá ser produzida por esta militância, se houver neste partido uma democracia interna robusta, saudável e vigorosa.
E isto só poderá ser conquistado pela iniciativa e pelo esforço intenso e permanente da própria militância petista desde a base do partido.
A vitória do PT sobre seus inimigos e a conquista de seus objetivos, depende da superação pelo partido dos problemas de funcionamento interno que o paralisam e fragilizam.
E um destes problemas é, indiscutivelmente, a falta de controle da atuação de seus dirigentes e parlamentares, que desfrutam de um grau de autonomia em relação ao partido e sua base absolutamente incompatível com o propósito do PT de realizar internamente a democracia que propõe para o país.
Sem controle, parlamentares e dirigentes do partido dizem e fazem o que querem.
Como Quaquá, Luíz Sérgio e o famigerado Vaccarezza, da antirreforma política.
Saudações petistas.
Silvio Melgarejo
06/05/2015
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