terça-feira, 10 de março de 2015

Sem dirigentes disciplinados, não há organização partidária.

Tenho dito que a força de um partido está na organização e disciplina dos seus membros e no funcionamento pleno e regular de sua cadeia de comando. Pois, nada disso existe hoje no PT.

A cadeia de comando do partido não funciona e a desorganização e indisciplina imperam da cúpula à base partidária.

O partido está frouxo, do ponto de vista disciplinar e cabe às suas instâncias superiores estabelecer a disciplina, usando os instrumentos que o Estatuto prevê, para que os diretórios de todos os níveis, mas muito especialmente aqueles que constituem o último elo da cadeia de comando do partido em cada região, passem a cumprir realmente suas atribuições, garantindo o funcionamento da democracia interna e o poder de ação do partido em suas jurisdições.

Os dirigentes do PT estão relaxados em relação ao cumprimento dos seus deveres, porque não sofrem nenhuma cobrança, nem de suas bases, nem de seus pares e nem de suas instâncias superiores.

E como os dirigentes não cumprem seus deveres, os diretórios que os têm à frente não funcionam, o que tem comprometido gravemente o funcionamento da democracia partidária e anulado quase que inteiramente o poder de ação do partido na sociedade.

O PT é hoje um gigante obeso e flácido. Tem tamanho, mas não tem força. Inchou, mas não ganhou musculatura. Cresceu em número de filiados, mas mantém estes filiados dispersos, não os dirige, porque não tem organização. E não tem organização, porque seus dirigentes não têm  tido a menor disciplina no exercício de suas funções políticas e administrativas.

Este quadro só mudará quando houver um rigor maior da direção nacional do PT na cobrança de disciplina aos membros dos diretórios de todos os níveis, mas particularmente daqueles que constituem o último elo da cadeia de comando do partido em cada região.

O PT só vai ser um partido forte se conseguir organizar a sua base de filiados. E só será possível organizar a sua base de filiados se conseguir fazer funcionar adequadamente os seus diretórios zonais e municipais. Impor disciplina aos membros destas instâncias é algo, portanto, imprescindível para que o PT transforme o seu volume de filiados em força política real e atuante, capaz de influenciar o processo político do país.

Mais de 1,5 milhão de filiados tem sido mantidos pela direção do PT como meros espectadores do processo político, como uma reserva militante ociosa, embora ardentemente desejosa de mais participação. Temos, portanto, soldados de sobra para enfrentar e vencer qualquer guerra. O que falta ao PT é disciplinar os seus comandantes, para que eles façam o que lhes compete fazer.

Silvio Melgarejo

10/03/2015

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