sábado, 1 de novembro de 2014

O que divide a esquerda.

(Texto publicado em debate aberto no Facebook hoje por Rosana Pinheiro-Machado)

Não existe uma esquerda por natureza mais radical e uma outra por natureza mais moderada.

O que existe é uma esquerda que compreende e uma esquerda que não consegue compreender "a necessidade de levar em conta, com estrita objetividade, as forças de classe e suas relações mútuas antes de empreender qualquer ação política".

O que nos divide é a atitude que temos ante o fator "correlação de forças".

É fácil ser radical quando se está fora do governo.

Quando se esta governando a coisa muda.

O PSOL, por exemplo, começou radicalizando no governo do município de Itaocara, no Rio de Janeiro.

Só que acabou pedindo arrego pro Garotinho prá salvar seu prefeito de um processo de impeachment.

É que a oposição tem 10 das 11 cadeiras do parlamento de lá.

O PMDB de Cabral tem 5 vereadores.

O PR de Garotinho tem 5.

E o PSOL apenas uma.

O que fez então o PSOL?

Mandou o Marcelo Freixo ligar pro Garotinho e tentar um acordo.

Os dois se encontraram, chegaram a um acordo e o processo de impeachment foi suspenso com a intervenção providencial de Garotinho.

Em troca de que, não sei.

Mas isso mostra que, se estivesse no lugar do PT, no governo federal, o PSOL faria exatamente o que o PT tem feito.

Pois se nem numa pequena prefeitura do interior conseguiu sustentar o radicalismo que mantém enquanto está na oposição, imagine governando o país, condição em que se está sujeito a pressões muito maiores.

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