(Texto publicado em debate aberto no Facebook hoje por Rosana Pinheiro-Machado)
Não existe uma esquerda por natureza mais radical e uma outra por natureza mais moderada.
O que existe é uma esquerda que compreende e uma esquerda que não consegue compreender "a necessidade de levar em conta, com estrita objetividade, as forças de classe e suas relações mútuas antes de empreender qualquer ação política".
O que nos divide é a atitude que temos ante o fator "correlação de forças".
É fácil ser radical quando se está fora do governo.
Quando se esta governando a coisa muda.
O PSOL, por exemplo, começou radicalizando no governo do município de Itaocara, no Rio de Janeiro.
Só que acabou pedindo arrego pro Garotinho prá salvar seu prefeito de um processo de impeachment.
É que a oposição tem 10 das 11 cadeiras do parlamento de lá.
O PMDB de Cabral tem 5 vereadores.
O PR de Garotinho tem 5.
E o PSOL apenas uma.
O que fez então o PSOL?
Mandou o Marcelo Freixo ligar pro Garotinho e tentar um acordo.
Os dois se encontraram, chegaram a um acordo e o processo de impeachment foi suspenso com a intervenção providencial de Garotinho.
Em troca de que, não sei.
Mas isso mostra que, se estivesse no lugar do PT, no governo federal, o PSOL faria exatamente o que o PT tem feito.
Pois se nem numa pequena prefeitura do interior conseguiu sustentar o radicalismo que mantém enquanto está na oposição, imagine governando o país, condição em que se está sujeito a pressões muito maiores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.