Da corrente de opinião que não vê nesta posição incoerência, Geyse Leopoldo, ex-companheira do PT, agora simpatizante do PSOL, publicou no Facebook, em 28/10/2014, um diagrama e um texto tentando explicar seu ponto de vista, inaugurando um pequeno debate, do qual participei, enquanto a tolerância às críticas que eu fazia ao partido da preferência dela permitiu. A partir daí, baixou a censura e nossa amizade no Facebook, infelizmente, teve que ser encerrada. Reproduzo abaixo o nosso diálogo.
GEYSE
"Percebi que algumas pessoas tiveram dificuldade de compreender o que se passou nas eleições, por isso resolvi ajudar. Por favor, observem este conjunto de setas.
Como podem perceber, uma segue adiante (centro), uma vai para a esquerda e outra vai para a direita. Tudo bem até agora?
Quando as pessoas foram às ruas, elas queriam mudanças, ou seja, queriam mudar a seta que seguia em frente. Porém, boa parte delas (especialmente estas que compõem a maioria dos meus amigos) queria que a seta seguisse para a esquerda. Assim, votaram naquela mudança representada por partidos como o Psol. Ok?
No segundo turno, a opção apresentada como "mudança" não era mais a seta para a esquerda, mas sim a seta para a direita. Desta forma, as pessoas que protestaram por mudanças tiveram que optar entra a seta que seguia adiante (ainda que inclinadinha pra direita) e a seta totalmente voltada para a direita. Assim, muitas pessoas politizadas, engajadas, informadas e de esquerda entenderam que a melhor opção era seguir adiante. Certo?
Bem, tentei ser bastante didática para que entendam que não há uma incoerência entre ir às ruas protestar por melhorias e depois votar na continuidade. É só apresentarem uma opção pior, pois assim é como se não houvesse opção por melhoria diante da continuidade.
FIM."
TIAGO
"Já eu preferi ser coerente e não votar em FDP nenhum, porque não compactuo/ aceito nada do que está aí."
GEYSE
"Thiago, conheço muitas pessoas que fizeram o mesmo que você e não os julgo. Porém, como brasileira que mora no Brasil e é servidora público do governo do estado do Rio de Janeiro, seria incoerente da minha parte me omitir de escolher meu presidente e meu chefe! hehe
Então, por mais que não me representem inteiramente, optei por não anular. Tentei escolher a melhor opção possível e agora... voltamos à luta, né?"
TIAGO
"Eu entendo. Eu concordo (aliás sempre disse) que a Dilma, no frigir dos ovos era o menor dos males..."
SILVIO MELGAREJO
"A posição do PSOL neste 2º turno, apesar de compreensivelmente envergonhada, tinha um sentido muito claro.
Era preciso impedir a vitória de Aécio Neves, porque o retorno do PSDB à presidência da república seria um retrocesso.
E é aí que está razão para a vergonha.
Ora, considerar que a volta do PSDB seria um retrocesso nada mais é do que admitir que os governos do PT trouxeram avanços para o país, algo que o PSOL sempre negou, igualando os dos partidos e os dois governos.
E que avanços seriam estes?
Três merecem destaque por corresponderem a bandeiras históricas da esquerda mundial e por terem se dado numa conjuntura econômica mundial adversa.1º - O Brasil saiu do mapa da fome da ONU.
2º - O Brasil tem hoje as mais baixas taxas de desemprego da sua história.
3º - O Brasil valorizou os salários de todos os seus trabalhadores, tendo o salário mínimo recuperado, em 10 anos, 70% do seu poder de compra.
Durante os protestos de junho de 2013, Guido Mantega disse em uma audiência pública na Câmara:'Nas manifestações, não vi ninguém perguntando: "cadê o meu emprego?"'E era verdade.
Ao contrário do que se via na Europa, ninguém protestava contra o desemprego, porque o desemprego era baixíssimo.
Ninguém protestava também contra o arrocho salarial, porque não havia arrocho salarial, ao contrário, os salários estavam sendo valorizados.
E ninguém protestava contra a fome e a miséria porque todos sabiam que a fome e a miséria já estavam sendo combatidas com sucesso pelos governos do PT.
Mas o combate ao desemprego, ao arrocho salarial, à fome e à miséria, não estiveram ausentes apenas da pauta dos manifestantes de junho de 2013.
Estas bandeiras estiveram ausentes também da pauta do PSOL na eleição presidencial de 2014.
É só ver a nota que o partido lançou para se posicionar no 2º turno. Diz a nota:NOTA DO PSOL
'É preciso também afirmar que, diante do que foi o seu governo e sua campanha eleitoral, Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha, como:
- a taxação das grandes fortunas,
- a revolução tributária que taxe os mais os ricos e menos os trabalhadores,
- a auditoria da dívida pública, contra a terceirização e a precarização das relações de trabalho,
- fim do fator previdenciário,
- a criminalização da homofobia e a defesa do casamento civil igualitário,
- uma nova política de segurança pública que acabe com a “guerra às drogas” e defenda os direitos humanos,
- a democratização radical dos meios de comunicação,
- o controle público sobre nossas riquezas naturais,- os direitos das mulheres,- a reforma urbana,
- a reforma agrária e
- a urgentíssima reforma política, que tire a degeneração do poder do dinheiro nas eleições, reiterado neste pleito, mais uma vez.
Por tudo isso, se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda e lutando pelas bandeiras que sempre defendemos, inclusive durante a campanha eleitoral.'
Cadê o desemprego?
Cadê o arrocho salarial?
Cadê a fome e a miséria?
Como se vê, não estão na nota do PSOL, como não estavam nos protestos de junho de 2013, pela razão muito simples de que os governos do PT enfrentaram e venceram esses problemas.
O PSOL não perdeu porque nunca chegou a ter as bandeiras do emprego, do salário e do combate à miséria. Essas bandeiras, durante a última década, sempre foram e vão continuar sendo do PT.
E são bandeiras históricas não só da esquerda brasileira, mas da esquerda mundial, que o PSOL abandonou, prá não reconhecer os avanços alcançados pelos governos petistas e tentar se valorizar como alternativa de esquerda.
Mas que esquerda é essa do PSOL?
Esquerda que não valoriza a defesa do emprego?
Esquerda que não valoriza a elevação dos salários?
Esquerda que não valoriza o fim da fome e a drástica redução da miséria?
O PT, ao contrário do PSOL, prova com as ações de seus governos que tem compromisso real com estas bandeiras históricas da esquerda e da classe trabalhadora do Brasil e do mundo.
Mas o que valoriza ainda mais essas vitórias alcançadas pelo país governado pelo PT é o fato de elas terem se dado num contexto econômico internacional e num contexto político nacional inteiramente adversos.
O mundo vive desde 2008 uma crise econômica que tem destruído milhões de postos de trabalho, reduzido salários e abolido direitos sociais e trabalhistas.
Pois os governos do PT, em meio a essa grave crise, fizeram um movimento inverso, adotando uma política econômica que priorizou a defesa do emprego, do salário e dos direitos sociais e trabalhistas.
É bom lembrar que a esquerda brasileira não chega a ter nem 1/3 das cadeiras do parlamento.
Ou seja, o PT conseguiu fazer um governo que, em meio à crise, garantiu empregos, elevou salários e acabou com a fome, contra um Congresso e contra uma mídia completamente dominados pela direita.
'Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado', dizia Marx em seu 18 Brumário.
O PT está escrevendo sua história junto com o povo brasileiro, de acordo com circunstâncias desfavoráveis aos seus objetivos e que são inteiramente alheias à sua vontade.
O PSOL quer discordar de Marx mas é difícil sustentar essa posição.
Se estivesse no governo federal, o PSOL ignoraria o fato de ser minoria no parlamento.
Faria certamente como seu prefeito em Itaocara, que foi para o tudo ou nada contra a maioria oposicionista da câmara municipal, dominada por Cabral e Garotinho.
Quando a oposição abriu processo de impeachment contra ele, o PSOL lembrou de Marx e mandou Freixo ir negociar com o Garotinho, que aceitou ajudar, não se sabe em troca de que.
É fácil condenar os acordos pela governabilidade feitos pelos outros, quando não se está no governo.
Agora, fazer acordos sem transparência, como este do Freixo com o Garotinho, e condenar os acordos feitos pelo PT para garantir a governabilidade, é no mínimo uma hipocrisia.
O PSOL sabe muito bem o que teriam feito os tucanos se estivessem governando o país durante a crise.
Sabe muito bem o que fariam Aécio e Armínio Fraga se ganhassem essa eleição.
Os tucanos, se eleitos, desmentiriam a propaganda psolista que iguala PT a PSDB.
Portanto, o voto do PSOL em Dilma foi incoerente, sim, com seus discursos e posicionamentos em relação ao PT e seus governos.
Quem votou nulo foi coerente.
Quem votou em Dilma foi incoerente.
Afinal, se se acredita que Lula e Dilma governaram como FHC, e se se acredita que o PT é igual ao PSDB, seria indiferente ter o país governado no próximo período pelo PT ou pelo PSDB, por Dilma ou por Aécio Neves.
Se é tudo a mesma coisa, como sempre ouvi dos psolistas e da sua candidata, Luciana Genro, nos debates, a vitória de Aécio não ia mudar nada.
Ou seja, na prática a 'esquerda coerente' do PSOL tem tanto de coerência quanto de novo tem a 'nova política' de Marina Silva. Nada.
Sobre os sentidos políticos.
Quando o PSOL renuncia às bandeiras do combate ao desemprego, ao arrocho salarial e à miséria, e se apresenta como alternativa a um partido e a um governo que, em meio a uma crise econômica mundial, abraçam firmemente essas bandeiras, que são e sempre foram da esquerda, o PSOL está se alinhando na prática à direita.
Não só porque abandona bandeiras históricas da esquerda, mas também porque o faz incorporando o discurso da direita, que nega ou relativiza os avanços econômicos e sociais havidos no país, ao mesmo tempo em que criminaliza o PT.
Agindo assim, o PSOL acaba servindo como linha auxiliar da direita em seu esforço para desgastar a imagem do PT e frear os avanços de seu governo.
Na luta contra a desigualdade social, o PT está muitíssimo à esquerda do PSOL porque implementou no governo uma política econômica e programas sociais que tiveram resultados espetaculares do ponto de vista dos trabalhadores, enquanto o PSOL abandonou até mesmo o discurso de defesa do emprego e do salário e do combate à miséria e à fome, substituindo-o pelo mesmo discurso hipócrita e falso-moralista dos tucanos em relação ao tema da corrupção.
Toda mudança é um processo.
E o PT iniciou um processo de mudanças no Brasil que nunca parou desde o início do governo Lula.
E não tem sido quaisquer mudanças.
Tem sido mudanças no sentido da redução de todas as desigualdades.
Ou seja, o Brasil tem mudado para a esquerda.
Porque a luta por mais igualdade é uma luta da esquerda.
Não reconhecer que este é o sentido das mudanças havidas nos últimos 12 anos é o que gerou esse racha no PSOL, com uns defendendo coerentemente o voto nulo e outros defendendo o voto em Dilma e tendo que fazer malabarismos retóricos e gráficos para tentar mostrar nexo onde não há.
Há uma evidente contradição entre o discurso do PSOL e sua posição no 2º turno da eleição presidencial.
A posição está certa.
O discurso é que está errado."
GEYSE
"Silvio, quando eu penso que escrevi muito, você me vem com um testamento desses!!!
Acho que você tem grandes doses de razão e concordo com bastante da sua argumentação. Os governos do PT sem sombra de dúvida trouxeram grandes avanços e você citou três dos mais importantes, fato. Meu voto na Dilma teve essa consciência, além da óbvia aversão ao Aécio. Você também tem muita razão em relação à dificuldade de realizar um governo com bandeiras de esquerda em meio a um congresso e uma mídia ultraconservadores, em sua maioria. A dita 'governabilidade' tem seu preço e o PT o está pagando.
Não concordo tanto com sua avaliação sobre as posições do Psol que, embora radicais, não chegam a negar os avanços sociais dos governos petistas. O Psol é oposição de esquerda crítica e tem uma função extremamente relevante, especialmente no legislativo. Não creio que o Psol desvalorize a redução do desemprego, a elevação dos salários, a realização de concursos públicos, a redução da fome e da miséria. Nunca vi essa desvalorização no discurso do Freixo, do Chico, do Jean, do Cinco. Pelo contrário, estes políticos reconheceram os avanços e o Jean chegou a fazer uma 'quase campanha', inclusive posando pra foto com a Dilma pós-eleito.
Enfim, acho um pouco injusta sua avaliação. Se o Psol não puxar pra esquerda, o equilíbrio político do PT necessariamente se deslocará para a direita. Para enfrentar um Feliciano, é necessário um Jean Wyllys. A crítica do Psol não só é válida quanto necessária ao governo do PT, senão a pauta será definida por Bolsonaros e Kátias Abreu sem contraposição. Dou graças à participação da Luciana Genro nos debates, senão quem falaria em legalização do aborto, da maconha e criminalização da homofobia? O PT está rendido às bancadas evangélica e ruralista em nome da governabilidade, e eu compreendo, mas como evoluir sem a crítica??
Por isso, acho que o Psol é coerente em sua posição de oposição, papel que um dia teve o PT, lembre-se. E o discurso não era tão diferente do que hoje o Psol adota, certo? Dizer que o Psol abandonou bandeiras históricas da esquerda é um tremendo exagero.
O PT está anos-luz à frente do Psol em realizações porque tem muitos anos a mais de estrada, figuras políticas de muito destaque e uma base popular ainda muito forte, algo que o Psol vem montando aos poucos e possivelmente nunca chegará ao ponto em que chegou o PT. E não sei se o Psol almeja chegar, sinceramente, pois são projetos de poder muito distintos.
Daí... Que não vejo incoerência, pelo contrário, vejo coerência e me identifico, e acho até que o PT deveria agradecer por uma oposição crítica de esquerda pra tentar equilibrar posições em um contexto tão tão tão conservador, em que até um partido de centro-esquerda, em nome da governabilidade, acaba se perdendo um pouco."
SILVIO MELGAREJO
"Geisy. A oposição que o PSOL faz não equilibra a disputa entre esquerda e direita. Ao contrário, fortalece a direita. Vou te dar dois exemplos.
O primeiro é o apoio que o PSOL deu à direita para a extinção da CPMF, retirando 40 bilhões de reais anuais da saúde. A intenção da direita era impor uma derrota ao PT e sabotar seu governo. E estou certo de que a do PSOL também. Senão estaria até hoje alardeando os benefícios do fim da CPMF para os trabalhadores, o que nunca aconteceu. Os trabalhadores não ganharam nada. A saúde perdeu. Só a direita e o PSOL ganharam alguma coisa, que foi o gozo efêmero de uma vitória que só pode envergonhar a um partido de esquerda.
O outro exemplo que te lembro do tipo de oposição que o PSOL tem feito ao PT é o endosso do partido à tese da direita de que houve mensalão no governo petista, ou seja, desvio de dinheiro público para compra de votos, e o apoio que deu a um julgamento fraudado, inteiramente manipulado pela mídia conservadora, engrossando o coro liderado pela direita que tratava os petistas como criminosos e os chamava de mensaleiros.
A oposição de esquerda deve ser crítica, mas não precisa ser desonesta. O PCO tem as mesmas críticas que o PSOL ao PT. Mas não embarcou nessa de endossar a tese do mensalão. Ao contrário, repudiou-a, denunciando-a como farsa armada pela direita para criminalizar o PT.
Quanto à questão da governabilidade, penso que o PSOL usa dois pesos e duas medidas. Condena os acordos que o PT faz, mas faz também os seus acordos secretos, como no caso de Itaocara.
Dois pesos e duas medidas, o PSOL também usa quando trata de corrupção. Senão, o que explica a proteção que tem dado a Janira Rocha?"
GEYSE
"Silvio, é complicado, porque eu acho que concordo com o Psol tanto no caso da CPMF quanto no caso do mensalão - fato que basicamente deu origem ao partido, com a saída de nomes de peso do PT, como Chico Alencar e Heloísa Helena, entre tantos outros.
Digo 'acho' porque minha avaliação não é tão aprofundada, mas tendo a seguir políticos que admiro e a explicação dada pelo Jean para o caso do mensalão, por exemplo, embora um tanto diferente da divulgada pela mídia, é bastante convincente pra mim.
O Chico não ganhou muito saindo do PT, além de manter sua reputação política inabalada.
O PT não é perfeito, errar faz parte. O PT merece muitas críticas.
O PCO não existe, Silvio.
Olha, o caso de Itaocara ensinou muito ao Psol, mas cá entre nós... Curti a forma como os secretários municipais foram escolhidos. Quando o PT conseguiria fazer semelhante dentro de sua lógica atual?
Bem, como disse, acho que o caminho do Psol é aumentar suas bancadas no legislativo e se firmar como oposição de esquerda, função que exerce muito bem. Não creio que queria seguir fielmente a escola petista de política. O projeto é diferente.
No caso da Janira, abafaram o caso, mas ela não foi reeleita nem teve destaque na última campanha. Melhor assim. O Psol tb não é perfeito, mas ainda tem menos desculpas a apresentar que o PT."
SILVIO MELGAREJO
"Para mim, a reputação política do Chico Alencar foi destruída. Eu era eleitor dele e hoje o tenho como um homem desonesto.
Ele não tem o direto de desconhecer documentos públicos que provam a inexistência do mensalão.
O PSOL foi fundado em 2004. As denúncias do mensalão foram em 2005, quando o PSOL já existia. Portanto o PSOL não foi criado por causa do mensalão.
Você concorda com a retirada de 40 bilhões de reais anuais da saúde?"
GEYSE
"E quando que esses 40 bilhões foram de fato usados na saúde, gente?"
SILVIO MELGAREJO
"Na discussão sobre a prorrogação da CPMF foi proposta uma cláusula que vinculava o uso da contribuição exclusivamente para a saúde. A direita e o PSOL negaram.
Eu não sei que explicação o Jean Willys deu para o caso do mensalão.
Eu sei é que li documentos que fazem parte dos autos do processo, que me deram a convicção de que não houve desvio de dinheiro público.
O Banco do Brasil fez várias auditorias e até hoje não acusou desvio nenhum.
Compra de votos?
Aonde as provas de que houve?
Quem recebeu quanto para faze o que?
E quando?
Nada disso foi demonstrado.
O jurista Ives Gandra, que não tem nada de petista, leu o processo todo e disse com todas as letras numa entrevista que não havia prova nenhuma contra José Dirceu. E ainda assim ele foi condenado.
É bom lembrar que Dirceu foi cassado por causa da denúncia de Roberto Jefferson.
Mas Roberto Jefferson foi logo em seguida também cassado.
Sabe porque?
Por ter feito a denúncia contra Dirceu sem apresentar provas.
O PT cometeu um crime que foi assumido desde que houve as denúncias.
O crime foi uso de caixa 2 de campanha, crime eleitoral que o próprio PSOL já cometeu segundo a Janira Rocha, em gravação feita sem o seu conhecimento e que foi amplamente divulgada.
Nesta gravação Janira trata com dirigentes do Sindsprev/RJ do desvio de dinheiro do sindicato para financiamento das campanhas eleitorais do PSOL.
Se fosse o PT, isso estaria sendo explorado pela Globo até hoje. Como envolve o PSOL, que tem sido muito útil à Globo, os irmãos Marinho resolveram abafar o caso.
Mas o que mais me causa repulsa é o cinismo de gente como Chico Alencar, que sabe que não houve mensalão petista, que sabe que seu partido desviou dinheiro de sindicato, e ainda posa de honesto acusando o PT de corrupto.
O PSOL, Geisy, nem precisou chegar ao poder para se corromper. Veja as notícias abaixo:
Parte da verba do Sindsprevi/Rio teria sido usada para fundar PSOL
O QUE TEME A DIREÇÃO NACIONAL DO PSOL? POR QUE PROTEGE JANIRA?
'Briga no Psol - A direção nacional do Psol cortou o repasse do fundo partidário (dinheiro do governo federal) para o diretório do partido no Rio. Tudo por conta da exclusão de Janira Rocha da propaganda eleitoral na TV. A deputada é acusada de reter parte do salário de funcionários e de desviar dinheiro do SindsPrev para sua campanha.'
Em gravação, Janira Rocha admite desvio de recursos para uso político
O ÁUDIO DA CONFISSÃO
Quer dizer que o PSOL é honesto e o PT é que é o corrupto?
'... ou fundar o PSOL foi barato?' (Janira Rocha)"
GEYSE
"Silvio, não sei pra que entrar nesse debate contigo agora. Não sou psolista, muito menos petista, não tenho porque defender um ou outro. Falei acima que o Psol não é perfeito, nem nunca foi nem nunca será. O caso da Janira a gente já conhece. Não sei pra que esse seu dossiê agora. Você quer que eu chegue à conclusão de que o PT é melhor? Não vai acontecer, desculpa. Você mudou o rumo da conversa e ficou chato. Fanatismo é sempre chato, por isso não quero ser defensora de partido nenhum. Bem, é isso."
SILVIO MELGAREJO
"Fanatismo é o apego irracional a uma crença. Não é este o meu caso. Defendo posições sempre tomando como premissas fatos que podem ser confirmados de alguma forma por meu interlocutor. Se há algum raciocínio, partindo destes fatos que tomo como premissas, que você considere incorreto, peço que diga.
Se você não questiona o valor das premissas dos meus raciocínios e chegamos a partir delas a conclusões diferentes, alguém está errado, e eu gostaria imensamente de saber se sou eu para não continuar em erro e para não seguir induzindo outros a erro.
Não é verdade que eu mudei o rumo da conversa. O tema do seu primeiro post é coerência. É uma tentativa de mostrar aos psolistas críticos do voto em Dilma que isso não é uma incoerência.
Eu me manifestei inicialmente concordando com esses críticos. E todos os meus demais posts foram respostas a comentários seus tratando o tempo todo do tema da coerência política.
Recentemente critiquei uma declaração do ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, que disse que seu partido tinha traído a própria história ao declarar apoio a Aécio Neves.
Eu disse que a traição começou com a adesão do PSB ao programa ultra-neoliberal de Marina Silva, que ocorreu com a aprovação dele.
Ouvi, então, de um petista que 'coerência é para Deus e as crianças'. Eu não concordo.
Prá mim a coerência continua sendo um dos mais importantes valores da política, porque é ela que indica o grau de compromisso que se tem com os valores, com as causas e com as pessoas.
Eu nunca disse que quero te convencer de que o PT é melhor do que o PSOL.
Não tenho culpa se meus argumentos te levam a essa conclusão e lamento muito que isso te deixe tão zangada.
Tão zangada que me acusa injustamente de fanático sem perceber o fanatismo que se expressa nessas suas palavras:
'Você quer que eu chegue à conclusão de que o PT é melhor? Não vai acontecer, desculpa.'
Dizia Alan Kardec que 'Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade'.
Acredito que isso valha também para a fé política."
GEYSE
"Silvio, já entendi seus argumentos, só não quero me alongar numa discussão pra saber se Psol é melhor que o PT ou se o PT é melhor que o Psol. Coerência é algo em falta no mundo, não quero cobrar isso nem de mim, quanto mais de um partido político, veja bem. É que você fez mil posts falando do Psol e da Janira, mas... e daí??? Você espera que eu chegue a que conclusão com isso? Que o Psol não é perfeito? Isso eu já sei, ora... Podemos finalizar agora?"
SILVIO MELGAREJO
"O PT é muito cobrado. Inclusive pelo PSOL. Você diz, inclusive, aqui mesmo nesta discussão, que o PT deveria agradecer ao PSOL pelas críticas que recebe. Mas não gosta e não admite que o PSOL seja criticado. Enfim...
Não vou te incomodar mais. Meu assunto é política e se você não quer ouvir o que tenho a dizer sobre política acho melhor puxar meu barco. Ler postagens e não poder responder não tem a menor graça. Me sinto censurado e isso não é uma boa.
Atendendo ao seu pedido, podemos finalizar."
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