1) Estratégia errada
Pesquisas de vários institutos mostram que a maioria da classe trabalhadora não quer Temer, nem Dilma, quer eleger um novo presidente da república. Portanto a estratégia que pode mobiliza-los não é o “Fora Temer, volta Dilma”, é o “Fora Temer, eleição já”. A verdade é que o trabalhador não está se importando nenhum pouco com o golpe. Ele não se move para defender democracia - é o que tem-se visto -, move-se para defender direitos que compreenda, tenha consciência de fazer jus e que julgue terem sido violados ou estarem ameaçados. A imensa maioria ainda não conhece Michel Temer e por isso deve ter ainda alguma esperança de que ele possa fazer algo de bom. A esquerda deve, por isso, acompanhar pacientemente a experiência das massas com o governo Temer, denunciando o seu programa de governo, criticando as suas ações e comparando-as com as ações dos governos Lula e Dilma ou apresentando novas propostas alternativas.
É preciso que se entenda de uma vez por todas que o mandato de Dilma está perdido porque o povo não a quer de volta, e que o objetivo da esquerda agora deve ser derrubar o governo Temer e eleger um novo governo de esquerda. É preciso oferecer ao povo uma saída para a crise do país que o motive a sair do imobilismo e entrar de vez no jogo político, para restabelecer a democracia. E o caminho para isso só pode ser através da antecipação da eleição presidencial, onde a esquerda denuncie o golpe sofrido por Dilma e lance uma campanha nacional pela realização de um plebiscito por eleições gerais. A bandeira do “Fora Temer, volta Dilma” não tem potencial nenhum de mobilização, exatamente por causa do elevado índice de desaprovação do governo da presidenta. Quem não se mobilizou para impedir o afastamento de Dilma não se mobilizará pelo seu retorno.
2) Tática errada
Formas de luta mais radicais, como fechar ruas e estradas, só funcionam como fatores de propaganda e mobilização se os trabalhadores entenderem e concordarem com as suas motivações. Senão são desaprovadas e provocam antipatia e rejeição ao movimento.
3) PT e Frente Brasil Popular
A melhor maneira de o PT contribuir para o fortalecimento da Frente Brasil Popular é organizar e mobilizar a sua própria base de 1,7 milhão de filiados. É preciso que se faça um pacto nacional entre base e dirigentes pela organização e funcionamento pleno dos diretórios. Aos dirigentes do PT deve-se impor, de cima para baixo, a disciplina necessária para que cumpram adequadamente as obrigações que lhes são atribuídas pelo estatuto do PT. Porque o funcionamento do partido depende do funcionamento dos diretórios e o funcionamento dos diretórios depende da atuação dos seus dirigentes.
Sobre frente e partido, leia:
O PT e a frente de esquerda.
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