segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A prova política do crime que não houve.

Por Silvio Melgarejo - Se o PT tem provas documentais de que não houve mensalão, seus inimigos vão alardear, daqui por diante, que têm a prova política do contrário, que houve, sim, mensalão. Essa prova política seria a palavra, para muitos, insuspeita, de um dos mais importantes dirigentes do partido, o gaúcho, Olívio Dutra.

Ele disse, em entrevista ao Jornal do Comércio de Porto Alegre, que o julgamento da AP-470 e as prisões dele decorrentes, foram justas. Ou seja, para ele, houve mensalão e os condenados não são presos políticos, mas criminosos comuns, corruptos que fazem jus às penas que começam a cumprir.

A direita golpista e o esquerdismo, evidentemente, estão saboreando essas declarações. E eles vão esfregar essa entrevista do Olívio Dutra na cara dos petistas, pelos próximos 400 anos.

Se qualquer um de nós, filiados de base, tivesse dito as bobagens que ele disse, ninguém daria bola. Mas ele é o grande petista Olívio Dutra e, como já me disse certa vez uma companheira, se ele diz é porque alguma coisa há.

Se Olívio "tem direito de discordar e de expor os seus posicionamentos", como diz Diogo Costa, nós, petistas, que repudiamos suas declarações mentirosas, também temos. Ou não?

Evocar o passado de Olívio Dutra para aplacar a ira de seus críticos, é como tentar impedir que se apague um incêndio em vias de se alastrar, porque é o passado de Olívio que dá força às suas palavras, para o bem ou para o mal.

Evocarão também os inimigos do PT o passado de Olívio, mas para dar credibilidade às suas palavras, e usá-las nos debates públicos, como elemento retórico probatório da corrupção petista, que as provas dos autos da Ação Penal 470 demonstram inequivocamente não ter havido.

Presentemente, o passado de Olívio Dutra só está servindo a ele mesmo e ao antipetismo. Ele mesmo diz, na tal entrevista, que "não é o passado que está em jogo, é o presente". Pois muito bem. O passado do grande Olívio Dutra não pode ser colocado acima do presente e do futuro do PT e de seu governo.

Um passado de acertos não pode, além disso, ser salvo conduto para o cometimento de erros, sem a devida censura. As declarações mentirosas de Olívio Dutra, portanto, têm que ser duramente contestadas pelo Partido dos Trabalhadores, porque elas certamente já entraram para o repertório de argumentos da retórica antipetista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.