sábado, 24 de agosto de 2013

Ética médica ou mercantil?

Sobre a reação dos médicos brasileiros ao Programa Mais Médicos do governo federal.


Com a Revalidação exigida pelos médicos brasileiros, os estrangeiros ganhariam o direito, não previsto no atual contrato do programa Mais Médicos, de trabalharem em qualquer lugar do país, por tempo indeterminado. Ao invés de alocados pelo governo em regiões onde há carência de profissionais, eles poderiam, se quisessem, ir fazer concorrência com os médicos brasileiros em regiões que já concentram um número maior de profissionais.

Ou seja, a Revalidação inviabilizaria o socorro emergencial que o programa Mais Médicos pretende dar às populações mais pobres do país, e ainda acabaria gerando mais descontentamento entre os empresários da medicina que atendem à população mais rica, com o acirramento da concorrência decorrente do aumento previsível da concentração de médicos nos grandes centros e capitais.

É evidente que os comerciantes da medicina não querem essa concorrência. O que eles querem é sabotar um programa que pode ser o início de uma revolução na saúde pública do país. A decisão do governo de atacar o problema da falta de médicos com um programa tão agressivo, assusta os mercadores da saúde que não querem nem pensar em ter o SUS como concorrente.

Em violenta reação defensiva de seus interesses corporativos, eles tentam matar o que consideram um mal, pela raiz. E se o Mais Médicos der certo? O que mais fará Dilma? E se o SUS melhorar? Como isso afetaria o mercado da medicina? Não são outras senão estas as preocupações reais da entidades médicas que declararam guerra ao Mais Médicos.

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