sábado, 27 de dezembro de 2014

Não elegi Lula para ele nomear Henrique Meirelles. Mas não me arrependo de ter votado no Lula. (1)

Não elegi Lula, em 2002, para ele nomear o deputado tucano, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.

Mas nunca me arrependi de ter votado e pedido votos pro Lula.

Porque, com a ajuda de Meirelles, ele fez o melhor governo que esse país já teve.

Não elegi Dilma, este ano, para ela nomear tanta gente que estou vendo virar ministro.

Mas não me arrependo do meu voto, nem do esforço que fiz para conseguir votos prá ela.

Porque aprendi com a História recente do Brasil, especialmente do período em que foi governado por Lula, que não se elege um presidente da república para ele nomear ministros de boa reputação junto à esquerda.

Elege-se um presidente para ele governar o país e apresentar resultados que correspondam aos anseios do povo.

E um balanço justo só pode ser feito ao final de um mandato. No início, é impossível ter certezas, apenas expectativas, que podem ou não se confirmar.

As expectativas de muita gente da esquerda sobre o governo Lula, quando ele nomeou Henrique Meirelles, eram péssimas. E não se confirmaram.

Agora, com Dilma, dá-se o mesmo festival de profecias sombrias por causa das escolhas que ela fez para o seu ministério.

Mas a História recente recomenda prudência, que não se faça tão cedo previsões sobre o que está por vir.

Uma equipe de governo é como uma orquestra, que só toca a música indicada pelo maestro e sempre sob o comando de sua batuta.

Dilma é a regente do governo brasileiro e cada ministro é como um músico a seu serviço, submetido à disciplina que ela impõe e comprometido com a execução do repertório que ela escolhe.

O governo é da Dilma. Não dos ministros que ela escolhe.

A política é dela. Os ministros apenas executam.

Se ela achar que algum deles desafina ou que sai fora do compasso, tem poder para excluí-lo e botar outro em seu lugar.

Portanto, não há razão nenhuma para tanto pessimismo, revolta e desencanto.

O concerto ainda está por começar.

Vamos esperar, pelo menos, o fim do segundo movimento, metade da sinfonia, para julgar com mais propriedade o desempenho da orquestra de Dilma Rousseff.

Eu aposto que até lá essa onda de mau humor e desconfiança vai passar, com os primeiros êxitos do segundo mandato da nossa presidenta.

Vamos dar um crédito. A Dilma faz jus a esse voto de confiança. Não nos apressemos em condená-la.

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