segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Os diretórios estão para o partido, assim como, para o exército, estão as unidades militares de combate.

Aos que esperam o pior dos ministros de Dilma: Façamos a experiência junto com os trabalhadores.

Crítica, deve haver sim. Mas aos atos dos nomeados depois de empossados e não ao ato de os nomear, antes deles tomarem qualquer medida.

Se dissermos a um trabalhador "este ministro é seu inimigo, vamos lutar contra ele, porque ele fez isso e aquilo no passado", muito provavelmente ele não nos dará ouvidos.

Mas se dissermos a um trabalhador "veja o que este ministro está fazendo, ele está prejudicando você, vamos lutar contra ele", e o trabalhador considerar que realmente está sendo prejudicado, mesmo que não digamos que esse ministro é seu inimigo, ele o verá como tal, e concordará que há razão prá lutar.

Lutar contra as recentes indicações de Dilma para sua equipe de governo, é lutar contra expectativas que os trabalhadores não têm sobre os nomes anunciados, por não lhes conhecer.

Os trabalhadores só terão a oportunidade de formar opinião a partir do momento em que puderem julgar os atos destes ministros que estão indicados, depois que eles forem empossados.

O que eu quero dizer é que a discussão com os trabalhadores, para ser produtiva, deve se dar sobre atos e fatos que eles tenham a clara percepção que os atingem, e não sobre meras expectativas ou opiniões baseadas em experiências que eles não viveram concretamente e que não sentiram na própria pele.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Não elegi Lula para ele nomear Henrique Meirelles. Mas não me arrependo de ter votado no Lula. (2)

Não elegi Lula para ele nomear Henrique Meirelles. Mas não me arrependo de ter votado no Lula. (1)

Não elegi Lula, em 2002, para ele nomear o deputado tucano, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.

Mas nunca me arrependi de ter votado e pedido votos pro Lula.

Porque, com a ajuda de Meirelles, ele fez o melhor governo que esse país já teve.

Não elegi Dilma, este ano, para ela nomear tanta gente que estou vendo virar ministro.

Mas não me arrependo do meu voto, nem do esforço que fiz para conseguir votos prá ela.

Porque aprendi com a História recente do Brasil, especialmente do período em que foi governado por Lula, que não se elege um presidente da república para ele nomear ministros de boa reputação junto à esquerda.

Elege-se um presidente para ele governar o país e apresentar resultados que correspondam aos anseios do povo.

E um balanço justo só pode ser feito ao final de um mandato. No início, é impossível ter certezas, apenas expectativas, que podem ou não se confirmar.

As expectativas de muita gente da esquerda sobre o governo Lula, quando ele nomeou Henrique Meirelles, eram péssimas. E não se confirmaram.

Agora, com Dilma, dá-se o mesmo festival de profecias sombrias por causa das escolhas que ela fez para o seu ministério.

Mas a História recente recomenda prudência, que não se faça tão cedo previsões sobre o que está por vir.

Uma equipe de governo é como uma orquestra, que só toca a música indicada pelo maestro e sempre sob o comando de sua batuta.

Dilma é a regente do governo brasileiro e cada ministro é como um músico a seu serviço, submetido à disciplina que ela impõe e comprometido com a execução do repertório que ela escolhe.

O governo é da Dilma. Não dos ministros que ela escolhe.

A política é dela. Os ministros apenas executam.

Se ela achar que algum deles desafina ou que sai fora do compasso, tem poder para excluí-lo e botar outro em seu lugar.

Portanto, não há razão nenhuma para tanto pessimismo, revolta e desencanto.

O concerto ainda está por começar.

Vamos esperar, pelo menos, o fim do segundo movimento, metade da sinfonia, para julgar com mais propriedade o desempenho da orquestra de Dilma Rousseff.

Eu aposto que até lá essa onda de mau humor e desconfiança vai passar, com os primeiros êxitos do segundo mandato da nossa presidenta.

Vamos dar um crédito. A Dilma faz jus a esse voto de confiança. Não nos apressemos em condená-la.

É preciso acabar com o desprezo pela administração do partido.

Os presidentes de diretórios e seus secretários são os maiores responsáveis pela construção do PT.

Crítica ao desprezo pela construção do partido e pela administração dos seus diretórios.

"O que eu critico é o desprezo completo que vejo entre os petistas pela construção e pela administração do seu partido."
Qualquer um tem o direito de discordar do que digo. Mas discordar do que eu não digo é um tanto ridículo. Vamos ler, por favor, com um pouco mais de atenção o que se publica e evitar comentar de forma precipitada, para não correr o risco de falar bobagem. Alguns companheiros não fizeram uma leitura correta da frase que publiquei ontem e praticamente me acusaram de querer proibir críticas ao governo.

Vamos esclarecer as coisas. Não quero proibir criticas ao governo. Quero estimular críticas ao partido, sobretudo à administração de suas instâncias. Porque boa parte das ações questionáveis do governo deve-se a erros do partido que a maioria dos petistas desconsidera em seus juízos. Se o partido melhorar sua atuação na sociedade, o governo tende a melhorar sua atuação na mesma proporção.

A crítica desequilibrada que frequentemente se faz contribui para a disseminação de uma visão distorcida da distribuição das responsabilidades entre os membros do partido. Há os que tem mandato no governo, há os que tem mandato no parlamento, mas há também os que têm mandato nos diretórios do partido e destes deve-se cobrar até mais do que dos outros, porque deles depende o funcionamento do partido, que é muito mais do que sua representação nos governos e parlamentos.

O  QUE  EU  ESCREVI  E  POSTEI   ONTEM  FOI  O  SEGUINTE:
"Está fadada à derrota uma esquerda que se ocupa
 MAIS

com a crítica à composição de uma equipe de governo 

DO  QUE 

com a construção de um partido capaz de organizar e mobilizar as massas trabalhadoras."
E  TEM  GENTE  QUE  ESTÁ  LENDO  ASSIM:
"Está fadada à derrota uma esquerda que se ocupa com a crítica à composição de uma equipe de governo."    
PERCEBEM  A  DIFERENÇA?

Quando eu digo  MAIS  DO  QUE,  estou comparando o tempo e a energia gastos com uma coisa, com o tempo e a energia gastos com outra. Essa diferença revela, evidentemente, a importância maior ou menor que se dá a uma coisa, em relação a outra.

Um fato que qualquer um pode facilmente comprovar aqui mesmo, no Facebook, é que a militância petista atuante na internet gasta todo o tempo e toda a energia do mundo com qualquer assunto, menos a construção do PT e a administração de seus diretórios. Com isso ninguém gasta energia e tempo nenhum. O que, a meu ver, demonstra, sem qualquer margem de dúvida, que a militância do PT na web - e, muito provavelmente, também fora dela - não dá a menor importância para essa questão.

É essa, companheiras e companheiros, a minha crítica, e não à desaprovação de muitos às escolhas que Dilma fez para o seu ministério. Eu discordo dessa desaprovação, acho equivocada, mas não faço, nunca fiz, nenhuma objeção quanto à sua livre manifestação.

O que eu critico é o desprezo completo que vejo entre os petistas pela construção e pela administração do seu partido.

Porque é exatamente a falta de um partido de esquerda capaz de organizar e mobilizar as massas, o que tem deixado o nosso governo vulnerável, constrangido, por uma correlação de forças extremamente desfavorável, a buscar alianças provisórias com setores dos campos de classe e ideológicos que lhe são antagônicos, para garantir a segurança do mandato de Dilma contra as ameaças de golpes e sabotagens e para permitir a realização de uma gestão que se encerre com o máximo de avanços sociais que uma composição política como esta puder proporcionar para o país.

Desorganizado e desmobilizado, o PT é um partido incapaz de organizar e mobilizar a classe trabalhadora. E, sem a mobilização organizada da classe trabalhadora, o ideal petista de uma sociedade socialista e democrática nunca poderá ser realizado.

A construção do PT como partido indutor, organizador e dirigente das mobilizações dos trabalhadores é a principal condição para a realização do seu projeto, porque só estas mobilizações têm o poder de influenciar o processo político de fora para dentro das instituições do Estado, respaldando e reforçando a representação da esquerda e constrangendo a do centro e a da direita com a sistemática denúncia pública e coletiva dos interesses antipopulares e anti-igualitários que as movem e patrocinam.

O dia que a militância petista começar a discutir seriamente, nas redes sociais e fora delas, sobre a melhor maneira de garantir o funcionamento pleno e regular dos diretórios, para que haja democracia partidária de verdade e para que o PT tenha um forte poder de ação nas ruas, em todos os recantos desse país, estaremos vendo a gestação de um novo e poderoso partido político, capaz de agitar o Brasil com suas ideias e de liderar uma ampla frente de esquerda pelo socialismo democrático.

O partido está para a luta política, como o exército está para a guerra. Não se atinge o objetivo militar sem um exército e não se atinge o objetivo político sem um partido. O partido é o instrumento da ação política daqueles que o constituem para realizar determinado projeto.

Por isso, considero que a construção do PT e a administração de seus diretórios deve ser a principal preocupação e a principal ocupação dos petistas, e que descuidar dessas tarefas é renunciar, na prática, ao instrumento principal da luta pela tomada do poder político e do trabalho de construção do socialismo na sociedade brasileira.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Está fadada à derrota uma esquerda que despreza a construção partidária e a organização das massas.

Não cobrem da Dilma. Cobrem dos membros de diretórios.

"Está fadada à derrota uma esquerda que se ocupa mais com a crítica à composição de uma equipe de governo do que com a construção de um partido capaz de organizar e mobilizar as massas trabalhadoras."
Pela milionésima vez, lembro aos que me leem uma lição de Marx, do seu livro "18 Brumário", que até autodeclarados marxistas parecem ignorar. Diz o velho comuna:
"Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado."
Eu concordo com o Marx. E como concordo com ele, compreendo e aprovo as escolhas que Dilma tem feito para o seu ministério.

Dilma tem montado sua equipe de governo não como quer, nem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob circunstâncias que a ela se impõem, resultantes de um processo político sobre o qual nem ela, nem ninguém tem domínio, já que protagonizado por inúmeros atores que atuam de forma independente.

O primeiro mandato de Dilma se encerra com seu governo politicamente fragilizado, sob forte artilharia e implacável cerco de um setor da direita, capitaneado pela mídia conservadora e antidemocrática.

Pensando em iniciar o segundo mandato rompendo este cerco e respondendo melhor aos ataques destas forças inimigas, Dilma montou uma equipe cujas características lhe permitirão:
1) melhorar a articulação política para reforçar as bases possíveis de sustentação ao seu governo no Congresso;

2) melhorar a interlocução do governo com a sociedade e com os agentes econômicos para quebrar resistências e criar um ambiente mais receptivo às suas iniciativas; e

3) melhorar a capacidade de gerenciamento dos ministérios, para que apresentem melhores resultados.
A presidenta, muito criticada pelas escolhas que fez para sua equipe, não se cansa de reiterar os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral e nunca deu motivos para que haja dúvidas quanto à sinceridade deste compromisso.

As realizações do seu primeiro mandato, no qual foi capaz de preservar empregos, salários e direitos sociais e trabalhistas em meio à longa e violenta crise econômica pela qual o mundo vem passando, rechaçando com firmeza e convicção inabalável à constante pressão para que adotasse as perversas políticas de austeridade aplicadas na Europa, são razões mais que suficientes para que a ela se dê crédito.

Por que, então, ainda duvidam da lealdade da presidenta à classe trabalhadora?

Por que ainda dão tanto ouvidos à Globo e ao esquerdismo tolo e desonesto que fez do PT seu principal inimigo?

Como podem os petistas permitir que inoculem, tão facilmente, em suas mentes o veneno da desconfiança contra a presidenta que acabaram de eleger a duras penas?

Não veem que a desconfiança é o primeiro passo para o abandono do governo à própria sorte e que, neste caso, a desconfiança, indiscutivelmente, não se justifica?

Dilma se prepara para defender seu governo de golpes e sabotagens cercando-se de ministros de centro e de direita pelas razões mais do que evidentes de que a esquerda tem uma presença ínfima no Parlamento e de que a esquerda não tem um partido sequer que seja capaz de organizar e mobilizar as massas trabalhadoras.

A correlação de forças na Câmara Federal é de apenas 16,37% de deputados de esquerda contra 83,63% de direita e de centro.

De um total de 513 deputados federais, são 429 de direita contra míseros 84 de esquerda.

Não é possível que uma diferença tão acachapante seja desconsiderada na análise que se faça da conjuntura política e dos limites que uma conjuntura assim impõem às ações de um governante de esquerda.

E, como se não bastasse, esse Parlamento, que já é tão fortemente conservador, só sofre pressão externa de uma única classe, a burguesia, que financia quase todas as campanhas eleitorais e detém um controle quase absoluto da mídia e do Judiciário.

Quanto tempo duraria, ou quanto de seu programa poderia realizar, um governo que ignorasse uma conjuntura assim tão adversa e compusesse afoitamente, como tantos exigem, um ministério com 83,63% de ministros de esquerda e 16,37% de direita, o inverso da correlação de forças existente a partir de janeiro próximo no Parlamento?

Dilma está montando o melhor ministério possível para enfrentar as circunstâncias políticas extremamente desfavoráveis que cercam e ameaçam a viabilidade e a sobrevivência do seu governo.

Circunstâncias desfavoráveis que, a julgar pelas manifestações de decepção e revolta que tenho lido, são desconhecidas ou simplesmente menosprezadas por grande parte dos petistas.

Quanta desinformação e quanta irracionalidade.

E quanta falta de noção do que é realmente decisivo e, por isso mesmo, prioritário.

Dilma não precisaria fazer os arranjos institucionais que tem feito se tivesse o apoio de uma maioria de esquerda no Congresso e se houvesse um partido de esquerda que fosse capaz de organizar e dirigir gigantescas e permanentes manifestações de apoio a ela na sociedade.

Parece que os petistas críticos da presidenta, que se revoltam contra suas escolhas, desconhecem que fazem parte de um partido inteiramente inerte e fragilizado pela pulverização de sua base de filiados, decorrente da falta crônica de comando, organização e disciplina em seus diretórios.

O PT seria outro partido se houvesse revolta igual contra o descalabro antigo e permanente de diretórios que não funcionam sequer para cumprir obrigações organizativas mínimas previstas em seu Estatuto, indispensáveis para garantir o poder de ação e o funcionamento da democracia interna dessas instâncias.

Mas não é isso que se vê., ninguém se revolta contra isso. Ao contrário. Os petistas que se escandalizam com o ministério de Dilma, não se escandalizam nenhum pouco com a inoperância da maior parte dos dirigentes do PT e com a falta de funcionamento dos diretórios, dessa inoperância decorrente.

O PT não tem sido capaz de organizar e mobilizar sequer a sua própria base de filiados para cumprir a meta de um simples abaixo-assinado, como o do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Reforma Política, quanto mais organizar e mobilizar o conjunto da classe trabalhadora para apoiar o governo Dilma.

Com uma democracia interna limitadíssima e uma absoluta falta de iniciativa e poder ação, em razão da precariedade do funcionamento dos diretórios e da resistência dos dirigentes ao uso efetivo da internet como instrumento de inclusão partidária, o PT, desorganizado e desmobilizado, é um partido fraco, incapaz de dar sustentação política sozinho ao seu governo.

O querem, então, os petistas críticos de Dilma?

Que ela faça milagres?

Ou que conduza o país a uma aventura inconsequente, ignorando as circunstâncias políticas, para agradar aos padecentes do esquerdismo histérico e delirante?

Está fadada à derrota uma esquerda que se ocupa mais com a crítica à composição de uma equipe de governo do que com a construção de um partido capaz de organizar e mobilizar as massas trabalhadoras.

Falta, ainda, ao conjunto da esquerda brasileira a consciência de que é preciso priorizar a construção desse partido.

As tendências das legendas existentes digladiam-se em acalorados e infindáveis debates sobre estratégias e táticas, desprezando inteiramente a reflexão sobre a construção do partido, que é o único meio capaz de realizá-las.

No PT, a inoperância dos dirigentes impede que os diretórios funcionem e com isso marginaliza centenas de milhares de filiados por todo o país, que ficam impossibilitados de exercerem em plenitude as suas cidadanias partidárias.

Como a democracia interna só permite a participação de uma minoria, perpetuam-se as velhas direções viciadas e suas não menos velhas claques, sem dar chance à formação e emergência de novas lideranças que as substituam, para recuperar a vitalidade, o entusiasmo e o vigor perdidos pelo partido ao longo das décadas.

Aos precipitados críticos de Dilma, peço que reflitam.

Não cobrem da presidenta o impossível, porque não é justo.

Cobrem o possível dos presidentes dos diretórios e seus respectivos secretários de organização, finanças, comunicação, formação política e mobilização.

São eles os maiores responsáveis pela construção e pela administração do PT como partido indutor, organizador e dirigente das mobilizações populares necessárias para o fortalecimento da esquerda na sociedade e dentro da coalizão liderada por Dilma Rousseff.

Não cobrem de quem já faz a sua parte, tirando leite de pedra. Cobrem de quem deve. E quem deve à militância petista, decididamente, não é a presidenta Dilma.

Quem deve muito a esta militância são os membros da maioria dos diretórios do PT, que deliberadamente se candidataram no último PED e que. eleitos, abandonaram as instâncias que se comprometeram a administrar.

Dirijam a eles as cobranças vigorosas que só à presidenta vocês têm feito injustamente. Porque, não sei se vocês sabem, presidente da república não é Deus. E sem partido organizado e mobilizado, todo ideal político morre no discurso.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Uma decisão urgente.

Enquanto o PT não tomar a decisão de organizar e dirigir a sua própria base de filiados, não vai conseguir também organizar e dirigir a classe trabalhadora.

Porque é a base do partido, e não sua direção, quem vai atuar efetivamente junto à classe e com ela interagir, para lhe organizar e liderar suas ações.

A falta de uma política global para a administração dos diretórios partidários e a completa falta de disciplina da imensa maioria dos dirigentes destes diretórios, tem comprometido gravemente há anos o funcionamento da democracia interna do Partido dos Trabalhadores e anulado inteiramente o seu poder de ação na sociedade.

Não faltam recursos para fazer funcionar a democracia partidária, tampouco para realizar ações políticas coletivas nas ruas e praças do país.

Os recursos existem, são abundantes e estão presentes na própria base do partido, de mais de 1,5 milhão de filiados.

O que falta ao PT é planejamento, organização, liderança e controle nos diretórios.

Ou seja, falta ADMINISTRAÇÃO PARTIDÁRIA.

Porque, sem administração, não se realiza a política, nenhuma política, mesmo a mais correta e justa, mesmo a mais necessária e urgente.

A presente conjuntura coloca o PT ante o desafio de se renovar como partido para responder adequadamente às circunstâncias.

E as circunstâncias exigem que ele seja um partido indutor, organizador e dirigente de grandes e permanentes mobilizações populares, porque depende destas mobilizações para sobreviver e para realizar seus objetivos.

Construir este partido é tarefa de todos os filiados.

Mas depende antes de tudo de uma firme decisão e de uma radical mudança de atitude dos dirigentes petistas, hoje acomodados à inércia da paralisia e à falta de cobrança de desempenho e resultados.

Porque sem comando, organização e disciplina, em todos e em cada um dos diretórios do PT, a democracia interna do partido vai continuar sendo uma democracia de poucos e sua capacidade de atuar como unidade coletiva forte e coesa na sociedade vai continuar sendo nula.

Sem organização e disciplina, o PT não será capaz de resistir ao golpe que se vê em gestação e ao massacre continuado de sua imagem perante a opinião pública.

É hora de reagir à modorra e à apatia reinantes no partido, resultantes, em grande medida, do vício de se manter discussões estéreis e sem sentido prático.

Estratégias e táticas precisam de meios para serem realizadas.

Se na guerra o meio é o exército, na política o meio é o partido.

Como venho há tempos dizendo, sem partido organizado e mobilizado, todo ideal político morre no discurso.

Só que no PT, por incrível que pareça, simplesmente aboliu-se a discussão sobre a construção partidária.

A construção partidária virou quase um tema tabu.

E isso precisa mudar.

É hora de se estabelecer um pacto entre todas as tendências petistas para o desenvolvimento de uma cultura administrativa partidária, que permita o uso racional dos recursos presentes na base de filiados do PT, na construção e na manutenção de um partido que seja indutor, organizador e dirigente das mobilizações dos trabalhadores.

Um partido que, antes de tudo, deixe de ser, como é hoje, uma democracia de poucos, raríssimos, para ser uma democracia de todos os filiados, onde todos possam falar e ser ouvidos, ouvir e poder retrucar, decidir e assumir compromissos de participação, de acordo com seus talentos, vocações, disposições e disponibilidades.

Porque este é o único modelo de partido que vai permitir ao PT alcançar seus objetivos.

Nunca é demais lembrar o trecho abaixo da resolução política do 5º Encontro Nacional do PT, de 1987, que diz:
"Se queremos um partido capaz de dirigir a luta pelo socialismo, (...) precisamos de um partido organizado e militante, o que implica a necessidade de quadros organizadores. Um partido que seja de massas porque organizará milhares, centenas de milhares ou até milhões de trabalhadores ativos nos movimentos sociais, e porque será uma referência para os trabalhadores e a maioria do povo."
O PT precisa urgentemente de dirigentes disciplinados, com compromisso, talento e vocação para a realização das tarefas organizativas.

Sem dirigentes assim, com estas características e com este comprometimento com a organização partidária, o PT vai continuar sendo apenas este enorme contingente de filiados dispersos, desconectados e desarticulados que somos, incapazes de realizar qualquer ação coletiva de impacto político significativo na sociedade, seja para defender seu governo, seja para lutar por mais avanços democráticos e sociais.

sábado, 6 de dezembro de 2014

O que é "administrar o partido". (1)

O PT deve combater o esquerdismo.

O meu papo é com os petistas. É a eles que dirijo minhas mensagens e é com eles que desejo dialogar. Nós temos um partido para construir e uma luta séria prá travar com a burguesia afim de derrotá-la e construir o Socialismo Democrático.

Com os esquerdistas, definidos por Lenin como aqueles que não conseguem compreender "a necessidade de levar em conta, com estrita objetividade, as forças de classe e suas relações mútuas antes de empreender qualquer ação política", não devo, não quero e não vou perder tempo.

Não há diálogo possível com essas caricaturas de esquerda, cujo radicalismo irracional, delirante e inconsequente já levou os trabalhadores a incontáveis derrotas ao longo da história. São bem intencionados estúpidos, cultores de uma vaidade revolucionária que lhes anula a inteligência e os transforma em agentes involuntários do conservadorismo burguês. O PT deve combatê-los e derrotá-los, como Lenin os combateu e derrotou em seu tempo.


https://www.facebook.com/groups/socialismox/745341972217045/?comment_id=756839041067338&notif_t=like

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Breno Altman: "O que espanta é a inação governista."

Razões da inação do PT.

(Comentário sobre postagem de Emir Sader no Facebook)

A inação petista, fora de períodos eleitorais, tem muito mais de uma década e nunca resultou, portanto, de alertas desse ou daquele membro do partido quanto à ameaças de golpe. Estes alertas são recentes e, a meu ver, plenamente justificáveis. Mas não têm nada a haver com a paralisia do PT, que não é de hoje.

A inação do PT decorre de três fatores: a hiper-institucionalização, a falta de uma política para administração dos diretórios partidários e a falta de disciplina dos dirigentes destes diretórios. Não faltam recursos para a realização de ações políticas coletivas. Faltam planejamento, organização e direção. Ou seja, falta ADMINISTRAÇÃO PARTIDÁRIA.

***

O post de Emir Sader
"Gritar Golpe a qualquer movimento da oposição, leva à inação e não à mobilização. E' preciso responder, reagir e retomar a iniciativa, disputando a agenda dos temas centrais reais pro Brasil hoje."
https://www.facebook.com/emir.sader.5/posts/731135246978557

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sobre Joaquim Levy: A tesoura está na mão de Dilma.

Dilma manda, Levy obedece ou cai fora.

A oposição quer transformar Joaquim Levy em presidente da república e a presidenta Dilma numa "rainha da Inglaterra".

Quem, em seu perfeito juízo, pode acreditar que Dilma, com o histórico e com o temperamento que tem, vá se submeter a isso?

Levy não é e não vai ser nunca presidente de fato do país, como quer a oposição.

Presidente é a Dilma e é ela quem determina a política econômica.

Dilma manda, Levy obedece ou cai fora.

Essa é a regra do jogo que querem subverter.

É justo que os petistas permaneçam vigilantes sobre os atos do novo ministro da fazenda.

Mas não é justo botar em dúvida o compromisso de Dilma Rousseff com a classe trabalhadora brasileira.

Ela nunca deu motivos para isso.

Os que viram traição ao povo na nomeação de Henrique Meirelles para o Banco Central por Lula, em 2003, viram o presidente concluir seus dois mandatos com excepcionais índices de aprovação popular em razão dos resultados alcançados por seu governo no campo social.

Lula, cuja fidelidade ao povo se questionou quando ele nomeou Meirelles, é hoje reconhecido como um ícone mundial do combate à pobreza.

Porque Lula, apesar de ter nomeado Henrique Meirelles para o Banco Central, nunca traiu o povo brasileiro.

E o povo brasileiro reconhece isso.

Não vamos nos precipitar, companheiros, como se precipitaram muitos em 2003, chegando ao ponto inclusive de sair do PT para ir fundar um partido que hoje é linha auxiliar da direita.

Vamos vigiar Levy.

Mas vamos dar crédito à Dilma.

Se os atos do ministro Levy ferirem os interesses dos trabalhadores, aí sim, vamos cobrar da presidenta, porque será dela a política econômica executada por ele e, portanto, será dela a responsabilidade política por cada decisão que houver no Ministério da Fazenda.

O papel dos petistas hoje, não deve ser cobrar de Dilma a nomeação deste ou daquele ministro.

O papel dos petistas hoje é construir o partido e mobilizar a classe trabalhadora brasileira para defender nas ruas o projeto iniciado em 2003, com Lula, que precisa avançar com Dilma e que deve seguir depois dela para mais além, no rumo do Socialismo Democrático.


https://www.facebook.com/melgarejo.silvio/posts/951763408185391

A importância dos quadros organizadores.

Quando publiquei duas mensagens no Facebook hoje sobre os artigos 87 e 88 do Estatuto do PT, um companheiro do partido fez o seguinte comentário:
"É difícil sem estrutura... é preciso colaboração e organização ; em nível nacional a Agência PT parece estar dando conta , dentro de nossas limitações estruturais."
Eu lhe respondi com o seguinte comentário:
"É difícil, eu diria até impossível, porque o partido ainda não entendeu que tem que ter política administrativa para os seus diretórios.

Lá no 5º Encontro, de 1987, já se tinha o diagnóstico de que o PT vivia, desde 1982, uma crise organizativa crônica. Pois, nós vivemos essa crise até hoje.

Na mesma resolução que se fazia o diagnóstico, indicava-se quem iria ajudar a superar esse problema: os quadros organizadores.

O PT tem, com certeza, em sua base de filiados, muita gente com conhecimento, habilidades e disposição para assumir tarefas na gestão dos diretórios. Isso é necessário, é imprescindível, para que os diretórios possam criar e manter infraestruturas que permitam que eles desenvolvam suas atividades.
 
A ação política coletiva precisa do partido para se realizar. Mas o partido só vai poder cumprir a sua função de agente da ação política se os recursos presentes em sua base de filiados forem muito bem administrados.

A Política não se realiza sem a Administração. É isso que o PT precisa entender para superar a crise organizativa que vem comprometendo a sua democracia interna e anulando quase que inteiramente o seu poder de ação praticamente desde a sua fundação."

Artigo 88 do Estatuto do PT: Manter os filiados informados sobre as ações do partido.

Artigo 87 do Estatuto do PT: Manter em dia o cadastro de filiados.