Eugênia,
Em primeiro lugar, eu não faço questão de ser diferente. Defendo o que acho certo.
Novo, eu só sou nessa lista de emails. Na política, não sou nenhum catedrático, mas já passei do tempo de calouro.
Eu não disse que preciso ser ganho para as propostas do partido. Se já não estivesse ganho não as estaria aqui defendendo. Me referia ao filiado-eleitor que permanece à margem do partido, sem nenhum acúmulo de discussão política. Infelizmente, eles ainda são maioria, no partido. Mas, a julgar pela sua resposta, os filados integrados a núcleos de base, não estão em situação muito melhor.
Não vou repetir o que já disse nas minhas mensagens anteriores. Quero apenas fazer duas ponderações sobre as campanhas que você exclui da pauta de prioridades do partido para este ano.
A Globo é a maior, mais poderosa e mais feroz inimiga do Partido do Trabalhadores e das causas democráticas e populares que ele representa. A maior derrota que o PT sofreu em sua história foi o julgamento do mensalão. Suponho que você concorde com a tese de que, naquele julgamento, foi a Globo quem moveu as mãos dos que bateram o martelo, e que a força para fazê-lo advém da brutal concentração que mantém dos meios de comunicação.
Derrotamos nas urnas o DEM e o PSDB. Mas ainda temos diante de nós, como ameaça permanente à democracia e aos avanços sociais conquistados pelo país nos governos Lula e Dilma, esse poderoso e implacável Partido da Imprensa Golpista, que tem como núcleo as Organizações Globo.
A direção nacional do PT demonstra que entende a importância estratégica da Lei Popular da Mídia Democrática em sua resolução sobre o tema, aprovada no início de março. Vou reproduzir o que já publiquei em minha mensagem anterior. A resolução do Diretório Nacional diz o seguinte:
"O Diretório Nacional do PT, reunido em Fortaleza nos dias 1 e 2/3/2013, (...) RESOLVE: (...) III. Apoiar a iniciativa de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para um novo marco regulatório das comunicações, proposto pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), pela CUT e outras entidades, conclamando a militância do Partido dos Trabalhadores a se juntar decididamente a essa campanha; (...)"
Releia este trecho: "(...) conclamando a militância do Partido dos Trabalhadores a se juntar decididamente a essa campanha; (...)". O que esta frase quer dizer, para você, Eugênia? Ela não é suficientemente clara? É ou não é uma conclamação? E o que é uma conclamação?
Quanto ao PL-5500/13, eu não inventei essa campanha, como você diz. Questiono exatamente o fato de a campanha não existir, apesar de haver um aparente consenso nacional sobre a importância da educação para o desenvolvimento econômico do país e para o avanço da democracia, e apesar de a presidenta da república ter enviado ao Congresso o PL-5500/13 e convocado uma campanha de apoio, em rede nacional, nos seguintes termos, que já citei na mensagem anterior, mas repito, para enfatizar:
"(...) Mas um governo só pode cumprir bem o seu papel se tiver vontade política e se contar com verba suficiente. Por isso, é importante que o Congresso Nacional aprove nossa proposta de destinar os recursos do petróleo para a educação. Peço a vocês que incentivem o seu deputado e o seu senador para que eles apoiem esta iniciativa. (...)".
Dilma diz, claramente, que seu governo - que é também nosso - depende da aprovação do PL-5500/13 para poder fazer a revolução que precisa ser feita na educação do país, pedindo que os cidadãos e cidadãs brasileiras pressionem os parlamentares para que o aprovem. Não seria natural que o PT atendesse ao apelo da presidenta, iniciando a campanha de apoio pedida por ela, no curto prazo de tempo de tramitação do projeto? Será que é só aparente o compromisso do partido com a educação? Ou será que confiamos no compromisso do Congresso, e por isso achamos que o PL-5500/13 será aprovado com facilidade, sem necessidade de mobilização popular? Por que, então, Dilma pediu, no 1º de maio, que a cidadania pressionasse os deputados e senadores? Não será esse um indício de que ela própria não confia na boa vontade do Congresso?
Não faço parte de nenhum grupo de pressão ao DN, ao DR, etc, Eugênia. Você está tão envolvida na disputa interna do partido que enxerga inimigos onde não há, fazendo uma leitura incorreta dos textos publicados. Desarme o espírito, companheira, e permita-se ler com mais calma e atenção o que escrevo. Sou um filiado de base que não pertence - ainda, quem sabe um dia... - a nenhuma tendência, mas que está ansioso para investir um pouco do seu tempo disponível no trabalho político voluntário de construção do partido. Defendo, aqui, que a 1ª zonal abrace uma causa proposta pela nossa presidenta da república, e outras duas causas respaldadas por resoluções recentes do Diretório Nacional do partido. Considero a crítica aos dirigentes um direito inalienável de todo filiado. Assim como considero um direito de todo filiado, criticar o discurso e a conduta de outro filiado. Por isso, reconheço a legitimidade da sua crítica à intervenção que aqui tenho feito, embora a considere equivocada e injusta. Vamos seguir, conversando.
Silvio Melgarejo
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