sábado, 24 de novembro de 2012

Como não se apaixonar por esta guerrilheira?

A nova imagem pública das FARCS é a imagem de uma mulher holandesa: Tanja Nijmeijer. Linda, inteligente e corajosa, ela saiu este mês das profundezas da selva colombiana, onde nos últimos dez anos tem enfrentado, de fuzil na mão, a dura luta pela sobrevivência em meio à guerra, para atuar no campo diplomático. Tanja, cujo nome político é Alexandra Nariño, faz parte da delegação que representa as FARCS na mesa de negociações com o governo colombiano, que está se dando presentemente em Cuba, onde se pretende chegar a um acordo de paz. 

Tanja - ou Alexandra - é uma mulher especial. Num tempo como o nosso, em que o interesse pragmático subjuga com frequência o idealismo, a paixão revolucionária desta holandesa só pode ser recebida, quando revelada pela imprensa internacional, com um misto de espanto, admiração e desconfiança. Sua imagem seria facilmente admitida pelos senso comum como a imagem de uma modelo de moda ou publicidade. Mas ela não é modelo. É guerrilheira. E linda, linda demais. É tão difícil para quem não é idealista entender o que passa na cabeça de Tanja, quanto para um idealista não se apaixonar por ela. Eu me apaixonei por Tanja Nijmeijer, me apaixonei por Alexandra Nariño.

Em 21 de novembro de 2012, o site G1 publicou reportagem sobre a musa da guerrilha colombiana, com algumas belas fotos da gata guerreira. Um colírio.

A guerrilheira holandesa das Farc, Tanja Nijmeijer, posa em 15 de novembro em Havana (Foto: Adalberto Roque/AFP)

A rebelde holandesa das Farc, Tanja Nijmeijer, chega para negociar em 19 de novembro (Foto: AFP)

Tanja Nijmeijer (à direita) aparece em acampamento das Farc na selva colombiana, em fotos não-datadas (Foto: AFP)

Tanja, cujo nome de guerra é Alexandra, uniu-se voluntariamente à guerrilha, em 2002 segundo sua família. Ela nasceu em 1978 e sua história foi revelada pela imprensa colombiana em 2007 (Foto: AFP)

A guerrilheira holandesa que negociará pelas Farc. (Reportagem BBC-Brasil / R7)

Em 24 de novembro de 2012, o site R7 publicou reportagem da BBC-Brasil contando a história da holandesa Tanja Nijmeijer, membro destacado das FARCS, que está hoje participando da comissão de negociadores enviada a Cuba pela organização, para um encontro de paz com os representantes do governo colombiano. Diz a reportagem da BBC-Brasil:
"'Estudei cultura e idiomas latinos na universidade de Groningen. E como parte do meu curso, tinha de fazer uma parte prática na Colômbia [em 1998]', contou Tanja anos depois durante uma entrevista à rádio Netherlands Worldwide. 
'Passei um ano na Colômbia, mas nunca pensei em viver lá ou em me unir aos guerrilheiros. Mas quando voltei à Holanda e comecei a trabalhar como ativista política, percebi que a revolução nunca iria acontecer na Holanda. Ela estava acontecendo na Colômbia. E por isso resolvi voltar [em 2002]'."

Reproduzo a seguir a íntegra da reportagem da BBC-Brasil, veiculada pelo site R7.


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A guerrilheira holandesa que negociará pelas Farc. (Reportagem R7)


Tanja Nijmeijer, de 34 anos, faz parte da guerrilha há dez anos.


Sua presença nas Farc ficou mais conhecida em 2007, quando o Exército tornou público parte de seu diário, encontrado após um ataque a um acampamento guerrilheiro

É a guerrilheira de quem todos estão falando: uma jovem holandesa que entrou nas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) faz dez anos e agora participará das negociações de paz que podem encerrar quase meio século de conflito armado.

Seu nome de batismo é Tanja Nijmeijer, mas entre os guerrilheiros ela é conhecida como Eileen, Alexandra ou Holanda.

Especula-se inclusive que a inesperada inclusão de Tanja na equipe de negociação das Farc seja uma das razões pelas quais o início do diálogo atrasou. As negociações não devem mais começar nesta quarta-feira (17) em Oslo, na Noruega, como estava previsto, mas, sim, no dia seguinte.

Tudo parece indicar que a jovem de 34 anos somente se integraria à equipe negociadora na segunda fase das conversações, marcada para a capital cubana, Havana. E isso significa que ainda estaria nas selvas colombianas, onde Tanja entrou pela primeira vez no fim de 2002.

"Estudei cultura e idiomas latinos na universidade de Groningen. E como parte do meu curso, tinha de fazer uma parte prática na Colômbia [em 1998]", contou Tanja anos depois durante uma entrevista à rádio Netherlands Worldwide.

"Passei um ano na Colômbia, mas nunca pensei em viver lá ou em me unir aos guerrilheiros. Mas quando voltei à Holanda e comecei a trabalhar como ativista política, percebi que a revolução nunca iria acontecer na Holanda. Ela estava acontecendo na Colômbia. E por isso resolvi voltar [em 2002]".

Diário na selva


Ela contou ainda que começou como miliciana em Bogotá por seis meses e depois foi fazer um curso na selva. "Lá me dei conta que a guerrilha não era como pintava a mídia".

Sua presença nas Farc ficou mais conhecida em 2007, quando o Exército tornou público parte de seu diário, encontrado após um ataque a um acampamento guerrilheiro.

Nele, a holandesa criticava duramente a promiscuidade sexual dos guerrilheiros e o comportamento egoísta de alguns comandantes. "Como será quando tomarmos o poder? As mulheres dos comandantes em Ferraris, com implantes nos seios e comendo caviar?", diz um dos trechos.

Segundo o analista Leon Valencia, co-autor de um livro sobre a vida de Tanja, isso fez com que ela quase fosse fuzilada.

"[A publicação] teve um efeito demolidor para a imagem de Tanja dentro do comando das Farc e desatou uma onda de pressões por parte de alguns guerrilheiros, que decretaram sua pena de morte", conta Valencia em Tanja, uma holandesa nas Farc.

Guerrilheira até morrer?


Segundo o autor, ela foi resgatada pelo comandante guerrilheiro Raúl Reyes, que acreditava que Tanja podia ser útil para melhorar a imagem das Farc na Europa e atrair outros combatentes de lá.

O especialista diz que ela foi subindo de posto rapidamente dentro da guerrilha e não parece deixar dúvidas sobre sua fidelidade aos rebeldes.

"Sou guerrilheira das Farc e seguirei sendo até vencer ou morrer. Isso não tem volta", disse Tanja na época da entrevista.

Agora, porém, como negociadora, parece que sua missão não será trabalhar para tomar o poder, mas sim para alcançar a paz.

Foto divulgada pelo jornal Dagblad van het Noorden mostra Tanja em 2001, antes de virar guerrilheira. Crédito: AP Photo

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FARCS e o governo colombiano negociam em Cuba um acordo de paz.

Do G1 - "As negociações de paz, que começaram na segunda-feira (19/11) no Palácio de Convenções de Havana, têm como objetivo pôr fim a quase meio século de conflito armado na Colômbia, com Cuba e Noruega como mediadores, e Chile e Venezuela como acompanhantes.

Além do tema agrário, que deu origem ao conflito nos anos 1960, a agenda inclui outros quatro pontos: drogas ilícitas, participação política, abandono das armas e reparação às vítimas

Desde terça-feira está em vigor um cessar-fogo unilateral de dois meses decretado pelas Farc, ao qual o governo de Juan Manuel Santos não aderiu."

Entrevista de Tanja Nijmeijer / Alexandra Nariño ao jornalista Dick Emanuelsson.



Nome de batismo: Tanja Nijmeijer.

Nome de guerra - realmente de guerra : Alexandra Nariño.

A linda, muito linda, guerrilheira das FARCS, que integra a comissão de negociadores enviada a Cuba para tratar de um acordo de paz com os representantes do governo colombiano, está em Havana desde o início de novembro e deu uma longa entrevista em que fala de sua trajetória na guerrilha.

A entrevista foi concedida ao jornalista Dick Emanuelsson e publicada em seu canal no Youtube em 11 de novembro de 2012, com o seguinte texto de apresentação:
"LA HABANA / NOVIEMBRE 2012 / El gobierno de Juan Manuel Santos no lo quiso, pero no pudo impedirlo. La guerrillera holandesa Alexandra Nariño arribó al aeropuerto de José Martí el lunes 5 de noviembre y causó gran movimiento en la prensa internacional.

Muchos de los periodistas tocaron el portón donde están albergados los integrantes de la Delegación de Paz de las FARC en la Habana, sobre todo los reporteros holandeses que han sido enviados a Cuba, casi rogando para que pudieran entrevistar a la guerrillera que ha sobrevivido asaltos de los "Comandos Junglas" o fuertes bombardeos.

Ha sido víctima ella por las mentiras y manipulaciones de los mismos medios de comunicación holandeses o de otros países que ahora con la sonrisa ancha dicen que han sido siempre defensores de ella. La hipocresía florece ahora como nunca.

Delgada y con una contextura que impresiona, si tomamos en cuenta que la mochila contiene el mismo peso y contenido como para un paracaidista, todo lo necesario para poder sobrevivir en la selva. Y subraya que no es tanto el sacrificio físico que es lo duro, sino lo psíquico.

Con la llegada de Alexandra también comenzó el terrorismo mediático. El Tiempo de ayer domingo, ya tiene la primera entrega de esa guerra psicológica que tantas veces ha sido clave para sabotear un proceso de paz en Colombia.

Titula el diario de los Santos; 'El lado oscuro de Tanja, la holandesa de las Farc', sacudiendo el polvo de los viejos archivos de la inteligencia militar colombiana y de la CIA, intenta cuestionar esta guerrillera que se incorporó a las filas guerrilleras para combatir un estado reconocido mundialmente por su terrorismo de estado, aniquilando a toda oposición civil y legal.

Como si fuera poco, el diario de los Santos incluso publica una foto de ANNCOL y de este reportero, que era el único periodista en la llegada de Alexandra a la Habana, cortando la foto para quitar el sello de "ANNCOL", dando la autoría a la agencia francesa AFP.

Con Alexandra conversamos e invitamos para que veas y escuches una internacionalista que los mismos gringos quieren tapar la boca, y ella solo se ríe sobre esa amenaza."

Tanja Nijmeijer, das FARCS, chega a Cuba para negociar acordo de paz com governo colombiano. (vídeo)


A guerrilheira holandesa das Farcs, Tanja Nijmeijer, conhecida como Alexandra, chegou a Cuba no início de novembro e se juntou à comissão de negociação enviada pela organização insurgente para tratar de um acordo de paz com o governo da Colômbia. No dia 7 de novembro (de 2012) ela deu uma entrevista em que falou de sua expectativa em relação ao encontro. Ela diz não querer qualquer paz, mas paz com justiça social.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Guerrilheira holandesa, recebe visita da mãe na selva colombiana.

Tanja Nijmeijer, a guerrilheira holandesa das FARCS, recebe visita da mãe na selva, em 2005.

Uma lutadora holandesa das FARCS.

(reportagem colhida no site da Al Jazeera, traduzida pelo Google)

Uma mulher holandesa marca da Holanda "guerrilha na selva uma e só" pensa-se que foram mortos no ataque última quarta-feira do exército colombiano a um acampamento das Farc.

Trinta e dois anos de idade Tanja Nijmeijer, que se acredita ter sido a trabalhar como assistente pessoal de alto comandante das Farc Jorge Briceño, foi o tema de um documentário e um livro. Apelidado de "garota de guerrilha" pela imprensa holandesa, ela foi pensado para ter sido o único membro europeu do grupo.

Luduin Zumpolle, um holandês ativista de direitos humanos e especialista Farc que vive na capital colombiana Bogotá, co-autor do livro sobre Nijmeijer e trabalha com as mãos para a Paz - uma organização que se esforça para reabilitar ex-combatentes das Farc.

Ela diz que ex-combatentes, muitas vezes desde a com trechos de informações sobre o paradeiro de Nijmeijer e bem-estar, mas o tempo de "última vez que ouvi sobre ela era há três semanas. Ela ainda estava trabalhando ao lado de [apelido Briceno eo nome de floresta-moradia verme] Mono Jojoy . "

"Ela é mais provável entre os cerca de 100 combatentes das Farc que foram mortos no ataque", Zumpolle afirma.

O acampamento, descrito por Rodrigo Rivera, defesa da Colômbia ministro, como "a mãe de todos os acampamentos das Farc" era um labirinto de túneis e incluiu um bunker de concreto para proteção contra ataques aéreos.

Helicópteros colombianos recuperados oito homens e três corpos femininos, supostamente incluindo Briceno, desde o local queimado e fortemente armadilhado, mas Nijmeijer não era declaradamente entre eles.

"Muitos dos túneis desabou sob o impacto da batida. Maioria dos corpos dentro nunca será recuperado", explica Zumpolle.

Tornar-se politizado

Nijmeijer cresceu em uma família de classe média em Denekamp, uma pequena vila holandesa perto da fronteira alemã. Ela estudou espanhol na Universidade de Groningen, onde ela associada esquerdistas, agachou-se em casas abandonadas e já foi preso por participar de um protesto violento.

Em 1998, ela viajou para a Colômbia em um estágio como professor de Inglês em uma escola particular em Pereira. Mas foi a sua experiência de voluntariado na periferia atingidas pela pobreza da cidade que se diz moldaram suas visões políticas.

Depois de completar seus estudos na Holanda, ela voltou para a Colômbia, onde trabalhou para uma organização de ajuda.

Ela se juntou a ala urbana das FARC em Bogotá em 2002 e, de acordo com o serviço de inteligência colombiano, foi envolvido em vários ataques mortais contra delegacias de polícia e alvos civis na cidade. Após isso, ela disse ter se juntou a uma unidade das Farc na selva do sul da Colômbia.

Em 2003, o governo colombiano lançou "prova de vida" imagens de vídeo de três reféns norte-americanos detidos pelos rebeldes das Farc. Nas imagens Nijmeijer é visto atuando como tradutor para os reféns e dois comandantes das Farc. Após a sua libertação, os reféns descrito Nijmeijer como sendo um membro ativo do grupo.

Diário rebelde

Nijmeijer primeiro fez manchetes em 2007, quando trechos de seus diários, encontrados pelo exército colombiano durante um ataque a um acampamento das Farc, foram tornadas públicas.

Neles ela descreveu seu envolvimento em ataques das Farc em Bogotá, eo tédio da vida na selva. Ela também se queixou do machismo de seus comandantes e questionou o que o grupo estava lutando.

"O que vai acontecer quando tomar o poder? Será que as esposas do comandante conduzir Ferrari, tem implantes mamários e come caviar?" , escreveu ela.

"Uma mora aqui mais ou menos como um prisioneiro. Isso valeria a pena se eu sabia que eu estava lutando por alguma coisa, mas eu realmente não acredito que isso."

Zumpolle diz Nijmeijer foi punido com a liderança das Farc por suas observações críticas. "Ela perdeu seus privilégios por um tempo e foi feito para fazer algum trabalho duro, mas logo ela foi perdoado e até conseguiu chegar ao círculo interno da liderança das Farc".

"Não se esqueça de que ela era uma mulher culta entre os agricultores em sua maioria analfabetos. Usaram-la por sua inteligência."

A busca por Tanja

Nijmeijer pais haviam sido tentar convencer a filha a voltar para casa e, em 2005, mesmo sua mãe a visitou na selva colombiana - algo que a Farc raramente permite.

Um vídeo feito durante essa visita mostra uniforme de combate Nijmeijer vestindo campo, um chapéu e batom. Nele, ela envia suas saudações a sua família e diz a sua mãe: "Eu estou muito feliz que você está aqui Agora você pode ver como eu vivo eo que fazer Você vai ver que ele não é como os meios de comunicação estão dizendo..."

Em 2008, Ingrid Betancourt, que foi refém das Farc por mais de seis anos, pediu ao governo holandês para intervir para Nijmeijer "livre". Um porta-voz das Farc respondeu dizendo os meios de comunicação holandeses que ela não estava sendo mantido em cativeiro e estava livre para voltar para a Holanda em férias se quisesse fazê-lo.

No encerramento documentário holandês em em Tanja diretor Leo de Boer levou a mãe ea irmã Nijmeijer para a Colômbia, onde eles se encontraram com Zumpolle e viajou profundamente na selva. Uma vez lá eles transmitem uma mensagem de rádio com instruções para Nijmeijer sobre como escapar das Farc.

Mas De Boer chegou à conclusão de que ela não queria deixar as Farc. "Em todos esses anos que passou na selva, ela deve ter tido pelo menos uma ou duas oportunidades para escapar", diz ele. "Ela cruzou o ponto de não retorno".

"Eu não acho que vamos ouvir de Tanja de novo", Zumpolle afirma. "Exceto, talvez, quando encontrar o seu corpo."

(Fonte: Al Jazeera)

Tanja Nijmeijer, codinome Alexandra.

Tanja Nijmeijer em Cuba, na Praça da Revolução. "A guerrilheira, que viajou a Cuba depois que a Promotoria colombiana suspendeu duas ordens de captura contra ela, uma pelo crime de rebelião e outra com fins de extradição, espera que através das negociações 'por fim se possa fazer a paz' na Colômbia, mas 'uma paz com justiça social, com educação para todo o povo'." (fonte: Carta Capital)

Tanja Nijmeijer, inimiga do Império.

"Nijmeijer é acusada nos Estados Unidos do sequestro, em 2003, de três empreiteiros americanos, que foram libertados em uma operação das forças militares da Colômbia em 2008 juntamente com a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, de nacionalidade colombiana e francesa." (fonte Carta Capital)

A bela guerrilheira das FARCS, Tanja Nijmeijer.

Tanja Nijmeijer

Tanja Nijmeijer, a musa das FARCS, participa das negociações pela paz na Colômbia.

Tanja Nijmeijer, em Cuba, posa na Praça da Revolução. 
Tanja Nijmeijer é uma bela holandesa, de 34 anos, filóloga, membro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCS), onde atua há 10 anos fazendo trabalhos de tradução, comunicação e ensino de marxismo. Foi recentemente nomeada pela organização para integrar a comissão de negociadores que presentemente negocia com o governo colombiano um acordo de paz.

Leia reportagem de Carta Maior:
Holandesa das Farc diz não querer voltar atrás.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Joaquim Barbosa, o Joseph McCarthy brasileiro.

Sobre o macartismo americano, diz a Wikipédia:
"As suspeitas eram freqüentemente dadas como certas mesmo com investigações baseadas em conclusões parciais e questionáveis, além da magnificação do nível de ameaça que representavam os investigados. Muitos perderam seus empregos, tiveram a carreira destruída e alguns foram até mesmo presos e levados ao suicídio". 
O macartismo brasileiro tem o PT como alvo.

O escândalo da ocultação de provas por Joaquim Barbosa.

Trecho do editorial de Saul Leblon, no site Carta Maior.
"A ocultação deliberada para condenar o PT.
(...)  Há questões de gravidade adicional que não devem mais ser silenciadas. 
Elas arguem não apenas a interpretação enviesada dos autos, mas escancaram algo que pela insistência em se manter oculto sugere a deliberada sonegação de informações. Elas 'atrapalhariam' a coesão narrativa do relator e o furor condenatório da mídia que lhe serve de abrigo e pauta. 
A persistência dessas omissões constituirá desvio de gravidade suficiente para sancionar quem enxerga no julgamento em curso as tinturas de um tribunal de exceção. 
Fatos: 
a) as mesmas operações realizadas através do Fundo Visanet no âmbito do Banco do Brasil, idênticas na sistemática mas todavia superiores no valor, foram registradas nos anos 2001 e 2002. Governava o país então o tucano Fernando Henrique Cardoso; 
b) a liberação dos recursos do Fundo Visanet para a DNA só poderia ser feita mediante solicitação, por escrito, do GESTOR DO FUNDO, na época, representado pelo sr. Léo Batista dos Santos, nomeado no dia 19.08.2002, portanto, no governo Fernando Henrique Cardoso, tendo permanecido no exercício dessa função até 19.04.2005. 
Ou seja, quando o Pizzolato ingressou na Diretoria de Marketing do BB, Léo Batista já era gestor do Fundo e assim se manteve até abril de 2005, como único responsável para cuidar dos assuntos relacionados às iniciativas do fundo de Incentivo Visanet. (*) 
c) no voto do Ministro Relator fica cristalizado que os documentos comprobatórios dos ditos “desvios dos recursos “ do BB, que levaram à condenação do réu Henrique Pizzolato, teriam se dado a partir de quatro notas técnicas internas; 
d) esses documentos são assinados por dois Gerentes de Marketing e Varejo e por dois Diretores de Marketing e Varejo, sendo as assinaturas da área de Varejo (responsável pelos Cartões de Crédito e Gestor do Fundo) emitidas sempre pelas pessoas de Léo Batista ou Douglas Macedo; 
e) frise-se que essas notas técnicas internas não são documentos hábeis para liberação de recursos. Não há como deixar de mencionar que um outro Gerente Executivo de Marketing, o sr. Claudio Vasconcelos, é a terceira pessoa que assina as referidas notas; 
f) o relator Joaquim Barbosa excluiu esses três outros participantes das notas técnicas de sua descarga condenatória. A eles reservou um processo que corre em segredo de Justiça e no qual o sr. Claudio Vasconcelos teve seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pelo Juiz da causa.Trata-se de um processo indissociável da Ação Penal 470, mas cuja existência é omitida nos autos.Um processo sobre o qual os demais ministros do Supremo Tribunal Federal, nada sabem. Um processo que a imprensa ignora. Um processo cuja transparência pode mudar os rumos do julgamento em curso; 
e) o único dos quatros assinantes das notas técnicas internas denunciado pelo relator Joaquim Barbosa, que o manipula como se fosse o lastro operacional do 'esquema' atribuído ao PT, é o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato. 
f) o que distingue Pizzolato dos demais? Ele é petista. 
A narrativa esfericamente blindada de Joaquim Barbosa, ingerida sem água por colunistas 'isentos', ao que parece não se sustenta se Pizzolato for alinhado aos demais e se os demais forem nivelados a ele. Daí, talvez, a ocultação escandalosa do processo em segredo de justiça que Joaquim Barbosa recusa-se a quebrar, embora requerida há mais de dez dias pelo advogado de Pizzolato. 
Pode-se duvidar da palavra de Pizzolato. 
Há que se considerar, todavia, que ele de fato não detinha poderes para facilitar ou favorecer a empresa de Marcos Valério junto ao Fundo Visanet, conforme a demonstração acima. 
Por que, então, seria ele o corrompido? 
Pizzolato não tinha poderes junto ao Fundo Visanet; não participou individualmente de nenhuma decisão; portanto, é a ocultação dos demais diretores do comitê que permite distorcer a verdade impondo-lhe práticas e responsabilidades fantasiosas, impossíveis de serem comprovadas dentro ou fora dos autos. 
Distingue Pizzolato e o privilegia na argumentação condenatória do relator o fato de ser um petista num comitê de marketing composto de nomeações feitas durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. 
Tirá-los do esconderijo judicial ao qual foram abrigados por Joaquim Barbosa poderá, talvez, fazer ruir toda a alvenaria estrutural do julgamento. 
E mais que isso: colocar em xeque as emissões de tintura macartista com as quais a mídia tem amparado, vocalizado e orientado o conjunto da obra." (Saul Leblon, no Carta Maior)

Sobre a condenação sem provas dos petistas.

O golpe político maquiado de legalidade que estamos testemunhando, não prova que as instituições são óbices à democracia. Prova que nossas instituições democráticas são ainda precárias e que precisam ser aperfeiçoadas. Os prêsos políticos podem se transformar nos grandes inspiradores dessa constatação e da reflexão para a qual a sociedade deve chamada, afim de que sejam impulsionadas as necessárias reformas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Lewandowski, juiz. Barbosa, capacho da Globo.

Acabei de passar lá no velho Orkut e me senti provocado pela afirmação feita por um membro da comunidade em que estava. Ele disse o seguinte sobre o julgamento do mensalão: 
"Todos tiveram bons advogados, e foi feita justiça. E juiz indicado não deve ser um CAPACHO! Só o Lewandowski que perdeu a noção do ridículo". 

Quero compartilhar com vocês a resposta que dei ao cidadão, em defesa da verdadeira justiça, que não foi feita, e do ministro Ricardo Lewandowski, único dentre os juízes do STF realmente comprometido com ela, no julgamento da AP-470.
Minha resposta: É ridículo condicionar a condenação dos réus à apresentação de provas da materialidade e da autoria dos crimes a eles imputados?  
É ridículo homenagear o direito, mantendo inabalável fidelidade a ele, enquanto outros o profanam? 
Se a justiça foi feita, onde estão as provas de que houve compra de votos?  
De que vale ter bons advogados num tribunal que subverte os princípios mais elementares do direito penal, como o da presunção de inocência e o do ônus da prova? 
Joaquim Barbosa e seu bando estupraram a Justiça, rasgaram a constituição brasileira, sob os aplausos e gritos histéricos dos inimigos da democracia e da justiça social.  
O único magistrado digno desse nome no STF é o ministro Ricardo Lewandowski, que não se curvou às pressões orquestradas pelo movimento macartista brasileiro, nem se deixou corromper, como os outros, em troca de alguns agrados à própria vaidade.
Juiz não deve ser capacho. 
Você tem razão. Lewandowski foi o único que não admitiu ser capacho dos macartistas brasileiros, capitaneados pelas Organizações Globo, do filho de anticomunista e antipetista visceral, Roberto Irineu Marinho. 
Barbosa e seu bando, estes sim são verdadeiros capachos dos inimigos do povo, executores de um golpe político maquiado de legalidade, que joga na lama a imagem da suprema corte brasileira, e ainda encherá de vergonha o povo brasileiro quando ele se der conta do escândalo que ali ocorreu. 
Viva a Justiça verdadeira, com J maiúsculo!!! 
Viva aquele que melhor a encarnou no julgamento da AP-470, o ministro Ricardo Lewandowski!!!

Domínio do fato tem que ser provado, diz formulador da teoria que se pretendia usar para condenar Dirceu.

Quem assistiu a íntegra do voto de Ricardo Lewandowski, que absolveu José Dirceu da acusação de corrupção ativa, cujo vídeo publiquei neste blog há pouco, pode ver que o ministro citou Claus Roxin, jurista alemão considerado um dos mais importantes formuladores da teoria do 'domínio do fato', para manifestar sua preocupação com a forma distorcida como o STF introduziu esta teoria no julgamento da AP-470. Agora é o próprio Claus quem faz críticas ao mau uso da teoria do ‘domínio do fato’, indicando o modo como ela deveria ser aplicada.

Da entrevista publicada ontem no site da Folha, destaco o seguinte trecho:
Folha - É possível usar a teoria para fundamentar a condenação de um acusado supondo sua participação apenas pelo fato de sua posição hierárquica? 
Claus Roxin - Não, em absoluto. A pessoa que ocupa a posição no topo de uma organização tem também que ter comandado esse fato, emitido uma ordem. Isso seria um mau uso. 
Folha - O dever de conhecer os atos de um subordinado não implica em co-responsabilidade? 
Claus Roxin - A posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta. Essa construção ["dever de saber"] é do direito anglo-saxão e não a considero correta. No caso do Fujimori, por exemplo, foi importante ter provas de que ele controlou os sequestros e homicídios realizados. 
Folha - A opinião pública pede punições severas no mensalão. A pressão da opinião pública pode influenciar o juiz? 
Claus Roxin - Na Alemanha temos o mesmo problema. É interessante saber que aqui também há o clamor por condenações severas, mesmo sem provas suficientes. O problema é que isso não corresponde ao direito. O juiz não tem que ficar ao lado da opinião pública.

Entrevista completa AQUI.

Voto de Lewandowski, que absolveu José Dirceu da acusação de corrupção ativa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Um valerioduto, dois partidos e uma corte de incoerentes.

Por Silvio Melgarejo - O esquema chamado 'valerioduto', era um só e serviu a dois partidos rivais, o PSDB e o PT, em momentos distintos. O 'mensalão' do PSDB foi descoberto quando se investigava o 'mensalão' do PT. Justo seria, portanto, que os dois tivessem sido incluídos na mesma denúncia. Não foi isso o que aconteceu. Por razões que ninguém conhece, o procurador Gurgel separou os dois episódios como se não fizessem parte da mesma história, para dar tratamentos desiguais aos dois partidos. O relator do processo contra os petistas, ministro Joaquim Barbosa, poderia ter corrigido isso, juntando em seu voto e levando ao plenário da corte as duas denúncias, que seriam julgadas num mesmo voto. Não o fez, também, não se sabe porque.

Contratantes de um esquema exatamente igual, composto pelo mesmíssimo núcleo operacional – para usar a linguagem do relator Barbosa – conseguiu-se o notável, por absurdo, feito de acusar os núcleos políticos - única diferença que havia afinal entre os dois 'mensalões' - por crimes absolutamente diferentes. Aos petistas imputou-se a acusação de corrupção ativa e formação de quadrilha, pelas quais eles acabaram sendo condenados. Quanto aos tucanos, aceitou-se a alegação de suas defesas de que se tratava de um esquema de caixa 2 de campanha, tese rejeitada no caso do PT.

A partir desse primeiro encaminhamento distinto, rigoroso ao extremo com o PT e, na mesma medida, generoso com o PSDB, dificilmente o mal feito será reparado. Ainda assim, é bom que essas injustificáveis discrepâncias sejam denunciadas à opinião pública e que seus autores, tanto o procurador Gurgel quanto os ministros dos STF, tenham seus atos, carregados de uma alta dose de suspeição, por incoerentes, julgados pela sociedade. É hora, portanto, de dar visibilidade ao 'dois pesos, duas medidas' adotado pelo MPF e pela suprema corte do país. É hora de expor, sem dó, suas hipocrisias. Mas é hora, sobretudo, de admitir, depois do escândalo que foi o julgamento da AP 470, pelo STF, que nossas instituições democráticas ainda são falhas e que precisam ser aperfeiçoadas para o bem da nação e da cidadania. JULGAMENTO DO MENSALÃO TUCANO, JÁ!!!!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Condenados sem provas, petistas serão prêsos políticos.

Por Silvio Melgarejo - O repasse de dinheiro pelo PT a partidos de sua aliança política foi admitido pelos réus e provado nos autos da AP 470. O que não foi provado, apesar da maioria dos ministros do STF ter considerado que sim, foi a razão desses repasses. A quem eles se destinavam: membros do próprio PT e de partidos aliados. Mas a que se destinava esse dinheiro recebido por eles? O Supremo aceitou a tese do Ministério Público de que o dinheiro se destinava a compra de votos. Mas onde estão as provas de que houve a tal compra de votos? Eu, francamente, não vi. Se as há, que se as divulgue. Porque a ausência delas, ou a falta de conhecimento da opinião pública sobre essas provas, caso elas existam, dá margem a que se pense que os ministros dos STF se pautaram por critérios exclusivamente políticos prá tomarem suas decisões, que as condenações foram, portanto, injustas, e que, por conseguinte, Dirceu, Genoíno, João Paulo e Delúbio, serão os primeiros presos políticos do Brasil, no período pós-ditadura militar.

[Publicado originalmente ontem no status de meu Facebook]