domingo, 11 de julho de 2021

O povo, os militares e a democracia

 O POVO, OS MILITARES E A DEMOCRACIA - Os militares são regiamente remunerados pelo povo, mas apontam para o povo as armas que o próprio povo compra. Não defendem a soberania nacional, como deviam, e ainda atuam em sua própria terra como exército de ocupação em território inimigo. São o poder de fato no país, por terem armas e serem organizados, que se impõe ao poder de direito dos governos, parlamentos e tribunais de justiça. Fazem o mesmo as polícias em cada estado. A despeito do que determina a lei, os governadores não têm sobre elas o menor comando, morrem de medo de motins e atentados. 

Enquanto o povo não for capaz de impor-se como poder de fato às Forças Armadas e às polícias, como força organizada, também armada, os militares vão continuar exercendo indevidamente tutela sobre a sociedade, desfrutando de indecentes privilégios e cometendo impunemente crimes de toda ordem. A esquerda brasileira precisa enfrentar esse problema urgentemente. Mas não achará solução para ele se não compreender a diferença entre poder de direito e poder de fato. 

Por não compreender essa diferença é que muitos consideram o Brasil uma democracia. No Brasil não há democracia. Porque democracia é o regime político em que o povo tem poder de fato e não apenas de direito. Poder de verdade é o poder de fato. Sem poder de fato, o poder de direito só se impõe a quem o reconhece e voluntariamente acata à sua autoridade. Quem não reconhece, é-lhe indiferente e até o afronta, como fazem os militares no Brasil com o poder de direito civil.

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