É mais do que justo e compreensível que se impeça o desfile de bandeiras de um partido contrário à causa defendida por uma manifestação. E foi exatamente isso que o PCO fez. Impediu o desfile das bandeiras do PSDB. É mentira que tenham expulsado os tucanos, os vídeos mostram que eles perderam as bandeiras mas continuaram lá e não foram mais incomodados.
A esquerda deve buscar a unidade com quem quer o impeachment, não com quem não quer. O PSDB não quer o impeachment. E o PSDB não vai mudar de posição se não sentir o ônus de apoiar o governo. Se continuar tendo vida mansa nas ruas, sendo bem recebido por onde passa não vai nem pensar em sair da posição confortável em que está. Tem que sentir a rejeição nas ruas e ver que o apoio ao Bolsonaro lhe custa caro. Se continuar barato, não vai votar a favor do impeachment nunca.
O que a esquerda tem que fazer é jogar luz sobre o tabuleiro do jogo político para que a opinião pública entenda os movimentos de cada peça e se manifeste aprovando ou desaprovando o que vê. Nós não podemos ajudar o bolsonarismo liberal a se esconder, apoiar o Bolsonaro e fingir que não apoia. Nós não podemos deixar que eles protejam Bolsonaro impunemente e enganem o povo dessa forma. Deixar os partidos da direita, como o PSDB, livres de pressão das ruas não é uma boa estratégia para alcançar o impeachment.
Sem pressão das ruas sobre os partidos que são contra o impeachment, como o PSDB, o impeachment não vai acontecer. E como é que as ruas pressionam um partido político? Hostilizando e rejeitando os seus representantes e símbolos, não existe outra forma.
A rejeição da esquerda às bandeiras do PSDB em suas manifestações é uma forma de pressão mas também uma forma de denúncia. Porque chama a atenção para o fato de o PSDB ser contra o impeachment. É um sinal que se dá para que o povo entenda de maneira inequívoca que o PSDB é aliado do Bolsonaro e não oposição a ele, como os posicionamentos do Dória e do Eduardo Leite sugerem. Isso contribui para aumentar a pressão da opinião pública sobre o partido.
Esses governadores têm atritos com Bolsonaro mas o PSDB, partido deles, compõe com outros partidos da direita uma barreira de proteção ao presidente, que só poderá ser rompida se os partidos começarem a receber uma conta alta da sociedade pela posição que assumem. Por enquanto, o apoio ao Bolsonaro ainda está saindo muito barato pros partidos da direita. E enquanto estiver barato eles não mudam de posição, não abandonam Bolsonaro e não votam a favor do impeachment.
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