O maior líder da oposição não pode mais continuar fora das manifestações contra o governo. A liderança do ex-presidente não pode continuar sendo reduzida a uma mera intenção de voto. Tem que ser efetiva nas ruas, onde a classe trabalhadora se mobiliza para expressar o seu repúdio ao governo. Lula não é apenas candidato, é líder. A oposição de direita quer mantê-lo escondido, para evitar que se consolide e cresça o seu já amplo favoritismo eleitoral. Mas a eleição é só ano que vem e hoje há uma luta sendo travada na qual o ex-presidente tem um importante papel a desempenhar. Lula deve ir ao próximo protesto, em 24 de julho, e assumir definitivamente a liderança da mobilização nacional contra o governo Bolsonaro. Essa mobilização precisa de um impulso maior para alcançar seus objetivos e a liderança do ex-presidente certamente dará esse impulso. Não apenas por ele se opor ao governo mas principalmente por ele representar, para milhões de brasileiros, a esperança de dias melhores. #LULAno24J
domingo, 11 de julho de 2021
Hostilidade como forma de pressão e denúncia
É mais do que justo e compreensível que se impeça o desfile de bandeiras de um partido contrário à causa defendida por uma manifestação. E foi exatamente isso que o PCO fez. Impediu o desfile das bandeiras do PSDB. É mentira que tenham expulsado os tucanos, os vídeos mostram que eles perderam as bandeiras mas continuaram lá e não foram mais incomodados.
A esquerda deve buscar a unidade com quem quer o impeachment, não com quem não quer. O PSDB não quer o impeachment. E o PSDB não vai mudar de posição se não sentir o ônus de apoiar o governo. Se continuar tendo vida mansa nas ruas, sendo bem recebido por onde passa não vai nem pensar em sair da posição confortável em que está. Tem que sentir a rejeição nas ruas e ver que o apoio ao Bolsonaro lhe custa caro. Se continuar barato, não vai votar a favor do impeachment nunca.
O que a esquerda tem que fazer é jogar luz sobre o tabuleiro do jogo político para que a opinião pública entenda os movimentos de cada peça e se manifeste aprovando ou desaprovando o que vê. Nós não podemos ajudar o bolsonarismo liberal a se esconder, apoiar o Bolsonaro e fingir que não apoia. Nós não podemos deixar que eles protejam Bolsonaro impunemente e enganem o povo dessa forma. Deixar os partidos da direita, como o PSDB, livres de pressão das ruas não é uma boa estratégia para alcançar o impeachment.
Sem pressão das ruas sobre os partidos que são contra o impeachment, como o PSDB, o impeachment não vai acontecer. E como é que as ruas pressionam um partido político? Hostilizando e rejeitando os seus representantes e símbolos, não existe outra forma.
A rejeição da esquerda às bandeiras do PSDB em suas manifestações é uma forma de pressão mas também uma forma de denúncia. Porque chama a atenção para o fato de o PSDB ser contra o impeachment. É um sinal que se dá para que o povo entenda de maneira inequívoca que o PSDB é aliado do Bolsonaro e não oposição a ele, como os posicionamentos do Dória e do Eduardo Leite sugerem. Isso contribui para aumentar a pressão da opinião pública sobre o partido.
Esses governadores têm atritos com Bolsonaro mas o PSDB, partido deles, compõe com outros partidos da direita uma barreira de proteção ao presidente, que só poderá ser rompida se os partidos começarem a receber uma conta alta da sociedade pela posição que assumem. Por enquanto, o apoio ao Bolsonaro ainda está saindo muito barato pros partidos da direita. E enquanto estiver barato eles não mudam de posição, não abandonam Bolsonaro e não votam a favor do impeachment.
O povo, os militares e a democracia
O POVO, OS MILITARES E A DEMOCRACIA - Os militares são regiamente remunerados pelo povo, mas apontam para o povo as armas que o próprio povo compra. Não defendem a soberania nacional, como deviam, e ainda atuam em sua própria terra como exército de ocupação em território inimigo. São o poder de fato no país, por terem armas e serem organizados, que se impõe ao poder de direito dos governos, parlamentos e tribunais de justiça. Fazem o mesmo as polícias em cada estado. A despeito do que determina a lei, os governadores não têm sobre elas o menor comando, morrem de medo de motins e atentados.
Enquanto o povo não for capaz de impor-se como poder de fato às Forças Armadas e às polícias, como força organizada, também armada, os militares vão continuar exercendo indevidamente tutela sobre a sociedade, desfrutando de indecentes privilégios e cometendo impunemente crimes de toda ordem. A esquerda brasileira precisa enfrentar esse problema urgentemente. Mas não achará solução para ele se não compreender a diferença entre poder de direito e poder de fato.
Por não compreender essa diferença é que muitos consideram o Brasil uma democracia. No Brasil não há democracia. Porque democracia é o regime político em que o povo tem poder de fato e não apenas de direito. Poder de verdade é o poder de fato. Sem poder de fato, o poder de direito só se impõe a quem o reconhece e voluntariamente acata à sua autoridade. Quem não reconhece, é-lhe indiferente e até o afronta, como fazem os militares no Brasil com o poder de direito civil.
sábado, 10 de julho de 2021
PCO acertou ou errou quando impediu o desfile de bandeiras do PSDB na manifestação de 3 de julho?
Ouvi de um companheiro do PT que a resposta a essa pergunta dependeria do objetivo principal que cada um atribui às manifestações. Segundo ele, quem acha que o objetivo principal das manifestações é derrubar Bolsonaro só pode discordar do PCO; enquanto quem concorda com o PCO só pode ser por achar que o objetivo principal das manifestações é mostrar a força da esquerda. Eu discordo disso e disse a ele o seguinte.
"Se o objetivo é derrubar Bolsonaro e o PSDB não quer derrubar Bolsonaro, muito pelo contrário, opõe-se ao impeachment e vota tudo a favor do governo, é evidente que a posição do PCO estava certa. Uma bandeira do PSDB numa manifestação contra Bolsonaro é tão inadmissível quanto seria uma bandeira do PDS, partido da ditadura, no comício das Diretas Já. Não havia bandeira do PDS no comício das Diretas porque o PDS era o partido do governo dos generais e não deve haver bandeira do PSDB nas manifestações contra Bolsonaro porque o PSDB apoia o governo Bolsonaro, contra o qual lutamos.
O companheiro estava certo em considerar que o julgamento da ação do PCO é o julgamento da eficácia dessa ação para alcançar um objetivo determinado. Cada um realmente julga conforme o objetivo que tem em mente. Mas isso não significa que todos os que atribuem um mesmo objetivo para as manifestações vão julgar a ação do PCO da mesma forma. Por que? Porque variam as expectativas de sucesso para cada meio imaginado. Por isso, quando ele insistiu que "as opiniões estão relacionadas com o entendimento sobre o objetivo principal das manifestações" eu lhe respondi "tem razão, companheiro", "se o objetivo principal fosse defender Bolsonaro, o PCO estaria errado".
Aparentemente sem ter entendido o que eu pretendia dizer, um outro companheiro entrou na conversa acusando o PCO de sectário. Defino o sectarismo como uma intolerância política cega, sem senso de conveniência ou, como muitos preferem, sem pragmatismo. Disse o companheiro: "O PT começou politicamente sectário, mas a experiência o fez amadurecer. Daí surgiu o Psol de sua costela esquerda. Frequentou o jardim de infância por bom tempo, mas também amadureceu. Seu antigo lugar no jardim de infância da luta político-ideológica é agora ocupado pelo PCO".
Discordando, eu lhe disse:
"Seria sectarismo se o PSDB estivesse na oposição ao Bolsonaro e defendesse o seu impeachment. Só que o PSDB é governo e é contra o impeachment. Portanto não há sectarismo nenhum e sim pressão sobre um partido contrário ao impeachment para que mude de posição. Eu já postei um texto explicando isso, talvez você não tenha lido, por isso reproduzo-o aqui pra registrar neste debate aberto pelo companheiro X.
O tucano dissidente é bem vindo nas manifestações. A bandeira do partido dele é que não. Porque o PSDB é da base do governo, é contra o impeachment e continuará sendo se não se sentir pressionado pelo povo na rua.
Mas o povo na rua só poderá pressionar os parlamentares tucanos a votarem pelo impeachment se souber que eles são contra o impeachment. E como é que vai saber se vê bandeiras do PSDB nas manifestações contra o governo? O que é que a presença dessas bandeiras nos atos indica? Que o PSDB é a favor do impeachment, o que não é verdade.
Aí os caras ficam livres da pressão, não são cobrados por ninguém, desfrutam das vantagens de ser oposição hoje, quando não são, não arcam com o ônus de apoiar um governo impopular, passam por democratas quando não são e, o pior de tudo, o impeachment não sai, porque eles nunca vão dar voto para aprovar.
Nós não podemos deixar que eles protejam Bolsonaro impunemente e enganem o povo dessa forma. As lideranças da Frente Fora Bolsorano precisam refletir melhor sobre isso. Porque deixar os partidos da direita, como o PSDB, livres de pressão das ruas não é uma boa estratégia para alcançar o impeachment. E daqui a pouco até nazista vai estar levando a sua bandeira na maior cara de pau. E nós vamos aceitar?"
A partir daí seguiu-se uma discussão que mostra como é equivocado o julgamento que muitos na esquerda, especialmente lideranças, estão fazendo da ação do PCO no 3 de Julho. Disse o companheiro:
"Na realidade não é sendo seletivo mas ampliando a frente de massas que vamos poder pressionar de fato Lira e os deputados da direita que se opõem a Bolsonaro".
Eu respondi:
"O PSDB não vai mudar de posição se não sentir o ônus de apoiar o governo. Se continuar tendo vida mansa nas ruas, sendo bem recebido por onde passa não vai nem pensar em sair da posição confortável em que está. Tem que sentir a rejeição nas ruas e ver que o apoio ao Bolsonaro lhe custa caro. Se continuar barato, não vão votar a favor do impeachment nunca".
Ele disse:
"o desgaste de expulsar uma força da manifestação é muito maior do que a aposta, a meu ver furada, de com isso obrigá-lo a uma posição mais definida, ou menos em cima do muro, que é o seu DNA partidário. Acho até que a participação de uma parte dos tucanos já representa a explicitação dessa contradição. Por isso talvez seja mais proveitoso para a luta geral não bancar a atitude intolerante, e deixar esse comportamento para quem de direito: Bolsonaro".
Eu retruquei:
"Mas não há contradição nenhuma, o grupo que foi, pelo que eu soube, era LGBT, e tinha umas 40 pessoas apenas. O PSDB não está dividido e não está em cima do muro. Ele é completamente governo. Votou a favor do Bolsonaro em 87% das votações da Câmara e 89% das votações do Senado. E é contra o impeachment! Quer mais governismo do que isso? Agora então com a privatização dos Correios, aí é que os caras vão defender o Bolsonaro mesmo até o fim.
O PSDB tem atitude intolerante ao impeachment e é essa intolerância que nós temos que condenar e não fazer coro com esse discurso hipócrita que a imprensa da direita sempre faz pra tentar desgastar a esquerda na opinião pública. Nós temos que disputar a opinião pública e não fazer o que a direita quer pra ter a aprovação dos seus jornais. Ninguém foi expulso da manifestação, apenas impediu-se o desfile de bandeiras de um partido contrário à causa defendida. É mais do que justo e mais do que compreensível pra qualquer pessoa, desde que se conte a história como ela foi e não como a imprensa da direita conta".
E continuei:
"A esquerda deve buscar a unidade com quem quer o impeachment, não com quem não quer. A sociedade já quer o impeachment, a maioria até já quer a volta do PT com Lula, como as pesquisas demonstram. Portanto essa é uma preocupação que nós não precisamos ter, a tendência da sociedade hoje é vir pra esquerda. A rejeição ao Bolsonaro já é enorme e continua crescendo enquanto a rejeição ao Lula é a menor dentre todos os candidatos, ele é amplamente favorito e continua crescendo nas pesquisas. O que a esquerda tem que fazer é jogar luz sobre o tabuleiro do jogo para que a opinião pública entenda os movimentos de cada peça e se manifeste aprovando ou desaprovando o que vê. Nós não podemos ajudar o bolsonarismo liberal a se esconder, apoiar o Bolsonaro e fingir que não apoia".
A resposta do companheiro mostrou um certo alheamento da realidade. Ele disse:
"Essa sua certeza, que está mais para desejo, é onde mora a nossa divergência. Mas sigamos... até porque a posição do PT é mais aberta nessa questão. Ainda bem. Já pensou se todos nós pensássemos como o PCO? Bolsonaro não apenas se reelegeria como ainda iria eleger o seu sucessor em 2026...rs"
Dei um pouco de realidade a ele. Perguntei "você não vê as pesquisas que tem sido divulgadas? Você diverge delas?"
E continuei:
"Quanto à posição do PT, é menos aberta do que você imagina. Pelo que sei, em São Paulo o PT impediu que representantes do PSDB falassem no carro de som. Na política as coisas mudam, companheiro. Quem diria que algum dia veríamos um âncora do Jornal Nacional dizendo 'viva o SUS'. Pois isso aconteceu, pode acreditar. A maior parte da sociedade quer o que a esquerda defende. Nós não precisamos ter vergonha de defender o que defendemos porque o povo quer o mesmo. Ainda mais agora depois da experiência que teve com os governos da direita na pandemia."
Ele disse "ok" e a discussão morreu.
O primeiro companheiro retornou dizendo "a discussão foi boa, exemplificou e esclareceu bastante o que falei acima."
E eu disse a ele:
"Parece que você não entendeu. Nessa discussão todos temos a derrubada do governo Bolsonaro como objetivo principal. A diferença está no modo como cada um acha que esse objetivo pode ser alcançado. Para mim, sem pressão das ruas sobre os partidos que são contra o impeachment, como o PSDB, o impeachment não vai acontecer. E como é que as ruas pressionam um partido político? Hostilizando e rejeitando os seus representantes e símbolos, não existe outra forma.
A rejeição às bandeiras do PSDB não tem como objetivo mostrar a força da esquerda, tem como objetivo mostrar ao povo que a esquerda quer o impeachment e o PSDB não quer. É um sinal que se dá para que o povo entenda de maneira inequívoca que o PSDB é aliado do Bolsonaro e não oposição a ele, como os posicionamentos do Dória e do Eduardo Leite sugerem.
Esses governadores têm atritos com Bolsonaro mas o PSDB, partido deles, compõe com outros partidos da direita uma barreira de proteção ao presidente, que só poderá ser rompida se os partidos começarem a receber uma conta alta da sociedade pela posição que assumem. Por enquanto, o apoio ao Bolsonaro ainda está saindo muito barato pros partidos da direita. E enquanto estiver barato eles não mudam de posição, não abandonam Bolsonaro e não votam a favor do impeachment".
Mostrando que não entendeu, ele disse:
"Você fala de um objetivo para as manifestações e defende outro. As esquerdas sozinhas não derrubam Bolsonaro. Todos nós gostaríamos que fosse diferente. Que as esquerdas tivessem muito mais força do que têm, hoje. Mas a realidade é outra. E temos que trabalhar com a realidade, se quisermos ter sucesso.
As manifestações não são e não podem ser apenas de militantes e simpatizantes das esquerdas, mas devem conter todas as forças democráticas para conseguirmos alcançar nossos objetivos. Da mesma forma que todo o restante da luta política no congresso, na imprensa e na sociedade civil, que tenha como objetivo afastar o fascismo.
Por melhor que sejam as nossas intenções, uma ação diferente disso seria, como classificou Lênin, infantil. A esquerda está liderando o processo nas ruas e vai continuar assim. Mas afastar qualquer ajuda, neste momento e - principalmente - agredir manifestantes, é um passo para o fracasso. Agredir manifestantes é gerar medo na população. Principalmente na população de classe média, que se dispõe a aderir".
Ele continuou sem entender e eu fiz uma última tentativa. Disse:
"É você quem não está vendo a realidade. Eles não estão do nosso lado, companheiro, são contra o impeachment. E a presença das bandeiras deles nas manifestações só vai servir para ajudá-los a enganar o povo, dando a impressão de que estão contra o governo. Se eles sentirem rejeição nas ruas, podem até pensar em mudar de posição e votar a favor do impeachment. Se não sentirem rejeição, se continuarem com a percepção de que o apoio ao governo não lhes traz nenhum ônus, eles nunca vão votar a favor do impeachment.
Eu sugiro que você procure notícias sobre o superpedido de impeachment que foi feito e veja a lista de partidos e entidades que assinaram. Ali você vai ver quem realmente está do nosso lado na luta pra derrubar o Bolsonaro. Curiosamente o PCO está, mas disse que botaram o nome do partido indevidamente. A justificativa que eles deram não me convenceu e, aí sim, eu vi sectarismo. Mas eles querem o fim do governo, disso não há a menor dúvida.
Quanto aos demais partidos que não assinaram o superpedido, como o PSDB, esses todos são da base de apoio ao Bolsonaro e formam a sua linha de defesa parlamentar. Esses partidos só votam a favor do impeachment se forem forçados, ou seja, se sentirem a pressão das ruas. E como as ruas pressionam um partido político? Como eu já disse, hostilizando e rejeitando os seus representantes e símbolos, não existe outra forma.
Você diz que isso assusta e afasta as pessoas da manifestação. E eu digo não, se as pessoas entenderem o porque de se agir dessa forma. É mais do que justo e compreensível pra qualquer pessoa, que se impeça o desfile de bandeiras de um partido contrário à causa defendida por uma manifestação. E foi exatamente isso que o PCO fez. Impediu o desfile das bandeiras do PSDB. É mentira que tenham expulsado os tucanos, os vídeos mostram que eles perderam as bandeiras mas continuaram lá e não foram mais incomodados.
Você tem razão numa coisa: "As esquerdas sozinhas não derrubam Bolsonaro". Mas você se engana ao achar que a ajuda vai vir voluntariamente da direita. Como eu já disse, eles são contra e só vão mudar de posição se forem forçados. Forçados pela esquerda? Não, forçados pelo povo na rua. Olhe para as pesquisas e veja o tamanho da desaprovação popular ao Bolsonaro e o tamanho da intenção de voto no Lula. O povo não quer mais Bolsonaro, mas também não quer nenhum dos candidatos da direita. O povo quer Lula, portanto, o povo quer a esquerda. Essa é a realidade, companheiro, que você está ignorando. Não é a direita que vai ajudar a esquerda a derrubar Bolsonaro. Quem vai ajudar é o povo na rua, obrigando a direita a abandonar o presidente. Pense nisso".
sexta-feira, 9 de julho de 2021
As forças cagadas não querem limpeza
O Exército Brasileiro matou mais brasileiros na pandemia do que paraguaios na Guerra do Paraguai. Lá foram cerca de 300 mil. Aqui já é mais de meio milhão. Lá usaram armas brancas e de fogo. Aqui, retardaram a vacinação do seu próprio povo, porque durante meses só compravam de quem desse propina. E agora que se veem acuados pelas investigações dos seus crimes, levantam suas vozes, insolentes, para ameaçar a sociedade indignada, numa tentativa vã de intimidá-la e intimidar quem investiga. Atitude típica de bandidos quando prestes a ser desmascarados.
Pois o povo brasileiro não vai abaixar a cabeça para ameaça de bandido fardado. Como se não bastassem os imorais privilégios que gozam, os militares brasileiros hoje disputam com os políticos mais corruptos quem rouba mais dos cofres públicos. Eles, que tinham fama de probos e competentes, entraram em peso no governo Bolsonaro e foram postos à prova. Nunca houve tantos militares ocupando cargos civis num governo como agora - nem na ditadura eram tantos - e no entanto esse governo excede todos os demais em corrupção e incompetência e em desapreço pela lei, pelo país e por seu povo.
Falsos moralistas, falsos legalistas e falsos patriotas, os militares converteram exército, marinha e aeronáutica em braços armados de uma quadrilha que se locupleta, desviando dinheiro público, até mesmo da saúde. Os militares, que tinham a confiança e o respeito do povo, decepcionaram. A decepção é tamanha que já se diz jocosamente das forças armadas que são forças cagadas. E é bem apropriado que assim sejam chamadas porque, assim como o presidente, só fizeram merda nesse governo. Bolsonaro disse que cagou para a CPI e muita gente ficou chocada. Mas afinal o que fez Bolsonaro na vida além de cagadas? A única novidade é que agora ele tem a companhia dos militares, as forças armadas cagam com ele.