Não é possível combater o antipetismo sem contestar com vigor e persistência a legitimidade de todos os atos judiciais ilegais e inconstitucionais que embasam a falsa narrativa de que o PT assaltou o erário e sem denunciar a má fé dos autores destes atos e das instituições que os validaram.
Antipetismo é a intolerância contra o PT e os petistas e a corrente de opinião pública e tendência política caracterizada por esta atitude. O antipetismo não é uma força política homogênea. Ele é formado por um núcleo duro essencial, ativo e politicamente indestrutível, e por uma massa social passiva e instável aderente a este núcleo mas de natureza distinta dele. O núcleo fundamental do antipetismo é formado por pessoas que abominam o ideal da esquerda de uma sociedade em que haja igualdade de direitos, de poder, de renda e de riqueza e que vêm o PT como o maior representante e agente da luta por este ideal. Este grupo, bastante numeroso mas minoritário na sociedade - cerca de um terço da população, talvez -, constitui a direita, que tem por sua vez como núcleo a classe capitalista, dos ricos, chamada burguesia, em torno da qual reúnem-se elementos da classe media e mesmo da classe trabalhadora que sonham com uma ascensão na hierarquia das classes para ter acesso aos privilégios que não desaprovam, invejam. Toda direita é antipetista e jamais deixará de sê-lo. O antipetismo de direita é o herdeiro genuíno no Brasil do velho anticomunismo da Guerra Fria, expressão política mais perfeita e inequívoca do egoísmo e ganância social, sobretudo das classes abastadas.
Uma outra vertente do antipetismo é formada por pessoas que, ao contrário dos antipetistas de direita, consideram o PT um obstáculo à realização do ideal que defendem da igualdade de direitos, de poder, de renda e de riqueza na sociedade. Acham que o PT é um partido contrarrevolucionário e pelego, por isso o rejeitam. Este grupo é muito pequeno e constitui a esquerda antipetista, que na maior parte dos casos pode deixar de ser antipetista se observar mudanças na atitude e na estratégia política do PT, considerada excessivamente amigável com a classe capitalista e portanto inadequada para a conquista dos seus objetivos.
Mas o discurso antipetista predominante na sociedade não é nem a crítica da direita ao igualitarismo do PT nem a crítica de alguns setores da esquerda ao papel que o PT desempenha na luta por igualdade. O discurso antipetista predominante na sociedade tem sido, há mais de uma década, a imputação ao PT de crimes de corrupção em série e de grande magnitude. É com este discurso que a direita vem se apresentando à classe trabalhadora e à classe média como defensora da probidade e do bem público e tem conseguido expandir-se, ampliando artificialmente o seu contingente de seguidores. Digo artificialmente porque estes setores que se alinham com a direita contra o PT movidos pela ideia de que o PT é um partido corrupto não são ganhos na maior parte dos casos para o ideal que efetivamente define a direita, que é o ideal da preservação das desigualdades e privilégios e a legitimação das relações de opressão que as engendram. Estes setores alinham-se à direita apenas circunstancialmente, não se tornam direita efetivamente. Por razões morais ou econômicas, os trabalhadores e a classe media têm realmente uma forte tendência ao alinhamento com a esquerda. Mas acabam muitas vezes desconsiderando o papel político virtuoso que, de um ponto de vista de esquerda, o PT efetivamente desempenha porque toda a sua atenção é atraída para os atos de corrupção atribuídos ao partido por uma ampla, intensa e permanente propaganda da direita, cujo efeito cumulativo em suas consciências é tanto maior quanto menor é a contestação que recebe, menos enfática, frequente e sobretudo menos convincente.
A pauta do combate à corrupção sempre foi usada pela direita ao longo da história como um biombo atrás do qual a direita esconde os seus reais propósitos antipopulares, antidemocráticos e antinacionais. É uma fachada. Não é atoa que a direita faz deste tema a sua principal bandeira, ao lado do tema da segurança pública, em todas as suas campanhas eleitorais. E não é por acaso também que tanto o golpe de Estado abortado pelo suicídio de Getúlio quanto os golpes de Estado que derrubaram Jango e mais recentemente Dilma Rousseff, não é mera coincidência que todos estes atentados contra o estado de direito tenham sido perpetrados pela direita a pretexto exatamente de combater a corrupção dos governos de tendências esquerdistas que tinham como alvos. A direita sempre acusou a esquerda de corrupta e a esquerda nunca foi capaz de responder adequadamente aos ataques sofridos, o que desde sempre tem-lhe custado muito caro, como se pode ver até os dias de hoje.
A imputação de graves crimes de corrupção ao PT é realmente o único discurso capaz de massificar a tendência antipetista na sociedade e até torná-la majoritária. Desde, é claro, que o PT se mantenha passivo e resignado ante as acusações que sofre, como infelizmente tem se mantido, reagindo apenas muito recentemente, em um único caso, quando Lula virou alvo e terminou sendo atingido. Mas aí já era tarde, o estrago já estava feito e, talvez, exatamente por isso a mobilização em defesa de Lula tenha se mostrado tão mais difícil do que a princípio se esperava que pudesse ser. A credibilidade do PT já estava muitíssimo comprometida enquanto a credibilidade das instituições que condenaram o partido mantinha-se intacta, em níveis muito elevados. A direita conseguiu colar na imagem do PT a fama de corrupto e esta percepção se generalizou na sociedade.
Mas será mesmo verdade que o PT é este partido corrupto que dizem? Um olhar mais atento sobre os processos judiciais penais contra petistas citados na propaganda que cria e alimenta esta crença na sociedade permite que se veja que não. É verdade que estes processos terminaram com as condenações dos acusados. Mas é verdade também - e é isto o que a leitura dos processos revela - que a quase totalidade das sentenças condenatórias proferidas deu-se à margem do princípio moral e norma constitucional e legal de que ninguém pode ser condenado sem provas cabais e inequívocas de sua culpa. Quase todos os petistas condenados em processos judiciais por corrupção o foram sem a devida observância deste preceito, ou seja, foram condenados sem provas de culpa e em certos casos até com a flagrante e deliberada desconsideração ou mesmo com a solerte ocultação pelos juízes de provas de inocência apresentadas por seus advogados ou pelos órgãos de investigação atuantes nos inquéritos que deram origem às ações penais. São inocentes, portanto, já que nada se provou contra eles. E no entanto a maioria das pessoas acredita que sejam culpados.
Como já dito, o efeito cumulativo da propaganda antipetista na consciência dos trabalhadores é tanto maior quanto menor é a contestação que esta propaganda recebe. Na presente campanha eleitoral, a total falta de combatividade do candidato petista Fernando Haddad que, mesmo sob um bombardeio de calúnias e mentiras, insiste num discurso de pacificação e conciliação com os algozes do PT - não por acaso, inimigos da classe trabalhadora -, segue o mesmo padrão de atuação do PT que permitiu e favoreceu à disseminação e exacerbação da desconfiança e do ódio contra o partido na sociedade. O antipetismo, que vimos em 7 de outubro triunfar mais uma vez na disputa eleitoral para os parlamentos e que por um tris não elegeu em primeiro turno um presidente da república nazista; este antipetismo, que tanto fortalece a direita, porque a unifica, e que tanto enfraquece a esquerda, porque a divide, cresceu sem parar ao longo dos governos de Lula e Dilma, simplesmente porque não teve freios, não houve resistência a ele, porque o PT nunca o combateu como deveria, mais preocupado que sempre esteve em provar à burguesia o seu respeito irrestrito e incondicional às instituições do Estado.
O antipetismo tem sido alimentado na sociedade desde o primeiro ano do primeiro mandato de Lula pelas mentiras em série forjadas por procuradores e juízes inescrupulosos e divulgadas pela imprensa não menos inescrupulosa da direita. E o primeiro grande banquete que estes procuradores e juízes proporcionaram ao antipetismo chama-se Ação Penal 470, mais conhecida como julgamento do mensalão. O julgamento do mensalão foi uma fraude jurídica descarada, tanto quanto o foi o julgamento de Lula no caso do tríplex. E aquelas condenações, que o PT equivocadamente insiste em tratar como páginas viradas, foram o primeiro grande estigma que o partido recebeu injustamente em sua bandeira e que até hoje carrega por não ter coragem de se defender e afrontar os seus algozes, os juízes e procuradores autores e protagonistas da farsa. Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo e Pizzolato eram inocentes tanto quanto Lula o é e foram condenados pelo mesmo poder judiciário corrupto e partidarizado que condenou o ex-presidente. O mesmo aconteceu com João Vaccari Neto. Mas nem Lula, nem Dilma, nem Haddad e nem os dirigentes e parlamentares do PT defenderam ou defendem, com a firmeza e intransigência necessárias, a honra do partido e daqueles companheiros que foram injustamente condenados e submetidos ao opróbrio e à execração pública.
O segundo grande banquete em que se fartou e engordou o antipetismo chama-se Operação Lava Jato, da qual foram vítimas quase duas dezenas de petistas inocentes, que ou foram condenados sem provas ou tiveram seus processos arquivados depois de exaustivamente explorados pelas máquinas de propaganda política da direita. A despeito disso, Lula, Dilma e outras importantes lideranças do PT sempre reconhecem supostos méritos da operação, cegos ao que ela realmente tem sido, um instrumento muito eficaz de corrupção do estado de direito, de alienação de direitos dos trabalhadores - através do enfraquecimento de sua representação política nos governos e parlamentos -, de sabotagem da economia nacional e de alienação do poder da nação sobre as imensas jazidas de petróleo do seu território em favor de potências econômicas estrangeiras. São estes os verdadeiros e mais relevantes serviços prestados pela Operação Lava Jato a pretexto de combater a corrupção. Como então podem os membros mais eminentes do maior e mais importante partido de esquerda do país dar crédito e reconhecer virtudes de quem cumpre um papel tão nefasto? Não há justificativa minimamente plausível para isso.
A melhor maneira de combater o antipetismo é demonstrar que não tem fundamento a crença de que o PT é um partido corrupto e denunciar as motivações ocultas dos que urdem e divulgam narrativas falsas, atribuindo ao PT a responsabilidade por crimes inexistentes ou de autoria alheia, como se viu nas farsas jurídico-midiáticas do mensalão e do petrolão da Operação Lava Jato. Não é possível combater o antipetismo sem contestar com vigor e persistência a legitimidade de todos os atos judiciais ilegais e inconstitucionais que embasam a falsa narrativa de que o PT assaltou o erário e sem denunciar a má fé dos autores destes atos e das instituições que os validaram. Porque é esta narrativa falsa que dá força ao conceito apregoado pela direita de que o PT é um partido corrupto, de que o PT é uma organização criminosa.
O crescimento do antipetismo ao longo da última década é portanto um produto direto da corrupção da verdade e do espírito das leis e da Constituição pelo ministério público e pelo poder judiciário, que deveria ser firme e permanentemente denunciada pelo PT. Para vencer o antipetismo é preciso demonstrar constantemente aos trabalhadores e à classe média as fragilidades e a inconsistência do discurso que afirma ser o PT um partido corrupto até tornar este discurso inverossímil e portanto inútil como argumento político. Porque sem este discurso o antipetismo minguaria, ficando restrito apenas à minoria social de direita e à minoria social ainda mais inexpressiva da esquerda sectária e intelectualmente desonesta.
Mas infelizmente, o PT tem optado por manter o respeito e a obediência ao judiciário e ao ministério público que o perseguem e atacam obstinadamente, reconhecendo a culpa falsa de petistas inocentes e a legitimidade dos processos claramente fraudulentos em que foram condenados. A direita deita e rola ante tamanha covardia. Pois se admitimos a corrupção que não houve e que não cometemos, corroborando as acusações que nos fazem, simplesmente reforçamos o estigma de corruptos que nos torna malvistos pela maioria dos trabalhadores. E é desta percepção extremamente negativa do caráter do PT que decorrem as atitudes de desconfiança, aversão e até ódio ao partido, que constituem o antipetismo.
A tibieza das respostas de Haddad e seu constrangimento quando confrontado nos debates e entrevistas por cobranças de autocrítica dos supostos crimes cometidos pelo PT não passam despercebidos pelos que acompanham com atenção estes eventos e reforçam a percepção e a opinião dominantes de que o partido tem "culpa no cartório". É desta percepção e desta opinião que principalmente se alimenta o antipetismo e é deste alimento que o PT precisa privá-lo, se quiser vencê-lo, se quiser evitar novas derrotas, até o próprio aniquilamento.
Haddad precisa dizer, com a justa ira e indignação dos que tiveram suas honras ofendidas e seus direitos aviltados, que o mensalão nunca existiu, que Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo e Pizzolato foram, assim como Lula, condenados sem provas, num julgamento repleto de irregularidades, protagonizado por procuradores e juízes que agiram de má fé, à margem da lei e da Constituição. Haddad precisa dizer com todas as letras que o julgamento do mensalão foi uma farsa jurídica encenada com motivações claramente alheias ao desejo de justiça, de cumprir a lei e de zelar pelo bem público.
Não se combate o antipetismo respeitando e dando crédito a quem desacredita e desrespeita o PT, difamando e caluniando o partido e seus membros. É preciso defender com vigor e intransigência a inocência do PT´, porque o PT é verdadeiramente inocente dos crimes que lhe imputam, e não é possível fazê-lo sem atacar a credibilidade e idoneidade das instituições criadoras de notícias falsas sobre o partido, que são o ministério público e o poder judiciário. Enquanto isto não for feito, o PT continuará sendo cobrado por dívidas que não tem pelos verdadeiros corruptos da direita e pelos fariseus canalhas da própria esquerda, cada qual tirando a seu modo proveito das sentenças injustas emanadas das cortes de justiça do Estado burguês.
Quando as massas tomarem ciência de que foram enganadas, de que o mensalão nunca existiu e de que a Lava Jato, esta sim, é uma organização criminosa, uma usina produtora de mentiras a serviço de interesses antinacionais e antipopulares e um esquema de venda de sentenças judiciais, como denunciou e provou Tacla Duran, o antipetismo vai perder seu principal alimento, o alimento com que vem se banqueteando e engordando a mais de uma década. E só não morrerá de inanição porque não lhe faltarão o egoísmo, o anti-igualitarismo e a prepotência das classes abastadas, que constituem minoria na sociedade.
Mas isto será muito difícil de acontecer se o PT continuar com a postura que tem tido. Durante esta campanha eleitoral ouvi Fernando Haddad dizer, como Lula e Dilma já haviam dito ao serem questionados em entrevistas sobre as condenações judiciais de petistas, que "quem errou deve pagar por seus erros", o que pode ser entendido como uma admissão de que as condenações foram justas. Haddad defendeu a inocência de Lula, indicando as falhas evidentes do seu julgamento, mas não fez o mesmo quanto aos demais correligionários sentenciados, alegando que não poderia se manifestar por não conhecer os processos. Esta semana noticiou-se que ele procurou Joaquim Barbosa, principal protagonista da farsa do mensalão, artífice destacado daquela fraude e por isso mesmo herói nacional da direita mais raivosa, que chama Bolsonaro de mito, para pedir a este personagem, um juiz fora da lei como Sérgio Moro, apoio à sua candidatura na disputa com o candidato nazista pela presidência da república. Reportagem do portal UOL informa:
"O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, citou um encontro com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa ao dizer que quer 'os melhores quadros e as melhores propostas' para melhorar o combate à corrupção no Brasil caso seja eleito.
Haddad fez menção à reunião, ocorrida ontem em Brasília, durante entrevista concedida na noite desta quinta-feira (11) à rádio CBN. O petista havia sido questionado sobre como atrair o eleitorado que refuta o PT devido ao envolvimento de integrantes do partido em casos de corrupção.
O candidato respondeu dizendo que a falência do sistema de financiamento de campanhas eleitorais não foi 'uma questão do PT'. Acrescentou que 'o sistema político, como um todo, teve pessoas que erraram', e nomeou políticos do PSDB presos recentemente. Segundo Haddad, as prisões se deveram a casos de caixa 2 ou de enriquecimento pessoal ilícito.
'Isso é muito grave, por isso que eu digo: Lava Jato continua, apoio à Polícia Federal continua, apoio ao Ministério Público continua, ao Poder Judiciário continua. Eu não fui visitar o Joaquim Barbosa por outra razão. Eu quero escolher os melhores quadros e as melhores propostas para aprimorar o combate à corrupção no Brasil', afirmou o petista. (...)
Em trecho anterior da entrevista à CBN, quando questionado se ofereceria um ministério a Barbosa, Haddad disse que o ex-presidente do Supremo tomou a decisão de deixar o serviço público, mas 'pode contribuir com a democracia em um momento decisivo da vida nacional'.
'Ele deixou claro para mim que pretende se manter reservado, na vida privada, mas que quer ajudar o Brasil. Então, ele vai ver como ajudar. Há muitas formas de ajudar o Brasil, não necessariamente participando da vida pública. Mas ele é uma figura que, na minha opinião, expressa um desejo de renovação na política', afirmou o candidato do PT."
Joaquim Barbosa já deu sua resposta, negou apoio a Haddad, como era aliás previsível. Afinal, todo o prestígio e popularidade que ele desfruta até hoje advém do papel destacado que desempenhou no processo de desmoralização, criminalização e demonização do PT.
Não é assim, homenageando e mendigando atestados de idoneidade moral junto a quem promoveu a maior campanha de difamações e calúnias contra um partido político já vista neste país que se vai combater o antipetismo e reduzi-lo às suas reais dimensões, que são as dimensões da direita na sociedade. Isto só piora as coisas. Prestigiar um falsificador mentiroso é simplesmente dar crédito às mentiras e falsificações que ele cria.
Não é tentando esconder o caso do mensalão ou naturalizando-o, tratando-o como episódio normal e irrelevante, esperando que ele caia no esquecimento, que se vai superar a desconfiança disseminada na sociedade com sua exploração exaustiva e reiterada pela propaganda da direita em suas mídias de massas. O caso do mensalão nunca será esquecido porque a direita nunca deixará de evocá-lo como prova de que o PT é um partido corrupto.
A única forma de neutralizar esta propaganda negativa é contrapor à história falsa da versão oficial a verdadeira história do mensalão, que permanece oculta da sociedade. Esta história precisa ser muito bem conhecida por todo militante, todo dirigente, todo parlamentar e todo candidato do PT, para que eles possam contá-la aos trabalhadores e para que não lhes faltem elementos que sustentem as suas próprias convicções e recursos argumentativos que lhes armem adequadamente para defender o partido no debate público. A Lava Jato só teve o impacto que teve na opinião pública sobre o PT porque a credibilidade do PT já estava bastante abalada pelo julgamento do mensalão. O desgaste da imagem do partido se acumula a cada novo processo judicial rumoroso.
E por falar em Lava Jato, li há poucos dias uma notícia de que Haddad elogiou o trabalho do juiz Sérgio Moro. Informa o portal UOL:
"Questionado pelo jornalista Carlos Nascimento [do SBT] se, na opinião do candidato, Moro ajudou o Brasil com a Lava Jato ou perseguiu o PT e Lula, o ex-prefeito de São Paulo afirmou: 'acho que, em geral, ele ajudou'."
A Lava Jato ajudou o Brasil? Em que, Fernando Haddad? A Lava Jato fez um estrago enorme na economia, alimentou uma crise política sem precedentes, teve uma participação decisiva no golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff e preparou a opinião pública para receber de braços abertos um candidato a presidente nazista, que hoje ainda é favorito. E a corrupção? Pergunte ao Tacla Duran, Fernando Haddad. No mais, o esquema que mantém a destinação de quase metade do orçamento da União para o rentismo continua intacto. Não é assim que se combate o antipetismo, elogiando e prestigiando os detratores do PT, seus inimigos e algozes. Isto só aumenta a credibilidade dos farsantes e alimenta a desconfiança e o ódio contra o partido. Alguém precisa dizer isso ao Fernando Haddad e à direção do PT. Porque desse jeito a coisa vai muito mal.
Silvio Melgarejo
21/10/2018