quarta-feira, 27 de abril de 2016

Impedir a posse de Temer e eleger um novo governo de esquerda.

Com todo o foco e com toda a luta, os 54 milhões de votos que elegeram Dilma estão sendo literalmente atropelados. A democracia brasileira está sendo violentada e terá seu destino decidido por duas instituições burguesas absolutamente corruptas e golpistas. O Senado, com as bençãos do Supremo, vai eleger, pelo voto indireto, Michel Temer presidente da república. Será isto melhor do que convocar uma eleição, para que o povo brasileiro decida de novo (por que não?), pelo voto direto, por quem quer ser governado e com que projeto?

O ideal seria que o resultado do pleito de 2014 fosse respeitado. Mas a realidade é que a esquerda e as forças democráticas e progressistas não estão conseguindo mobilizar as massas trabalhadoras para impor este respeito. E não estão conseguindo porque a direita tem um controle quase absoluto da oferta e do fluxo da informação no país. Nas eleições, em geral, é que a esquerda e o campo democrático e progressista conseguem romper este cerco, através da propaganda eleitoral obrigatória. E é disso que nós estamos mais precisando hoje. Nós precisamos de mídia para dialogar com as massas e ganha-las para a defesa do projeto eleito em 2014 e que a direita está tentando interromper.

Por que a direita está se empenhando tanto em dar este golpe? Porque numa eleição o seu projeto não passa, ora bolas. Uma eleição hoje, não só abortaria o governo Temer, como levaria a disputa política para um campo em que a esquerda leva uma enorme vantagem sobre a direita, que é o campo do debate programático. Por isso digo que a esquerda tem mais chance hoje de vencer uma eleição presidencial do que de derrotar o golpe contra Dilma. A não ser que se deposite alguma confiança no Senado e no Supremo, a verdade é que não dá mais para acreditar que ainda seja possível derrotar o golpe.

A vontade dos 54 milhões de eleitores de Dilma era que a presidenta eleita cumprisse o programa que defendeu em sua campanha. E este programa só poderá ser retomado, após a sua deposição, quando o Brasil eleger um novo presidente de esquerda. Dois anos de Michel Temer na presidência da república, a espera do pleito de 2018, seriam suficientes para que a direita promovesse muito mais que uma década de retrocessos. E é isso que precisa e que é possível ser evitado, este, sim, é que deve ser o nosso foco, esta é que deve ser a nossa luta.

A antecipação da eleição presidencial não é uma rendição, é um reconhecimento de que não podemos evitar o golpe e um movimento, de contragolpe, para impedir que o golpe alcance o seu objetivo, que é a tomada do poder à revelia do povo. O PT tem hoje o dever de lutar para dar ao povo a chance de decidir sobre o seu destino, não pode deixar nas mãos do Senado e do Supremo o poder de escolher quem vai governar o Brasil e com que projeto. E os 54 milhões de eleitores de Dilma têm o direito de reafirmar suas vontades, através do voto nas urnas, neste momento tão grave da história do país.

Silvio Melgarejo

27/04/2016


Texto publicado na lista de e-mails do 1º Diretório Zonal do PT - Rio de Janeiro/RJ, em resposta ao comentário de uma companheira, sobre a proposta de antecipação das eleições presidenciais. Ela disse:
"Pelo respeito às eleições democráticas de 2014,onde a Presidenta Dilma foi eleita com mais de 54 milhões de votos! Esse é foco!! Essa é  a luta!!"


https://www.facebook.com/notes/silvio-melgarejo/impedir-a-posse-de-temer-e-eleger-um-novo-governo-de-esquerda/1270119413001455

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