segunda-feira, 15 de junho de 2015

5º Congresso botou o destino do PT nas mãos de Levy.

O 5º Congresso do PT anulou, na prática, a resolução do 1º Congresso do partido, de 1991, que dizia:
"O PT é um partido no governo, não um partido do governo."
O 5º Congresso decidiu que, a partir de agora, ao contrário disso, o PT é um partido do governo, pautado pelo governo, subordinado ao governo e comandado pelo governo.

O PT renunciou à sua soberania como partido da classe trabalhadora e entregou definitivamente o seu destino nas mãos de Dilma, Joaquim Levy e do PMDB.

O 5º Congresso botou o partido de joelhos diante do governo.

Corroborou as infelizes decisões tomadas pelos parlamentares petistas de votarem a favor das MPs 664 e 665.

E corroborou a infeliz decisão do Diretório Nacional do partido de boicotar o Dia Nacional de Lutas que a CUT convocou para 29 de maio, para protestar contra a política econômica de Dilma e Levy.

Uma política econômica que impõe evidentes sacrifícios aos trabalhadores pobres, enquanto premia generosamente os especuladores milionários, com seguidas elevações da taxa de juros Selic, sob o argumento falacioso de que assim se combate a inflação.

A proposta de uma frente de esquerda para lutar e avançar foi vencida pela proposta de botar a razão de lado, confiar cegamente e esperar que, pela primeira vez na história da humanidade, uma política econômica antipopular proporcione algo de bom para os trabalhadores.

O partido que era de crítica e luta, virou um partido de fé - dogmática - e torcida - fanática.

O partido que queria ser dirigente das mobilizações dos trabalhadores, com o objetivo estratégico de conquistar o poder e construir o socialismo democrático, virou um partido dirigido por um governo de coalizão inteiramente dominado pela direita e pela burguesia.

O 5º Congresso entra para a história do PT como o congresso da rendição e da adesão do partido a uma política econômica que apenas seis meses antes repudiara.

Não há como negar o significado mais do que evidente dos fatos.

Dilma traiu a confiança dos trabalhadores que ajudaram a elegê-la.

E o PT, quando endossa o que ela faz, trai também quem confiou na palavra do partido e de sua candidata.

Quando os efeitos da atual política econômica começarem a ser sentidos pelo povo, o ajuste político de contas terá início.

E culminará com derrotas certas nas eleições vindouras.

O 5º Congresso botou o PT na coleira e praticamente entregou a condução do partido a Joaquim Levy.

O PT vai aonde Levy mandar, porque esta é a vontade de Dilma e a vontade da presidenta virou lei para o PT, que deixou de ter vontade própria.

O futuro do maior partido de esquerda da América Latina está, portanto, nas mãos do ministro neoliberal e seu parceiro do Banco Central, que tem feito a alegria dos rentistas ricaços.

A militância petista que não participou do 5º Congresso e que está perplexa e frustrada com o que dele se noticia, tem dois caminhos possíveis para seguir doravante.

Ou se insurge contra Lula, Dilma, a direção do PT e o 5º Congresso e se alinha com a CUT, MST e demais movimentos sociais contra a atual política econômica, deixando claro de que lado estão os petistas.

Ou abraça esta política econômica recessiva, põe-se em guerra contra os movimentos sociais que a combatem e marcha resoluta para a mais acachapante derrota que um partido de esquerda, na presidência de um país, já sofreu.

É rebelião ou suicídio político.

Você, petista, decide.

Silvio Melgarejo

15-6-2015

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