Porque, em sã consciência, realmente ninguém troca um governo que proporciona uma sensação de grande e contínua prosperidade por um que conserva ou agrava uma sensação de estagnação ou decadência, só porque esse mau governo é um bom fiscal de costumes e o outro é mais permissivo.
Ou só porque esse mau governo busca com mais empenho o equilíbrio fiscal e o outro não tem o equilíbrio fiscal como prioridade.
Ideologia e moralismo não mudam a vida material de ninguém e não resistem a um choque mais forte com a realidade.
O povo julga os governos pela prosperidade que proporcionam ou deixam de proporcionar.
A percepção de prosperidade, estagnação ou decadência é o que mais influencia o seu humor e a sua atitude política.
Quanto maior for a percepção do povo de estar prosperando em razão das ações do governo, menor será a influência de qualquer discurso da oposição na definição do seu posicionamento político.
Mas quanto maior for a percepção do povo de estagnação ou decadência das suas condições de vida em razão de equívocos, insuficiências ou omissões do governo, maior será a influência de qualquer discurso da oposição na definição do seu posicionamento político, inclusive os discursos ideológico e moralista, que são muito mais expressões de insatisfação do que propriamente eixos de um programa alternativo de governo.
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