sexta-feira, 2 de março de 2018

1º Diretório Zonal: O trabalho que prepara o combate.

Contribuição para o aperfeiçoamento do Plano Estratégico divulgado em 21 de outubro pelo 1º Diretório Zonal do Rio de Janeiro/RJ.

Os dois principais objetivos do 1º Diretório Zonal para os próximos meses devem ser:
1º - Ampliar a sua base militante e

2º - Ampliar a sua base de arrecadação financeira.
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1 – A atuação do 1º Diretório Zonal só poderá ter um impacto relevante nos bairros da sua jurisdição se for uma atuação sistemática e se tiver uma alta densidade de participação de militantes. Por isso o 1º Diretório Zonal deve concentrar todos os seus recursos e todas as suas energias na própria preparação, como organização dirigente, e na preparação de toda a sua base de filiados para a realização de frequentes ações coletivas nas ruas envolvendo grandes contingentes de militantes.

2 – A preparação da base do 1º Diretório Zonal para ações de rua com grandes contingentes de militantes depende fundamentalmente da eficácia da comunicação e da qualidade da relação política do diretório zonal com cada filiado da sua base. E estes dois fatores, a eficácia da comunicação e a qualidade da relação política do diretório zonal com a sua base, dependem do estrito cumprimento das duas atribuições mais fundamentais das instâncias deste grau da hierarquia partidária, que há muito tempo estão descritas no estatuto do PT, mas que têm sido desde sempre negligenciadas, com graves e injustificáveis prejuízos para a atuação do PT nas zonas sul e centro do Rio. O artigo 87, alínea 'c', do estatuto do PT diz que "compete aos Diretórios Zonais (...) manter em dia o cadastramento dos filiados e filiadas do Zonal". E o artigo 88, alínea 'g', diz que "compete à Comissão Executiva Zonal (...) informar e atualizar TODOS os filiados e filiadas sobre políticas, propostas, publicações, materiais e demais iniciativas do Partido".

3 – O 6º Congresso do PT aprovou uma resolução que reforça enormemente a importância para o partido do cumprimento do artigo 87, alínea “c”, do Estatuto. Diz a resolução que: “Considerando a necessidade de fortalecer o PT para enfrentar a ofensiva conservadora que pretende retirar direitos sociais duramente conquistados, o 6º Congresso decide realizar no 2º semestre de 2017 uma Campanha Nacional de Filiação e de atualização de dados cadastrais dos filiados". O enunciado desta resolução contém, como se pode ver, duas diretrizes, das quais podem-se esperar dois efeitos distintos e também bastante evidentes. A campanha de filiações pode e obviamente visa ampliar a base de filiados do partido. E a campanha de atualização dos dados cadastrais dos filiados pode e certamente visa estabelecer canais eficazes de comunicação com os filiados que permitam a sua organização e mobilização.

4 – É importante salientar que, neste trecho da resolução aqui citado, o 6º Congresso define uma missão para o partido – atualizar o cadastro de filiados –, mas também estabelece, muito claramente, o método como esta missão deve ser cumprida. Diz a resolução que: "Para facilitar o acesso aos filiados, equipes deverão ser organizadas em cada município para promover atividades descentralizadas (nos bairros) e realizar visitas às residências dos filiados, bem como utilizar mídias sociais (como o Facebook, WhatsApp, Instagram, etc)”.

5 – Se o 1º Diretório Zonal ainda dispõe de poucos recursos materiais e humanos para realizar simultaneamente a campanha de filiações e a campanha de atualização do cadastro de filiados, então convém que ele otimize o uso destes recursos, que os empregue de modo racional, evitando a dispersão e o desperdício, afim de obter com eles os melhores resultados, no menor prazo possível de tempo. E eu não tenho a menor dúvida de que a melhor estratégia para isso seria ampliar progressivamente a base militante do diretório zonal, através da campanha de atualização do cadastro de filiados, e transformar esta base militante progressivamente ampliada em protagonista da sua campanha de filiações. Isto significa que, ao invés de fazer uma campanha de filiações aleatória nas ruas, que tende a provocar dispersão e desperdício de recursos, o diretório zonal deve fazer uma campanha focalizada na sua base de filiados, propondo a cada filiado que assuma o compromisso de trabalhar para conseguir uma quantidade determinada de novas filiações, que cada filiado, enfim, se comprometa com o esforço para atingir uma determinada meta em um determinado prazo. Com isso o diretório zonal tornaria agente da ampliação da sua base a própria base engajada na campanha de filiações.

6 – A estratégia que proponho consiste, portanto, em que o diretório zonal e a vanguarda da zonal concentrem todos os seus recursos e energias na campanha de atualização do cadastro de filiados e que usem as oportunidades de encontro com os filiados, proporcionadas por esta atividade, para envolve-los na campanha por novas filiações. As "visitas às residências dos filiados", determinadas pelo 6º Congresso para a confirmação e atualização dos seus dados cadastrais, serão as ocasiões mais propícias para o início do trabalho de convencimento e obtenção do compromisso de cada filiado de tentar filiar um certo número de pessoas do seu círculo de relações sociais. O que eu proponho, portanto, é que diretório e vanguarda da zonal façam um grande esforço concentrado para transformar cada filiado entrevistado num militante a serviço da campanha de filiações do partido.

7 – É importante ter claro, insisto, que são duas tarefas com objetivos distintos. A campanha de filiações serve para ampliar a base de filiados, enquanto a atualização do cadastro de filiados serve para organizar a base de filiados já existente. Mas é muito importante que o diretório e a vanguarda da zonal compreendam também que a organização da base já existente permitirá que o diretório invista um volume muito maior de recursos materiais e humanos na campanha de filiações do que tem sido até hoje possível, o que aumentará significativamente as perspectivas de melhores resultados nesta tarefa. A tendência é que o avanço da campanha de atualização do cadastro leve a um progressivo aumento da quantidade de filiados-militantes e consequentemente a um progressivo aumento do volume de novas filiações. A campanha de atualização do cadastro de filiados criará as condições objetivas para uma melhoria sensível da comunicação do diretório com os filiados da sua base. E quanto melhor for a comunicação e a relação do diretório com os filiados da sua base, mais condições o diretório terá de organizar e mobilizar estes filiados para qualquer atividade partidária.

8 – O método de trabalho indicado pelo 6º Congresso para a atualização do cadastro de filiados - "equipes deverão ser organizadas em cada município para promover atividades descentralizadas (nos bairros) e realizar visitas às residências dos filiados" -,  é o único método capaz de garantir o efetivo cumprimento do artigo 88, alínea 'g', do estatuto do PT, que diz que "compete à Comissão Executiva Zonal (...) informar e atualizar TODOS os filiados e filiadas sobre políticas, propostas, publicações, materiais e demais iniciativas do Partido". Do integral cumprimento desta atribuição do diretório zonal descrita no artigo 88, alínea 'g', do estatuto do PT é que depende fundamentalmente a realização de todas as demais tarefas da construção partidária e da mobilização do partido pelo 1º Diretório Zonal. Depende a efetiva realização da sua política de formação política, da sua política de organização, da sua política de finanças e da sua política de mobilização.

9 – “Equipes deverão ser organizadas em cada município para promover atividades descentralizadas (nos bairros) e realizar visitas às residências dos filiados, bem como utilizar mídias sociais (como o Facebook, WhatsApp, Instagram, etc)”, diz a resolução do 6º Congresso. Trata-se de uma estratégia de comunicação que articula o uso de mídias impressas com o uso de mídias eletrônicas. A mídia eletrônica é mais ágil, tem menor custo financeiro para o partido e é mais cômoda para o militante. Mas a mídia impressa, embora bem mais onerosa, sob todos os aspectos, é a única mídia passível de ser usada no trabalho partidário de rua, que é o trabalho mais efetivo. A mídia impressa é a única mídia capaz de manter a militância do partido no front das suas futuras batalhas, armada permanentemente para o combate com um discurso unificado, determinado pelo conteúdo dos textos divulgados.

10 – O plano estratégico divulgado em outubro de 2017 pelo 1º Diretório Zonal prevê a edição de um "boletim físico ordinário", um boletim impresso. Mas não definiu prazo nem responsáveis por esta tarefa, o que denota uma completa falta de compreensão sobre a sua real importância. É preciso dar prioridade máxima ao início da edição e distribuição deste boletim a todos os filiados da base do 1º Diretório Zonal. O boletim impresso é a ferramenta mais fundamental e por isso mesmo mais indispensável para o trabalho de base do diretório, que permitirá a realização das suas políticas de formação política, organização, finanças e mobilização. O boletim impresso é absolutamente necessário para a realização da campanha de atualização do cadastro de filados e para a campanha de filiações do partido. É a entrega deste boletim aos filiados que vai permitir a aproximação e abordagem dos filiados da base pelos militantes e estabelecer a necessária conexão da vanguarda com a massa da zonal. Esta conexão entre a vanguarda e a massa dos filiados é fundamental para a realização de uma política de mobilização permanente de grandes contingentes de militantes.

11 – O boletim impresso precisa ser criado urgentemente para ser o embrião de um projeto de imprensa partidária, que comece atendendo ao público interno da zonal, mas que deve avançar para se projetar na sociedade, falando também para toda a classe trabalhadora residente ou em trânsito nos bairros da jurisdição do 1º Diretório Zonal. Para a propaganda do partido junto a esta população as ferramentas do 1º Diretório Zonal devem ser mídias impressas, como o jornal e o panfleto, já que, insisto, as mídias impressas são as únicas mídias passíveis de serem usadas no trabalho de propaganda política nas ruas. O conteúdo dos jornais e panfletos do diretório deve combinar a produção jornalística própria da instância com a produção jornalística dos sites e blogs de esquerda na internet. O 1º Diretório Zonal deve tomar como missão prioritária levar para as ruas, para que chegue aos trabalhadores de forma contínua e massificada, a produção da imprensa de esquerda divulgada na internet e divulgar estes órgãos de imprensa de esquerda, estas páginas, para aumentar tanto quanto possível as suas audiências. O 1º Diretório Zonal deve, além disso, adotar a prática de emitir notas oficiais à sociedade através de panfletos e através da internet.

12 – O 1º Diretório Zonal deve inaugurar um canal no Youtube para transmissões ao vivo e para a divulgação dos seus vídeos. As reuniões, debates e palestras promovidas pelo diretório devem ser transmitidas ao vivo para permitir a participação do maior número possível de filiados e simpatizantes do PT através da internet.

13 – No Facebook, o 1º Diretório Zonal deve criar uma fanpage, para a comunicação oficial da instância com a sociedade, e um grupo secreto para a comunicação interna da zonal, do diretório com os filiados da sua base e dos filiados da base entre si. O atual grupo do 1º Diretório Zonal no Facebook deve ser extinto, porque foi ocupado de forma totalmente desordenada e se inviabilizou como instrumento de construção partidária.

14 –Minha proposta de política de comunicação para o 1º Diretório Zonal está melhor detalhada nas seguintes postagens do meu blog, publicadas em 2014 e 2016:
Guerrilha da comunicação: O panfleto é a nossa arma.
Seção 4 - Secretaria de Comunicação

15 – O 1º Diretório Zonal precisa urgentemente de uma sede provisória que funcione diariamente como uma base fixa e permanente de operações, equipada com telefone, computador, conexão de internet e impressora. Esta sede/base fixa de operações provisória será o ponto de partida para a criação das condições materiais que permitirão a estruturação definitiva do diretório zonal. O 1º Diretório Zonal deve pedir ao núcleo Largo do Machado que permita o uso compartilhado da sua sede, em caráter provisório e mediante condições a serem negociadas.

16 – O 1º Diretório Zonal deve adquirir uma tenda para funcionar como base móvel de operações nas  suas intervenções nos bairros.

17 – Política de finanças. A aquisição, equipagem e manutenção da sede/base fixa de operações e a produção e distribuição em grande escala dos boletins impressos terá, evidentemente, um custo financeiro. Por isso é também urgente definir e implementar o quanto antes uma política de finanças. O 1º Diretório Zonal precisa de dinheiro para financiar as suas operações. É preciso assumir esta realidade e dizer isso claramente a todos os filiados, sem medo de que eles possam desconfiar das nossas intenções. Eles, ao contrário do que se possa supor, devem receber a cobrança de contribuições financeiras com naturalidade, por ser afinal algo absolutamente previsível em qualquer associação. Quem se filiou ao PT, o fez porque quer ser mais do que um simples eleitor do partido, o fez porque quer dar ao PT mais do que o seu voto. Quem se filiou ao PT, o fez porque quer participar de forma direta da construção e manutenção do partido. Portanto, não há porque duvidar da disposição de todos os filiados da base do 1º Diretório Zonal de contribuírem financeiramente com a instância. Eles com certeza o farão com orgulho e alegria por poderem ser úteis. Minha proposta de política de finanças para o 1º Diretório Zonal está descrita nos seguintes textos que publiquei em meu blog em 2016:
Seção 6 - Secretaria de Finanças
Capítulo 6 - Programa de Finanças para o 1º Diretório Zonal.

18 – Para a organização da base de filiados do 1º Diretório Zonal reapresento aqui as duas propostas que venho defendendo junto a esta instância desde 2013: a criação de Comitês de Filiados por Bairro e a realização de um Censo Partidário Zonal. O detalhamento destas propostas está descrito nas seguintes postagens do meu blog:
Pela realização do Censo Partidário Zonal.
Pela criação de Comitês de Filiados por Bairro.
Seção 3 - Secretaria de Organização
Seção 2 - Organização de base

A organização do partido nos bairros é absolutamente coerente com a estratégia definida pelo 6º Congresso para a realização da campanha de atualização do cadastro de filiados do partido.

19 - Duas advertências muito importantes precisam ser feitas:

1º - Os comitês de filiados por bairro que proponho não são a mesma coisa que os núcleos de base. Diferentemente dos núcleos, os comitês de filiados por bairro devem ser braços do diretório zonal nos bairros, criados por iniciativa do diretório zonal e mantidos sob o comando permanente e direto do diretório zonal.

2º - Os comitês de filiados por bairro que proponho não substituem os Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser candidato à Presidência da República, nem os comitês da Frente Brasil Popular, porque não têm as mesmas funções que eles. Como extensões do diretório zonal, os comitês de filiados por bairro deverão ser executores das políticas desta instância nos bairros, sobretudo das políticas relacionadas à construção partidária, à realização da democracia interna do partido e à criação das condições necessárias para que o partido tenha um real e significativo poder de ação coletiva nos bairros da jurisdição do diretório zonal. Se é política do PT a criação e participação em comitês suprapartidários como estes citados, é preciso ter muito cuidado para não permitir a diluição do partido nestes movimentos. O PT é o PT e não pode ser substituído pelos Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser candidato e nem pelos comitês da Frente Brasil Popular. A prioridade dos membros do 1º Diretório Zonal deve ser a construção do partido nas zonas sul e centro do Rio de Janeiro, porque esta é a sua principal atribuição e porque esta é a principal missão do 1º Diretório Zonal, a missão que justifica a existência desta instância.

Silvio Melgarejo

02/03/2018

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Leia também: Sobre a Política de Finanças que propus ao 1º Diretório Zonal.


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