(Mensagem enviada em 31 de agosto de 2014 à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal e publicada em sua página na web com o número 15951. Publicada também, na mesma data, em minha página pessoal no Facebook e em várias páginas de grupos petistas desta rede social)
Prezad@s companheir@s
Chegamos a um momento crítico da campanha eleitoral presidencial de 2014. As recentes pesquisas de opinião apontando acentuado crescimento das intenções de voto na candidata Marina Silva, tem gerado uma onda cada vez maior de incerteza e apreensão na militância petista atuante nas redes sociais. A perspectiva da derrota, antes tida como improvável, hoje é admitida como risco real. Cresce a percepção de que o projeto iniciado em 2002, com Lula, está sob fortíssima ameaça de ser interrompido, antes de dar seus melhores frutos. A confiança abalada, o medo mesmo de um possível revés, com tudo que ele pode representar de retrocesso para a classe trabalhadora brasileira e para a esquerda mundial, começam a se expressar aqui e ali, à medida em que cenários de uma disputa acirrada e de desfecho imprevisível, são revelados pelas pesquisas. Reconhecer que temos problemas é,de fato, um passo importante para resolver esses problemas. Mas não basta. Temos que identificar, o quanto antes, com muita honestidade e franqueza, qual a origem desses problemas e o que precisa ser feito para superá-los.
É preciso admitir, antes de mais nada, que chegamos a essa situação dramática porque falhamos, partido e governo, na comunicação com as massas trabalhadoras. Acumulamos sucessivas derrotas nas disputas pela conquista da opinião pública, das quais frequentemente nos ausentamos ou nas quais, quando muito, atuamos de forma tímida, sem a constância e o vigor necessários para vencer a intensa e permanente campanha negativa movida contra nós pela Globo e pelos demais grupos midiáticos a ela associados. A direita ocupou, assim, o amplo espaço vazio que deixamos no debate público. Colhemos agora os primeiros frutos amargos dessas nossas omissões: incerteza e apreensão quanto ao futuro.
O quadro, portanto, é realmente preocupante. Mas não estático, nem definitivo. Temos pouco mais de um mês até o dia da eleição e, até lá, muita coisa pode acontecer e influenciar a decisão dos eleitores. Muita coisa não depende de nós. Muita coisa, sim. Se as presentes circunstâncias são produtos, não do acaso, nem da ação exclusiva de nossos adversários, mas, em boa medida, da absoluta falta de comunicação do partido e do governo com as massas trabalhadoras, durante o mandato de Dilma, a vitória da nossa candidata depende hoje, sobretudo, da superação dessa nossa deficiência.
Dilma já está fazendo a sua parte. Programas e inserções muito bem feitos, boas entrevistas e uma boa participação no debate da Band. O problema é que temos um déficit enorme de debate político com os trabalhadores, que passaram anos ouvindo apenas o que tinha a dizer a direita sobre nós, sem nenhum contraponto. O tempo agora é curto e há coisa demais prá dizer. Não basta o horário eleitoral. O marqueteiro precisa de ajuda. O PT tem que fazer a sua parte.
Mais do que nunca, as circunstâncias exigem dos dirigentes e da vanguarda petista organização e disciplina militante, para a realização de táticas de campanha que combinem ações de agitação – transmitir poucas ideias prá muita gente –, como panfletagens, comícios, caminhadas, carreatas, etc.; com ações de propaganda – transmitir muitas ideias para pouca gente –, como bate-papos em reuniões com indivíduos ou pequenos grupos. O que o partido precisa priorizar, no entanto, é o investimento em ações que sejam capazes de multiplicar o número de apoiadores de Dilma aptos a fazerem a defesa de sua candidatura em seus círculos sociais. Agitação não ganha voto, porque não aprofunda o debate; propaganda, sim.
O PT tem uma enorme reserva militante ociosa que precisa ser urgentemente posta em atividade. Isto significa que os diretórios do partido devem investir intensamente em ações de propaganda junto às suas bases de filiados. Armar o maior número possível de filiados para o combate político, municiando-os com argumentos e materiais de propaganda é a melhor maneira de ampliar e qualificar para a luta o nosso exército de militantes, tornando mais efetiva e eficaz a sua ação na sociedade.
Os diretórios do partido devem entrar em contato com todos os filiados de suas bases territoriais. Devem estabelecer com estes filiados canais seguros e eficientes para manter com eles comunicação permanente. E devem orientar a atividade militante desses filiados, dando a eles todo suporte político e material de que precisem.
Ante às incertezas provocadas pelas últimas pesquisas eleitorais, cujas tendências registradas resultam, em boa medida, das omissões do PT, é preciso vencer a perplexidade e o desânimo para responder com energia e inteligência às circunstâncias. O PT não tem mais o direito de errar. O PT não tem mais o direito de se omitir.
É hora de os diretórios municipais das pequenas cidades e dos diretórios zonais das grandes e médias cidades assumirem o seu papel de coletivos militantes. Mas é hora, sobretudo, destes diretórios assumirem o seu papel de dirigentes, de fato, dos filiados de suas bases territoriais.
Reitero: nós não vamos ganhar essa eleição só sacudindo bandeira, distribuindo panfleto e gritando palavras de ordem pelas ruas. Agitação não ganha voto. Tem que haver convencimento e convencimento se faz com debate e conversa, ou seja, com propaganda. O PT precisa, nesse momento, não só organizar e mobilizar, mas, sobretudo, qualificar seus filiados para o debate político, provendo ao mesmo tempo meios para que eles atuem na sociedade. A informação, a reflexão, a orientação para a ação e os materiais de propaganda, devem chegar a todos os filiados da base petista.
A atuação dos diretórios deve estar inteiramente focada nos filiados de suas bases e deve consistir, basicamente, no planejamento e organização de ações nos bairros de suas jurisdições e na direção dos filiados no momento da execução dessas ações.
Dilma está fazendo um excepcional governo e corre o risco de não ser reeleita porque ninguém sabia, nem os petistas, até o início da propaganda eleitoral, de tudo que foi e está sendo feito nesse país. A realidade e o passado anterior aos governos petistas foram censurados, o que tem impedido o eleitorado mais jovem de ver que as mudanças que eles desejam já estão em curso, que essas mudanças precisam continuar e que estão ameaçadas de serem interrompidas.
Chegamos a esse ponto, por uma absoluta falta de comunicação entre o governo e os trabalhadores; por uma absoluta falta de comunicação entre o PT e os trabalhadores; por uma absoluta falta de comunicação entre os diretórios do PT e os filiados de suas respectivas bases; e por uma absoluta falta de comunicação entre os filiados da base petista, como militantes, e as populações dos lugares em que moram, estudam ou trabalham.
Os abaixo-assinados dos projetos de lei de iniciativa popular da Reforma Política e da Democratização da mídia estão parados. A maioria da população ainda desconhece o que estamos propondo. A mudança na política, desejada e exigida por tantos, passa necessariamente por estas reformas que o PT defende e que enfrentam dura resistência da direita partidária e midiática.
Faltou e ainda falta comunicação. Por isso é na comunicação que o PT precisa mais investir agora. Temos que visitar cada filiado em sua casa, escola, universidade ou trabalho, telefonar, mandar e-mail e integrar esses filiados nas redes sociais do partido. Toda a imensa reserva militante ociosa do Partido dos Trabalhadores precisa ser convocada agora, onde estiver, a participar de um mês e vinte dias de esforço máximo concentrado para reeleger Dilma Rousseff, no 2º turno das eleições presidenciais. É hora de os diretórios petistas assumirem o seu papel de coletivos militantes. Mas é hora, sobretudo, de assumirem o seu papel de dirigentes.
Mãos à obra e pau na máquina, companheiros, que os erros cometidos podem ser corrigidos e ainda há tempo para serem compensados. Há muita coisa que precisa ser dita aos trabalhadores e o horário eleitoral, apesar de importante, não basta. O debate político e a disputa do voto, a partir de agora, têm que ser feitos casa a casa, esquina a esquina, quarteirão a quarteirão, durante as vinte e quatro horas de cada um dos quarenta dias que faltam para o 2º turno das eleições.
Estado de alerta e prontidão geral. O tempo é curto mas suficiente prá garantir a vitória. Está cada vez mais fácil mostrar aos eleitores que há apenas dois projetos em disputa, que entre as três candidaturas competitivas, duas, Marina e Aécio, representam um mesmo projeto, o velho projeto da direita neoliberal que o povo brasileiro experimentou com FHC e que, cansado de arrocho salarial e desemprego, repudiou em 2002, elegendo Lula. Desde então, o Brasil mudou e continua mudando, sempre para melhor, mesmo em meio a uma severa crise econômica internacional. Mudança prá melhor e prá valer, só com povo na rua, com o PT no governo e no parlamento e com Dilma Rousseff, por mais um mandato, na presidência da república. Vamos dar o nosso recado. E que os trabalhadores decidam, democraticamente, o que julgam melhor para o país.
Saudações petistas.
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