Em 13/8/2015, o companheiro Carlos Ocké, do 1º Diretório Zonal, compartilhou o link de um artigo intitulado "O direito pleno à saúde será fruto de mobilização popular". Ontem dia 14, publiquei o seguinte comentário:
"Olá, Carlos Ocké.
Esta é uma certeza que sempre tive. O SUS não funciona, porque não funciona, em sua gestão, a 'participação da comunidade', prevista na Constituição. E essa participação não funciona, porque não há organização e mobilização dos usuários.
A luta pelo direito pleno à saúde, é uma luta que, de fato, interessa a toda a classe trabalhadora. Mas ela não encontra, nem nos sindicatos, nem nas associações de moradores, direções capacitadas e dispostas a conduzi-la.
Os trabalhadores brasileiros precisam de uma rede nacional de associações de usuários do SUS, que seja liderada por uma entidade nacional, uma Federação Nacional das Associações dos Usuários do SUS.
Estas associações teriam que contar com corpos técnicos capazes de prestar assessoria não só aos seus dirigentes, mas também aos representantes dos usuários nos conselhos gestores.
Hoje, os representantes dos usuários, nos conselhos de saúde, enfrentam os representantes de governos e servidores em condições qualitativamente desiguais e absolutamente desfavoráveis.
Mas além de, a meu ver, serem despreparados, os conselheiros usuários não contam com o menor apoio daqueles que representam. Ao contrário do que ocorre com os conselheiros servidores ou dos governos, eles são ignorados pelos usuários do SUS que, em sua quase totalidade, desconhecem a existência dos conselhos, mesmo quando os conselhos se reúnem em seus próprios bairros.
O papel de uma associação de usuários do SUS seria exatamente assessorar os conselheiros usuários, dar publicidade aos conselhos e a tudo que neles acontece, e organizar e mobilizar as comunidades dos bairros para o exercício da pressão cidadã sobre eles.
Sem conselheiros usuários qualificados, bem assessorados, e respaldados por fortes e permanentes mobilizações sociais, a saúde dos trabalhadores vai continuar como está, na UTI, sempre a espera de um improvável milagre. Por isso, defendo há anos, e sigo defendendo, a criação das associações de usuários do SUS.
O SUS, realmente, precisa muito de dinheiro. Mas precisa, mais ainda, de democracia em sua gestão.
Um abraço, companheiro."
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