Em 18/7/2014, Carlos Ocké, membro suplente do 1º Diretório Zonal, postou o seguinte texto no Facebook:
"Sem prejuízo da presença da executiva estadual e municipal e da própria coordenação de campanha, Lindberg deve fazer urgentemente uma reunião ampliada com as zonais e com os núcleos da capital (executivas) para debater a conjuntura, apresentar as linhas gerais do programa de governo e contribuir para organizar a campanha do partido na cidade do Rio de Janeiro."No mesmo dia, a respeito deste texto, publiquei o seguinte comentário:
"Carlos Ocké.No mesmo dia, 18, Carlos Ocké publicou outro pequeno texto em que dizia:
As zonais e os núcleos precisam estar organizados para terem condições de servir à campanha.
E isso não depende nem do Lindberg, nem da coordenação de sua campanha, tampouco das executivas estadual e municipal.
Depende da decisão e da ação dos dirigentes dos próprios núcleos de base e, principalmente, dos dirigentes dos diretórios zonais que, estatutariamente, constituem os últimos elos da cadeia de comando do partido, aos quais, inclusive, estão subordinados os núcleos de base.
O comando central da campanha de Lindberg precisa tanto de unidades partidárias organizadas, preparadas para a ação política, quanto o general de um exército precisa de unidades militares prontas para o combate, que sejam capazes de contribuir para a realização de sua estratégia, durante uma guerra.
O 1º Diretório Zonal ainda é uma unidade partidária desorganizada, sem iniciativa e sem poder de ação. Isso nada tem a haver com a conjuntura política nacional e estadual, com programa de governo ou com a estratégia de campanha do nosso candidato.
Tem a haver com o planejamento e com a organização interna da própria zonal, algo sobre o que, sistematicamente, tem se evitado tratar em nossos fóruns de debates da internet.
Uma reunião com o Lindberg não ajudaria em nada a resolver esse problema.
É preciso lembrar, além disso, que a eleição não é o único objetivo do PT para os próximos meses.
Ano passado, o partido lançou um abaixo assinado para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Reforma Política, que contém as propostas de financiamento público das campanhas e a realização da Constituinte Exclusiva.
Não se tem notícias de quantas assinaturas foram coletadas até agora. Mas tenho o palpite de que a maioria dos filiados do PT não assinou.
O partido tem tratado a luta pela reforma política como uma prioridade e tem até divulgado, recentemente, vídeos em que Lula e Rui Falcão convocam a militância a fazer a coleta de assinaturas para o abaixo assinado.
Que movimento tem feito o 1º Diretório Zonal nesse sentido? Não tenho visto nenhum.
Que movimento poderia e deveria fazer? Colher, em primeiro lugar, as assinaturas de todos os filiados de sua base - isto me parece óbvio. Depois, pedir a cada filiado que colete assinaturas entre seus familiares, amigos e vizinhos.
Por que não fazemos isso?
O que impede o 1º Diretório de ir ao encontro de sua base de filiados, fazer com eles a discussão sobre a Reforma Política, pegar suas assinaturas, e estabelecer canais de comunicação, através dos quais estes filiados possam ser preparados para atuarem na disputa política, que já está em curso, em sintonia com o discurso e com as linhas de ação do partido?
Não vamos nos iludir, Carlos Ocké. O Lindberg não vai poder nos ajudar.
O 1º Diretório Zonal é que precisa se organizar para transformar seus milhares de filiados dispersos e inativos numa unidade partidária ágil e coesa, que seja capaz de enfrentar e vencer o combate político com as forças da direita e do esquerdismo, em sua base territorial.
Se queremos contribuir para a vitória do PT em sua luta pela Reforma Política, pela reeleição de Dilma e pela eleição de Lindberg, temos que resolver os problemas organizativos do 1º Diretório Zonal.
Do modo como estamos, não vamos ajudar nada.
E, para resolver nossos problemas organizativos, precisamos de dirigentes militantes, que tenham suas atenções focadas no trabalho organizativo da própria zonal.
O caminho que tem que ser feito não é buscar as reuniões de cúpula, é buscar o encontro com a base, que está lá fora, esperando ser procurada pelo partido.
Na mensagem que enviei à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal, em 2 de julho do ano passado, eu dizia:
"Um partido é uma associação e associar é somar. Quando um eleitor do PT se filia ao partido, ele afirma, com esse gesto, o seu desejo de somar, de contribuir com algo, além do voto nas urnas. O filiado é, portanto, alguém que se dispõe a ser mais do que eleitor. Ele quer participar da elaboração política e das decisões, quer contribuir financeiramente, e quer ser um trabalhador e um soldado voluntário a serviço do partido e suas causas. Ele quer realmente 'fazer parte' e 'fazer a sua parte'.
O 'pré-sal' do PT é a sua base de filiados. É dela, e só dela, que o partido pode extrair todos os recursos humanos e materiais necessários para enfrentar e vencer a dura luta que tem pela frente. E quem tem o dever político e a prerrogativa estatutária intransferível de extrair e administrar esses recursos é a direção partidária. O dever da direção partidária é corresponder ao desejo do filiado de participar, acolhendo sua intenção de ajudar e absorvendo todos os recursos que ele queira e possa nos oferecer, para o devido emprego na realização das ações políticas necessárias à conquista dos objetivos do partido."
É isso que ainda penso e defendo.
Um abraço, companheiro."
"Se Lindberg não deixar claro para a sua base partidária seu compromisso com as aspirações populares, democráticas e socialistas do PT não vamos derrotar o poder econômico e a máquina do PMDB, tampouco ajudar Dilma a se eleger no primeiro turno."Respondi-lhe:
"Como derrotar a máquina de governo do PMDB, se a máquina partidária do PT não funciona? O candidato vai fazer isso sozinho, só no discurso, talvez com a ajuda de algum marqueteiro?
Não vamos derrotar o poder econômico e a máquina de governo do PMDB, tampouco ajudar Dilma a se eleger no primeiro turno;
não vamos ser capazes de continuar governando correspondendo cada vez mais às aspirações populares;
não vamos ser capazes de ampliar e aprofundar a democracia;
e não vamos ser capazes de conquistar o poder político e construir o socialismo;
se não tivermos partido organizado e mobilizado para o combate político nas ruas.
Sem partido organizado e mobilizado, todo ideal político morre no discurso.
Enquanto não tivermos clareza disso, o PT vai continuar afundando na areia movediça do fisiologismo, de que tem se cercado, e o Socialismo Democrático continuará sendo uma utopia irrealizável."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.