Por Silvio Melgarejo - Meu partido, o PT, sempre foi odiado pelos grandes empresários - a
burguesia - e por todos os que são avessos ao ideal de uma sociedade, sob todos
os aspectos, mais igualitária - a direita. Era odiado antes de chegar ao poder
e tornou-se ainda mais odiado depois que chegou. Verdade que setores mais
radicais – ou apressados – da esquerda, odeiam o PT por acharem que ele poderia
ter feito mais e melhor do que fez até agora. Mas a classe dominante, a
burguesia, aquela que fala através dos colunistas da Globo fomentando
diuturnamente o ódio contra o partido na sociedade, essa odeia o PT porque o
teme.
Quanto mais o PT cresce, mais ameaçador parece aos olhos dos
beneficiários e defensores da injusta ordem política, econômica e social
vigente no país. O crescimento do PT indica o reconhecimento popular de
que o partido tem sabido representar bem os interesses da classe trabalhadora,
tanto na condição de oposição como na condição de governo. O PT tem, por isso
mesmo, conseguido conquistar milhares de novos filiados e milhões de novos
eleitores, a cada eleição. E não se pode deixar de considerar isso notável.
Afinal, o partido tem tido contra si a quase totalidade da mídia (TVs, rádios,
jornais e revistas), que atua desde a primeira eleição de Lula, em 2002, até
hoje como um autêntico partido de oposição. Ainda assim, o PT segue acumulando
vitórias e reforçando seus laços com a classe que pretende representar na
política, que é a classe trabalhadora. E é exatamente o fortalecimento desses
laços o que mais preocupa a burguesia e a direita.
Os discursos inflamados dos partidos de esquerda mais radicais ou
apressados, não assustam a burguesia e a direita porque elas sabem que esses
partidos são fracos, e que são fracos porque têm pouco ou nenhum enraizamento
na sociedade. Sabem que qualquer mudança estrutural mais profunda na ordem
político-econômico-social em favor das massas só poderá ser feita pelas
próprias massas organizadas e mobilizadas sob o comando de um partido que lhes dê direção. E sabem que, pela relação que vem construindo com a classe
trabalhadora, esse partido pode muito bem vir a ser o Partido dos
Trabalhadores. Por isso temem o PT. Porque acreditam no compromisso e na
disposição do partido de avançar com o povo, no ritmo do povo, até onde o povo
quiser transformar o país. E porque o temem, o odeiam, o têm como inimigo
mortal a ser destruído.
O PT sabe que as mudanças mais importantes, que podem tornar a sociedade
realmente justa e democrática, não serão conquistadas pelo partido sozinho.
Sabe que precisa da força do povo para realizá-las, mas sabe também que o povo
só se move pela própria consciência e vontade. O PT respeita o povo. Não diz o
que ele deve fazer, mas demonstra, na prática dos governos que conquista pelo
voto, o reconhecimento dos seus direitos e a ideia de que o Estado tem o dever
de assegurá-los.
É assim que tem se fortalecido os vínculos do PT com a classe
trabalhadora. Com o partido respeitando a vontade do povo, não exigindo que ele
dê passos que não está preparado prá dar, mas fazendo, com os meios
institucionais precários que tem, o máximo prá dar-lhe o possível, e tornar sua
vida um pouco melhor. E a verdade, que fere a sensibilidade dos antipetistas e
os deixa desconsolados, é que o povo brasileiro tem demonstrado, em sucessivos
pleitos eleitorais e nas pesquisas de opinião, o seu reconhecimento por esse
esforço que o Partido dos Trabalhadores tem feito.
Desde que o PT foi fundado, a Globo tentou convencer os trabalhadores de
que o partido era um bando de bandidos. Ocultou a corrupção dos adversários do
PT para dar relevo a denúncias contra o partido e seus membros que nunca se
comprovaram, como se viu no recente julgamento do Supremo. Ali, diante de
milhões de olhos perplexos, Dirceu, Genoíno, Delúbio e João Paulo, foram
condenados sem que nenhuma prova sequer tenha sido apresentada, de que eles
realmente tenham cometido os crimes de que foram acusados. Perderão, estes
companheiros, injustamente suas liberdades depois de terem sido julgados num
tribunal corrompido pela vaidade e pela covardia de seus juízes, incapazes de
resistir ao assédio da Suprema Globo, de Roberto Irineu Marinho.
Mas nem os discursos dos colunistas-militantes da Globo conseguiram
impedir as vitórias do PT nas eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010, nem
os militantes togados do STF conseguiram impedir que o PT fosse o partido mais
votado nas recentes eleições municipais. O povo conhece a Globo e conhece o PT.
Sabe que aquela nunca lhe deu nada além de boas novelas, mas que este, desde
que chegou ao governo, tem mudado a sua vida e pode lhe ajudar a construir um
futuro ainda melhor para o Brasil. O ódio cultivado pelas Organizações Globo e
suas parceiras políticas na mídia, contra o PT, não tem conseguido abalar a
aliança entre o partido e o povo brasileiro, que, ao contrário, cada vez mais
se fortalece.
A burguesia e a direita veem como um risco para os seus interesses a consolidação
de uma tal parceria, entre a classe trabalhadora e um partido como o PT, que
acreditam estar disposto a caminhar junto com ela e falar em seu nome nas ruas
e no interior das instituições do Estado. Não sabem aonde isso pode parar. Ao
contrário do que dizem, não temem pela democracia; temem a democracia, porque acreditam que através dela o povo brasileiro pode optar pelo socialismo, pelo fim da ordem economicossocial que lhes tem assegurado os injustificáveis privilégios, razão pela qual não só pediram, como apoiaram o golpe de 1964 que
depôs o presidente João Goulart.
O antipetismo de direita, encarnado por Roberto Irineu Marinho, é o herdeiro político do anticomunismo visceral de seu pai Roberto Marinho. O PT não é um partido
comunista, mas a direita o vê como tal. Durante a ditadura, chamavam Dom Helder
Câmara de comunista. Apelidaram-no de ‘bispo vermelho’. Ele dizia mais ou menos
o seguinte: ‘se dou esmola ao pobre, me aplaudem; mas se ataco as razões de sua
pobreza, me chamam de comunista’.
O PT, no governo, nem de longe chegou a atacar as razões mais profundas
da pobreza. Não dá esmolas ao povo, ao contrário do que diziam os antipetistas
de direita e esquerda, referindo-se ao Bolsa Família, ideia que acabou sendo
repudiada pelo próprio povo através do voto. O PT, no governo, busca, isto sim,
garantir os direitos de todos os cidadãos brasileiros, especialmente os mais
pobres, através de políticas públicas de inclusão, dentro dos limites do
capitalismo. Isso basta prá que a direita o acuse de comunista. De fato, o PT
pode até um dia vir a ser comunista, se o debate interno entre os seus
militantes levá-lo à conclusão de que o comunismo é um bom caminho para o
Brasil e de que o povo realmente deseja trilhá-lo. Por enquanto, nada disso
aconteceu, ele é só um partido que tenta representar os interesses da classe
trabalhadora e promover reformas no país que possam lhe proporcionar uma vida
melhor. É só e já é muito.
A burguesia tem uma porção de partidos que a representam. E a classe
trabalhadora estaria órfã de representação política se só pudesse contar com os
partidos da esquerda socialista revolucionária, com os quais não concorda e não
se identifica. Prá quem acha que o advento de um mundo de justiça, paz e
prosperidade depende da destruição do capitalismo, e que o PT não é um partido
anticapitalista, eu digo que os objetivos e os métodos do PT buscam ser
expressões da vontade do povo brasileiro com quem o partido faz o possível prá
manter a maior e a melhor sintonia. Por isso é que o partido cresce, a despeito
das críticas. Por isso sou petista.
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