Não se mobiliza o povo sem ir ao encontro do povo e sem estar junto do povo, onde ele vive. E é exatamente esse encontro da esquerda com o povo que está faltando para as mobilizações se massificarem e não ficarem como até agora, restritas apenas à vanguarda.
Mas para fazer esse movimento em direção ao povo e exercer sobre o povo uma influência política relevante é preciso que as organizações de esquerda adotem uma disciplina interna mais rígida, sobretudo nas suas cadeias de comando, que possibilite um funcionamento mais ágil e intenso, mobilizando todos os recursos de que dispõem.
Por enquanto a maioria das organizações de esquerda ainda está funcionando no modo de operação normal, com velocidade e intensidade moderadas e baixíssima mobilização de recursos. Isso não basta para levar multidões às ruas capazes de derrubar o governo.
Para uma situação de emergência como a vivida hoje, as organizações de esquerda precisam operar com alta intensidade e velocidade, mobilizando todos os seus recursos materiais e humanos.
As organizações de esquerda precisam urgentemente mudar o seu modo de operação e essa mudança depende, antes de tudo, de uma mudança de atitude das suas lideranças.
O governo Bolsonaro é desaprovado pela maioria da sociedade e isso favorece enormemente à mobilização do povo. Mas a mobilização não é uma consequência automática da desaprovação, ela precisa ser fomentada pelas organizações de esquerda.
A insatisfação predispõe realmente à ação, mas a decisão de agir precisa de orientação e encorajamento. Sem esse estímulo e direcionamento a disposição de luta das massas tende a arrefecer ou a ser capturada pela direita, como tantas vezes já vimos acontecer, terminando em derrota para a esquerda e o próprio povo.
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