segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Não se faz justiça condenando inocentes.

Há provas robustas e irrefutáveis nos autos da AP-470 de que não houve o desvio de recursos públicos de que são acusados os condenados.

Essas provas foram intencionalmente desprezadas pelo procurador Gurgel e pela maioria dos ministros do STF.

Além disso, o próprio delegado da PF responsável pela investigação do caso, afirma categoricamente que não é possível, a partir dos documentos e depoimentos colhidos, deduzir que houve a compra de votos alegada pela acusação.

Ou seja, os réus foram condenados por crimes que não existiram, e que só passaram a ser admitidos como fatos, por parte da opinião pública, por obra da propaganda da Globo que se aproveita da péssima reputação dos políticos profissionais, de um modo geral.

Ora, não se faz justiça condenando inocentes.

Não é assim que se acaba com a impunidade.

O cidadão sinceramente interessado na justiça não quer a punição de inocentes, quer a punição dos que tenham suas culpas realmente comprovadas.

E não foi isso o que aconteceu no julgamento do mensalão.

Como tenho dito, esse julgamento foi um golpe político porcamente maquiado de legalidade.

E isso é tão flagrante, que não são só os petistas que se mostram perplexos e indignados.

Juristas, como Dalmo Dallari, e jornalistas, como Paulo Moreira Leite e Jânio de Freitas, engrossam o enorme coro de descontentes com o desempenho de nossa Suprema Corte.

Não são vozes de petistas de carteirinha, as desses críticos.

São vozes de cidadãos realmente comprometidos com a democracia no país, que enxergaram nesse julgamento do mensalão irregularidades gravíssimas que colocam a nossa Suprema Corte em pé de igualdade com as cortes supremas de países como Honduras e Paraguai.

Nesses países, como aqui, juntaram-se as grandes empresas de comunicação com os judiciários locais para derrubarem os governos legal e democraticamente constituídos.

Aqui, os derrotados nas urnas, sem perspectivas de retorno pelo voto, apostam nessa nova receita de golpe em que os agentes ao invés de fardas usam togas.

O julgamento do mensalão foi apenas um primeiro ensaio para o grande ato que se pretende levar a efeito assim que seja possível: derrubar o governo petista.

Antes disso, serve para alimentar a propaganda antipetista, tentando desgastar a imagem do partido perante a sociedade afim de enfraquecê-lo para os próximos pleitos.

A mídia oligopolizada liderada pela Globo, e o STF, dominado por juízes golpistas, são ameaças reais à democracia brasileira.

Por isso o PT encerra esse ano convocando sua militância para retornar às ruas em 2013 em defesa da democracia e dos avanços econômicos e sociais alcançados em seus três governos.

A militância petista está preparada para enfrentar qualquer debate público sobre o julgamento do mensalão e demonstrar aos cidadãos brasileiros honestamente preocupados com a justiça, que justiça ali não se fez, que ali se afrontou a Constituição por razões declaradamente políticas, inaugurando no país uma era de insegurança jurídica para todos os cidadãos, na medida em que, pelo novo padrão adotado, direitos podem ser relativizados conforme a conveniência pessoal ou a preferência politico-partidária dos juízes de plantão.

Estamos na ante-sala de um golpe de Estado.

A mesma Globo que agora aplaude Joaquim Barbosa, aplaudiu o golpe de 1964 que depôs João Goulart.

O próprio ministro Marco Aurélio Collor de Mello, do STF, chegou a declarar, durante o julgamento, sem nenhum pudor, que aquele golpe e a ditadura que a ele se seguiu, fora um mal necessário.

Talvez faça o mesmo juízo do golpe que agora dão contra a democracia.

A ameça petista, hoje, substitui a ameaça comunista de 64, como justificativa torpe para pôr freio ao avanço das forças populares no campo da política.

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