sábado, 6 de fevereiro de 2016

É hora de lutar contra a burguesia pelas reformas estruturais.

Quem dá o tom do discurso do governo, quem define o padrão de atuação dos ministros, é a presidenta Dilma. Portanto, é injusto crucificar José Eduardo Cardozo, que ali não faz mais do que cumprir ordens.

E essa postura recuada que tanto Dilma, quanto Lula e o próprio PT mantém ante os ataques da mídia de direita é, na verdade, determinada pela estratégia política que o partido, influenciado pelo seu maior líder, resolveu adotar desde 2002. Esta estratégia consiste em não brigar com a burguesia e sim conciliar com ela.

A implementação da estratégia de conciliação da classe trabalhadora com a burguesia começou com a Carta ao Povo Brasileiro - que em artigo, hoje, Leonardo Boff chama de Carta aos Banqueiros -, de Lula, foi efetivamente implementada a partir do primeiro do ex-presidente, deu resultados até meados do primeiro mandato de Dilma, mas agora se mostra inteiramente esgotada, incapaz de produzir novos frutos para os trabalhadores.

A estratégia de conciliação de classes impôs ao PT, na verdade, a renúncia à disputa política com os partidos e instituições representantes da burguesia. Por isso é que a burguesia, através da sua mídia e dos seus paus mandados no ministério público, na PF e no Judiciário, batem sem dó no PT, em Lula e em Dilma, e não se vê um esboço sequer de reação à altura dos agredidos.

E o PT não se defende simplesmente porque está amarrado e imobilizado por esta estratégia de conciliação de classes. Dilma, por sua vez, já disse com todas as letras e mais de uma vez que a opinião do PT não a influencia. E apesar destas declarações da presidenta, o PT ainda a apoia incondicionalmente, mesmo quando ela trai compromissos de campanha e adota o programa econômico defendido pela Globo e por Aécio Neves. O que fazer, então?

Em primeiro lugar, é preciso mudar a estratégia política do PT, acabar com a conciliação de classes e declarar guerra à burguesia, pela realização das reformas estruturais necessárias para o avanço do projeto petista, reformas que ferem os interesses da burguesia e que por isso mesmo sofrem oposição da sia mídia e dos seus partidos.

E, em segundo lugar, não é possível mais admitir que o PT subordine sua atuação à vontade da presidenta Dilma. Ainda mais quando a própria Dilma diz que a opinião do PT não a influencia, ela que dá sempre tantas satisfações ao mercado financeiro. Certamente foi a opinião do mercado que Dilma ouviu quando resolveu fazer o seu ajuste fiscal, cortando investimentos e direitos dos trabalhadores, e mantendo a política de juros altos que alimenta esta indecente e nunca questionada "bolsa banqueiro".

O apoio do PT a Dilma e a própria permanência do partido em seu governo devem ser condicionados ao compromisso da presidenta com a luta pelas reformas estruturais que o PT tem no seu programa e com a renuncia à subserviência que tem caracterizado os governos petistas, desde Lula, aos milionários especuladores do mercado financeiro.

É hora de parar de iludir os trabalhadores com a falsa promessa de prosperidade geral sem luta contra a classe que os explora e que concentra quase toda a riqueza produzida com o suor dos seus esforços.

É hora de dizer claramente aos trabalhadores quem são os seus inimigos, os inimigos da justiça social e da democracia, que usurpam diariamente a maior parte das riquezas do país.

Os milionários empresários das finanças, da indústria, do comércio e da agricultura, não têm outro objetivo na vida senão enriquecer ainda mais à custa da exploração do suor alheio e à custa do empobrecimento de milhões de trabalhadores.

Estes empresários constituem a grande burguesia que patrocina a Globo, o PSDB e todos os demais partidos e órgãos de mídia envolvidos na sórdida campanha que se feito contra Lula e o PT. Isto que eles estão fazendo, na verdade, se chama "luta de classes".

E é luta de classes o que Lula, Dilma e o PT devem fazer contra a burguesia. Porque se não fizerem a classe trabalhadora será derrotada, sem lutar, pela burguesia, o projeto petista será interrompido e veremos no país um enorme retrocesso, mesmo antes das eleições de 2018, nos avanços conquistados até agora.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PT do Rio: Só um movimento interno de massas pode derrotar a máquina pesada do fisiologismo.

(Mensagem enviada à lista de e-mails do 1º Diretório Zonal)

Companheiros.

Ontem eu saudei aqui com muito entusiasmo o lançamento do manifesto dos núcleos Largo do Machado, Eder Sader e Zé Dirceu, e propus, logo em seguida, que ele fosse transformado em abaixo assinado. Disse em minha mensagem:
"Ricardo e demais companheiros.

Eu proponho que este manifesto seja transformado num abaixo-assinado, para nos mobilizar a todos e para envolver neste movimento a expressiva base de filiados que está fora dos núcleos, das listas de e-mail e do Facebook do 1º diretório, dando a estes filiados a possibilidade de expressarem sua adesão e de serem incorporados às próximas atividades.

Silvio Melgarejo

01/02/2016"
Quero reiterar aqui o meu apelo para que se discuta esta proposta, acrescentando mais alguns argumentos em seu favor. Em primeiro lugar, é preciso considerar que o que dá valor político a um manifesto são as adesões que ele recebe. E que a forma mais comum de se expressar adesão a um manifesto é a assinatura. O Manifesto da Internúcleos, por enquanto, só tem as assinaturas dos três núcleos que a compõem. É um bom ponto de partida. Mas acredito que não seja suficiente. Estou certo que os companheiros devem ter consciência de que é preciso conquistar um número muito maior de adesões formais, seja de outros núcleos, seja de filiados do partido individualmente. Porque só assim nós vamos conseguir construir uma mobilização interna de massas, única forma, a meu ver, capaz de derrotar a máquina pesada do fisiologismo que tem governado o PT do Rio.

O PT tem no Rio de Janeiro - e nós, particularmente, aqui nesta zonal - uma imensa base militante ociosa que precisa ser mobilizada para esta luta. O problema é que a quase totalidade desta base não tem canal de comunicação nenhum com o partido e, por isso mesmo, nem deve saber do que está acontecendo agora. E só existe uma maneira de se resolver este problema. Nós temos que ir diretamente a todos estes filiados, um a um, porta a porta, levando notícias do partido, estabelecendo com eles canais permanentes e seguros de comunicação e oferecendo formas diversas de participação, já que estes companheiros estão completamente excluídos do debate interno do PT, dos seus processos decisórios e das suas atividades. Tenho a mais absoluta convicção de que só incorporando à nossa luta este enorme contingente de filiados marginalizados é que nós vamos conseguir mudar a correlação de forças no PT do Rio e impor uma derrota histórica ao fisiologismo.

O abaixo-assinado é uma das formas possíveis de dar voz ao filiado petista, e uma forma que me parece muito apropriada no presente contexto, porque a assinatura agrega efetivamente valor político ao nosso manifesto e permite que uma eventual entrega dele, de maneira formal e pública, aos diretórios municipal e regional, se constitua como um fato político suficientemente relevante para influenciar o rumo dessa disputa

Estou cada vez mais convencido, companheiros, de que a maior resistência dentro do PT ao abandono da estratégia de conciliação de classes, que dá origem à política de alianças que estamos combatendo, vem das lideranças petistas fisiológicas, completamente adaptadas ao modo burguês de fazer política e inteiramente viciadas nas vantagens que este modo de fazer política lhes tem proporcionado. Cada uma destas lideranças usa os recursos do cargo que tem na máquina pública para aliciar adeptos e formar bases artificiais de apoio dentro do PT, exatamente como fazem todos os políticos dos partidos burgueses com quem estas lideranças têm intimamente se relacionado. Não vai ser fácil vencer seus exércitos de apadrinhados. E, no entanto, é este enfrentamento tão difícil, o único caminho que pode nos levar à conquista do nosso objetivo de mudar a atual política de alianças do PT do Rio, fazendo com que o partido rompa a aliança com o PMDB.

Sem prejuízo do investimento na Frente Brasil Popular, considero que devemos priorizar o trabalho político de base junto aos únicos petistas que podem contribuir realmente para a nossa vitória nesta disputa, que são os petistas filiados, por terem direito de voto nas convenções do partido. Porque é disso que precisamos agora, companheiros, para derrotar dentro do PT a candidatura de Pedro Paulo e impor uma candidatura de esquerda. Precisamos de compromissos e de votos para formar maioria na convenção partidária. E estes compromissos e votos não nos cairão do céu, no colo, por obra e graça do Espírito Santo. Vão, ao contrário, nos exigir muito trabalho de convencimento junto àquela imensa base de filiados que tem estado à margem do partido e que pode ser decisiva nessa disputa, se tivermos êxito em trazê-la para a batalha.

O lançamento do Manifesto da Internúcleos foi importantíssimo como iniciativa, não só pelo conteúdo do seu texto, mas pela diversidade das forças políticas que o subscrevem. Mas é preciso reconhecer que a repercussão ainda foi pequena. Este manifesto, ou outro documento semelhante, precisa chegar a todos os filiados do PT do Rio e com todos os filiados do PT do Rio nós precisamos discutir o seu conteúdo. E, não só tentar obter a adesão formal de cada um, mediante a assinatura, mas também o compromisso de suas participações nas atividades da Frente Brasil Popular e de que eles votem, em suas respectivas instâncias, no processo de eleição dos delegados para a convenção municipal do PT.

O movimento contra a aliança com o PMDB e por uma candidatura de esquerda, além disso, para ganhar corpo e atingir seus objetivos, precisa urgentemente definir um plano de lutas, um programa de atividades que possibilitem um acúmulo de forças dentro do partido, suficiente para que se possa derrotar as forças contrárias do fisiologismo. aliadas do PMDB. E a primeira atividade deste plano de lutas pode ser exatamente a coleta, na base de filiados, de assinaturas de adesão ao Manifesto da Internúcleos. O manifesto pode e deve ser mais do que a expressão isolada e efêmera do pensamento de três núcleos, pode e deve ser, além disso, um instrumento importante do trabalho político da vanguarda junto à base de filiados do partido.

No momento em que a máquina do fisiologismo dentro do PT está funcionando a toda força para garantir a manutenção do seu império, adiar as ações de combate político é algo que os núcleos signatários do manifesto e todos os que com ele concordam não podem se permitir. O trabalho de planejamento e organização para a mobilização tem que começar já, sem demora, ou vamos ser atropelados na convenção municipal e ter que engolir esta candidatura do Pedro Paulo.

Saudações petistas,

Silvio Melgarejo

02/02/2016

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Manifesto Internúcleos da 1ª Zonal (Centro-Zona Sul) - 01/02/2016

PARTIDO DOS TRABALHADORES

ELEIÇÃO 2016

MANIFESTO INTERNÚCLEOS DA 1ª ZONAL (CENTRO – ZONA SUL)


Os núcleos e a militância reunidos do Partido dos Trabalhadores reunidos na Internúcleos da 1ª Zonal (Centro-Zona Sul) vem externar sua revolta e divergência com as atitudes do Diretório Municipal, especialmente na aliança com o PMDB.

Nacionalmente, vemos como nosso governo vem sendo acossado por todos os lados, especialmente por “aliados” como o PMDB que, em sua avidez por cargos e poder, chantageia e pressiona para o golpe, onde Michel Temer e Eduardo Cunha são os principais articuladores.

Entretanto, aqui na capital é onde o PT mais sofre com essa aliança que localmente se tornou a mais abjeta subserviência.

A direção do partido abriu mão de disputar a hegemonia política e o projeto histórico do PT em troca de cargos e legitimação do governo de direita do PMDB na capital.

Há oito anos, a militância se vê alijada das instâncias deliberativas, vendo os dirigentes se submeterem cada vez mais ao PMDB, chegando a desfaçatez de aceitar manter a “aliança” antes de qualquer deliberação das bases, em troca de duas secretarias e seus respectivos DAS. Isso talvez explique porque ao arrepio do Estatuto Partidário, dirigentes municipais ocupem cargos na Prefeitura, sem prestar contas a ninguém.

Enquanto grupos e dirigentes partidários cuidam de seus próprios interesses, o Estatuto Partidário é violentado e a democracia interna olimpicamente ignorada. O Diretório Municipal, a Executiva Municipal e o Diretório Zonal, simplesmente não se reúnem, descumprindo os Artigos 80, 84, 87 e 88 do Estatuto do Partido dos Trabalhadores. Além disso, são incapazes de fazer qualquer crítica à gestão municipal, mesmo diante do desastre nas políticas públicas vigentes. E sequer organizam a militância para resistir ao golpe que se articula em Brasília. Entretanto, as reuniões públicas ou privadas com o PMDB e seu prefeito são inúmeras, sempre acompanhadas de elogios rasgados na imprensa burguesa.

A participação do deputado federal do PMDB, Pedro Paulo, na plenária de filiação partidária e formação política do Partido dos Trabalhadores em Bangu revela a postura indigna e politicamente inescrupulosa de tal “aliança”.

Foi deplorável ver dirigentes municipais do partido, presentes ao ato,  permitirem e legitimarem essa violação dos princípios basilares que regem o PT.

A filiação partidária e a consequente formação política são atividades internas do PT, assim como de qualquer partido. Ali se pretende ampliar a base militante partidária, narrar a história do partido desde a sua fundação e explicar a posição ideológica do PT.

Deste modo, já seria completamente inexplicável a presença de um filiado a outro partido numa atividade desse caráter. Pior ainda, sendo de um partido de direita, sem qualquer identidade ideológica conosco e hoje um dos principais algozes do governo federal e do PT.

Não existem tolos nem ingênuos. É evidente a tentativa esdrúxula de empurrar goela abaixo da militância petista subserviência ainda maior ao PMDB, cujas características são opostas à história e trajetória do PT e, com mais forte razão, a candidatura de Pedro Paulo a prefeito. Político de direita e que agride mulheres, o que o torna indigno do seu mandato como deputado federal e, muito mais ainda em pretender a prefeitura do Rio de Janeiro.

Outra postura indecorosa é a filiação, a pedido do prefeito (!), de quinze pré-candidatos do PMDB no PT, para supostamente “alavancar” a nossa bancada, quando na verdade se trata de transformar o partido numa sublegenda da turma dos Cabral, Pezão, Picciani, Cunhas e Paes. Enquanto isso os candidatos verdadeiramente petistas são alijados, em um processo que há anos não é democrático e transparente.

Vimos assim nos opor frontalmente a mais essa tentativa de destruir o Partido dos Trabalhadores e defender que se fortaleça iniciativas como o Saída pela Esquerda e a Frente Brasil Popular, onde iremos nos juntar aos demais militantes que já estão construindo esses fóruns. O resgate da esquerda carioca e do Partido dos Trabalhadores passa pela unidade com os movimentos sociais e populares e pela construção de uma candidatura dentro da Frente Brasil Popular, inclusive podendo ser do Partido dos Trabalhadores.

A Frente Brasil Popular é um projeto estratégico, através do qual não só estaremos nos libertando dessa “aliança” com o PMDB, como também estaremos aprofundando a luta pelas mudanças necessárias na política e economia do país.

Exigimos desse modo que as instâncias formais se reúnam e iniciem o debate, sob pena de serem atropeladas pela base. Enquanto isso, estaremos lutando pela reconstrução do partido e retomada de suas bandeiras históricas.

Conclamamos a militância petista, assim como todos aqueles que se pautam pela grande política e rechaçam alianças espúrias, indecorosas e antidemocráticas, a rechaçar a referida “aliança” e a se somar nessa luta histórica.

A CANDIDATURA PEDRO PAULO NÃO PASSARÁ!

CONSTRUIR A FRENTE BRASIL POPULAR COM UMA CANDIDATURA DE ESQUERDA!

Núcleo Eder Sader

Núcleo Largo do Machado

Núcleo Zé Dirceu